O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 0,8% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o quarto trimestre de 2023, conforme divulgado pelo IBGE. Este resultado, embora modesto, aponta para uma recuperação gradual da economia brasileira, impulsionada principalmente por setores como o agronegócio e os serviços.
No Nordeste, os tradicionais festejos juninos desempenharam um importante papel, promovendo um impacto econômico significativo na região. “O Setor turístico nordestino é muito impactado positivamente pelos festejos juninos, pois envolve muitas atividades econômicas, como, por exemplo, hotéis, bares, restaurantes, transportes tradicionais e por aplicativos, entre tantas outras, que geram muitas ocupações formais e informais. Toda esta movimentação econômica aumentam a arrecadação de tributos”, explica o economista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Rodrigo Rocha.
Investimentos em infraestrutura e retorno a longo prazo
Este ano, o governo de Sergipe fez investimentos substanciais para promover o estado como destino turístico, apresentando com antecedência a programação dos diversos eventos. “Além dos turistas, muitos sergipanos que em outros anos programaram viagens decidiram aproveitar a programação local, gastando seus recursos no próprio estado. Essa estratégia não só atrai turistas, mas também retém os gastos locais, impulsionando a economia regional”, comenta Rocha.
Para garantir uma boa experiência para os turistas e atraí-los de volta no futuro, esses investimentos têm um efeito positivo na economia local a longo prazo. “Para que os turistas tenham uma boa experiência e queiram retornar, bem como divulgar positivamente o destino para outras pessoas, são necessários investimentos em infraestrutura. E como muitos investimentos têm seu efeito prolongado ao longo do tempo, os próprios sergipanos acabam se beneficiando também”, explica o economista.
Além do impacto direto no turismo, os festejos juninos geram uma quantidade significativa de empregos temporários, o que melhora o bem-estar da população local. “Qualquer sociedade deseja ter oportunidades de emprego e renda. A realização de vários eventos ao longo do ano garante a geração de diversas ocupações importantes para muitos trabalhadores que conseguem ter uma renda, que não seria possível sem a realização de tais eventos”, destaca Rocha.
A relação entre o crescimento do PIB e o aumento na demanda por produtos e serviços locais durante os festejos juninos é clara. “O PIB nada mais é que a soma de toda a riqueza produzida em um determinado período, dentro de uma área geográfica. Com a atração e manutenção de muitos recursos de turistas e sergipanos, a tendência é o crescimento do PIB, especialmente nas áreas mais diretamente afetadas pelas festas juninas”, conclui Rocha.
Outros fatores que impulsionam o crescimento do PIB
- Agronegócio: O setor agropecuário continua sendo um dos pilares da economia brasileira, com forte presença no mercado internacional. A alta dos preços das commodities agrícolas, como soja e milho, contribuiu significativamente para o crescimento do PIB no período.
- Serviços: O setor de serviços, que representa cerca de 70% da economia brasileira, também apresentou crescimento no primeiro trimestre. Isso se deve principalmente ao aumento da demanda por serviços domésticos, como saúde, educação e transporte.
- Consumo das famílias: O consumo das famílias brasileiras, impulsionado pelo aumento da renda e da confiança do consumidor, também contribuiu para o crescimento do PIB. As vendas no varejo, por exemplo, registraram crescimento em diversos segmentos.
- Investimentos: Os investimentos em infraestrutura e na indústria também apresentaram crescimento no primeiro trimestre, indicando que as empresas estão otimistas com as perspectivas futuras da economia brasileira.
O crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2024 é um sinal positivo para a economia do país. É importante ressaltar que o crescimento do PIB não significa necessariamente que todos os brasileiros estão se beneficiando dele. Para que o crescimento seja sustentável e inclusivo, é necessário que as políticas públicas sejam direcionadas para reduzir as desigualdades sociais e promover o desenvolvimento humano.
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