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Investir sem ser expert? Saiba como começar a construir seu patrimônio com segurança.

Pessoas comuns podem começar a investir de forma segura, criar uma reserva financeira sólida e alcançar objetivos de longo prazo, mesmo sem experiência no mercado financeiro.

às 12h34
Luis Carlos Beltrami- pró reitor de marketing, comercial e relacionamento
Luis Carlos Beltrami- pró reitor de marketing, comercial e relacionamento
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Nos últimos anos, o interesse por investimentos tem crescido exponencialmente, especialmente entre aqueles que buscam economizar, criar uma reserva financeira e garantir uma renda extra. Com a inflação corroendo o poder de compra, investir o dinheiro deixou de ser um privilégio para poucos e se tornou uma necessidade para quem busca garantir um futuro mais seguro e próspero. Mas, afinal, como começar a investir sem ser um especialista em finanças?

Segundo o pró-reitor de marketing, comercial e relacionamento da Universidade Tiradentes (Unit) e especialista em investimentos, Luis Carlos Beltrami, a segurança deve ser a principal preocupação de quem está começando a investir. Por isso, os investimentos de renda fixa são os mais indicados para iniciantes. “Nessa modalidade, a rentabilidade pode ser pré-fixada, em que o investidor sabe de antemão a taxa, ou pós-fixada, cuja taxa é atrelada a um índice como o IPCA ou a Taxa Selic”, explica o especialista.

Dentre os produtos de renda fixa brasileiros, há 3 tipos de produtos:

  • Títulos públicos: mais conhecidos como Tesouro Direto, sua grande vantagem é o baixo risco, dado que são considerados títulos soberanos, e a grande liquidez, além de possuir produtos com diferentes características, como pré-fixados ou pós-fixados atrelados ao IPCA ou Selic), além de opções com pagamentos de juros semestrais. “Por fim, os títulos públicos são tributados com base na tabela regressiva do Imposto de Renda, e o investidor deve tomar o cuidado para não perder dinheiro caso haja a antecipação do resgate da aplicação, conhecido como marcação a mercado”, destaca Beltrami.
  • Crédito bancário: Investimento em bancos, a exemplo dos famosos CDB´s e Letras de câmbio, que contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e opções isentas de imposto de renda para pessoa física (Ex: LCI e LCA´s), além de boa rentabilidade. “A principal desvantagem dos títulos bancários é a liquidez antecipada do título, pois o banco recompra o título com um determinada desconto”, pontua.
  • Crédito privado: títulos de grandes empresas como debêntures, que costumam possuir uma rentabilidade maior, mas o investidor deve se atenta para a avaliação de risco da empresa. As debêntures incentivadas são isentas de imposto de renda para a pessoa física. 

Conhecendo seu perfil de investidor

Antes de começar a investir, é fundamental conhecer o seu perfil de investidor. “O perfil de investidor visa avaliar a tolerância ao risco, horizonte de tempo e os objetivos financeiros do investidor. Essa avaliação é feita por meio de um questionário que deve ser respondido na abertura da conta em bancos e corretoras”, afirma Beltrami. 

Existem três perfis principais: 

  • Conservador: Busca segurança e baixa volatilidade, cujo perfil se adapta melhor a investimentos em renda fixa.
  • Moderado: Busca um equilíbrio entre risco e retorno, diversificando seus investimentos entre renda fixa e renda variável (ações, fundos multimercado).
  • Agressivo: Tem alta tolerância ao risco e busca maior rentabilidade, investindo em ativos de maior risco como ações e fundos de ações.

Construindo uma reserva financeira 

Uma reserva financeira sólida é um dos pilares da saúde financeira, permitindo que o investidor enfrente situações inesperadas com mais tranquilidade. Para tanto, seguem os principais passos para a constituição da sua reserva:

  • Defina seus objetivos: Qual o propósito da sua reserva? É para cobrir despesas emergenciais, realizar uma compra grande ou até mesmo para uma viagem? Qual o prazo para alcançar seu objetivo? A curto, médio ou longo prazo?
  • Faça um orçamento: Atualmente, há vários apps como o Minhas Economias e planilhas eletrônicas que podem ajudá-lo na gestão dos seus gastos e receitas, e que podem te ajudar a identificar onde cortar custos.
  • Determine o valor a ser poupado: Regra dos 3 meses: Uma regra comum é ter uma reserva equivalente a 3 meses das suas despesas. Adapte a regra: Se você tiver dívidas ou desejar realizar uma compra grande, pode ser necessário aumentar esse valor.
  • Poupe mensalmente: Transfira um valor fixo da sua conta corrente para uma conta investimento mensalmente. Mesmo que o valor seja baixo, lembre-se que o tempo e os juros compostos trabalham a favor do investidor.
  • Por fim, escolha um banco ou corretora para investir seu dinheiro: O ideal é escolher instituições com menores tarifas e taxas, e busque investimentos com liquidez diária (ou seja, você pode resgatar no mesmo dia), como determinados fundos de investimento ou Certificados de Depósito Bancário com liquidez diária.

Diversificação: a chave para reduzir riscos 

Diversificar os investimentos é uma estratégia eficaz para reduzir riscos e aumentar o potencial de retorno. “Não coloque todos os ovos em uma cesta. Distribua seus investimentos em diferentes ativos e instituições”, recomenda Beltrami. Ele destaca que a diversificação pode mitigar riscos como o de crédito, quando uma empresa emissora de um título enfrenta dificuldades financeiras, ou o de liquidez, que é a dificuldade de vender um ativo rapidamente sem perdas significativas.

O especialista também explica que é importante considerar o horizonte de investimento ao planejar onde aplicar o dinheiro. “Investimentos de curto prazo são indicados para fundos de emergência, pois oferecem maior liquidez, enquanto os de médio e longo prazo são mais adequados para objetivos como a compra de um imóvel ou a aposentadoria, com o benefício de uma rentabilidade potencialmente maior”, afirma.

Para Beltrami, a educação financeira é o primeiro passo para quem deseja investir de forma inteligente. “Compreender os conceitos básicos do mercado financeiro, definir objetivos claros e gerenciar riscos são habilidades essenciais para qualquer investidor,” ressalta. Ele enfatiza a importância de buscar conhecimento e, se necessário, contar com a ajuda de um assessor de investimentos para orientações personalizadas.

Evite os erros comuns 

Finalmente, Beltrami alerta sobre os erros mais comuns que os iniciantes cometem, como a falta de educação financeira e a ausência de um objetivo claro. “Investir sem conhecimento ou sem um propósito definido é como navegar sem rumo. Estabeleça metas realistas e busque sempre se informar para evitar decisões precipitadas”, aconselha.

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