Eles encontraram na cozinha uma segunda paixão profissional, que ajuda a aliviar as dores e o estresse do dia-a-dia. Em comemoração ao Dia do Médico, celebrado em 18 de outubro, médicos do Hospital Decós foram convidados a mudar de ambiente e de atividade por uma noite: trocaram os corredores e salas dos hospitais e prontos-socorros pelas panelas e fogões do Centro Gastronômico da Universidade Tiradentes (Unit). Ali, os profissionais de saúde participaram de uma oficina de gastronomia, ministrada pela professora Isabelle Brito e acompanhada por uma turma de oito alunos do último ano do curso de Gastronomia.
Os médicos do Decós receberam convites para a oficina no próprio dia 18 e se inscreveram em duas turmas, sendo que a primeira foi realizada na noite desta segunda-feira, 28. Em um clima bastante descontraído, eles assistiram inicialmente uma palestra sobre o curso de Gastronomia da Unit e sobre como a profissão é estruturada em suas habilidades e possibilidades de atuação. Em seguida, foram convidados a fazer dois tipos de risoto e receberam orientações básicas sobre os ingredientes, manipulação de alimentos e regras de higiene e segurança.
“O médico é desafiado diariamente ao cuidar da saúde das pessoas. E assim como promover a saúde transforma vidas, a gastronomia também transforma vidas através dos sabores e de todas as combinações. Então, a gente pensou em unir estas áreas, fazer ele se desafiar em um campo totalmente diferente, e ao mesmo tempo desopilar e relaxar fazendo algo, quem sabe para a família ou para ele mesmo, se aventurando num novo ambiente, mas com a mesma dedicação do dia-a-dia. E a Unit é uma referência no Estado. Nada melhor do que trazer médicos que são referência para um ambiente de referência”, define a analista de marketing do Hospital Decós, Joyce Feitoza Bastos.
Para o professor Hugo Xavier, coordenador da área de Nutrição e Gastronomia da Unit, a parceria com o DeCós também tem o objetivo de mostrar o curso e a profissão por outros olhares. “A procura pelo curso de Gastronomia vem sempre de uma segunda graduação, e temos percebido que tem uma parcela muito boa da população que procura os nossos cursos, como médicos e advogados já tem uma carreira e gostaria apenas de aumentar esse conhecimento, seja por hobby ou seja para montar seu próprio negócio. Essa parceria vem para mostrar o curso por outro olhar da população que necessita ou que goste de trabalhar com a gastronomia e com a alimentação de uma forma geral”, detalha.
Além da oficina de risotos, foi programada uma segunda oficina com outra turma de médicos, na noite desta quarta-feira, 30, na qual eles serão convidados a preparar molhos para churrasco. O professor explica que os pratos foram escolhidos em razão da rapidez e da praticidade compatível com a rotina agitada dos médicos. “A gente percebeu essa necessidade vindo deles e adaptou a nossa realidade. O risoto é muito prático de fazer e o molho para uma carne especial também é muito rápido. Então, levamos em consideração a praticidade, o tempo e, claro, o sabor”, acrescenta Hugo.
Uma ciência agradável
Uma das participantes da oficina foi a cardiologista Larissa Cristina de Barros, que adora cozinhar nas horas vagas. Bem-humorada, ela se definiu como “a louca do risoto”, em referência ao seu prato favorito, e confessa que aprendeu o ofício há oito anos, após o seu casamento. “No começo, eu me quebrava, olhava receita na internet, ligava pra minha mãe e pra minha sogra, perguntava como eram fazia as coisas… e aí eu comecei a perceber que a gastronomia é uma ciência. Existe lógica para tudo. Quando você começa a entender porque as coisas são feitas, porque tem que sovar o pão, porque tem que harmonizar o vinho, a química e a necessidade de cada ingrediente, vira uma ciência linda. Então, eu me apaixonei”, derrete-se, considerando a possibilidade de cursar Gastronomia no futuro.
Já o otorrinolaringologista Nelson Almeida D’Ávila Mello, que também é professor de Medicina da Unit, também gostou do convite para fazer a oficina de Gastronomia. Ele conta que o interesse pela cozinha surgiu há menos de um ano. “É algo que eu não tenho tanta experiência. Então, eu vim aqui pra confraternizar e aprender também. Acho que cozinhar é algo que pode dar satisfação própria, por você fazer a sua própria comida. Pode ser um momento de confraternizar, de se conectar e fazer algo que nos deixa mais humanos”, define ele.
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