Está tudo pronto para a 26º Semana de Pesquisa (26ª Sempesq), da Universidade Tiradentes (Unit), que acontecerá entre os dias 4 e 8 de novembro no Campus Farolândia. Mais de 500 participantes estão inscritos para participar do evento, incluindo professores e alunos da própria Unit e de escolas de Ensino Médio e Ensino Técnico da rede pública que participam de projetos de pesquisa e inovação desenvolvidos por professores e pesquisadores da Unit e do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP).
O evento terá ainda a apresentação dos mais de 400 projetos de pesquisa desenvolvidos por estudantes que atuaram em trabalhos de iniciação científica, orientados pelos mesmos professores. Ao todo, serão cerca de 120 alunos contemplados com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de outras agências de fomento, além de 300 participantes do Programa Voluntário de Iniciação Científica (Provic). Todas as apresentações acontecerão em diversos locais do Campus Farolândia, incluindo o Tiradentes Innovation Center.
De acordo com a professora Adriana Karla de Lima, coordenadora de pesquisa da Unit, os projetos de iniciação científica são realizados ao longo do ciclo de um ano, que começa e termina sempre no mês de agosto. “O grande objetivo das Sempesq é prestar contas à sociedade, e não só à comunidade sergipana como também à ciência nacional como um todo”, diz ela, citando que as apresentações do evento também são acompanhadas por um comitê externo de pesquisadores ligados ao CNPq, que avaliam os programas de pesquisa das universidades nas quais o órgão concede as bolsas de iniciação científica.
“O aluno que recebe a bolsa do CNPq tem que apresentar os resultados da pesquisa ao final, prestar contas do que fez durante esse ano todo. Nessa apresentação, um profissional bolsista vem avaliar como foi o processo e se esse aluno realmente desenvolveu as suas capacidades, competências e habilidades com a participação na iniciação científica”, explica. Além disso, os avaliadores do órgão federal preparam um relatório detalhando não apenas a apresentação das pesquisas financiadas, mas também como foi todo o processo do programa de bolsas, do lançamento do edital até a finalização dos resultados.
A Unit desenvolve e participa de programas de iniciação científica desde 1998, quando a instituição, com recursos próprios, lançou edital com as primeiras 13 bolsas de iniciação científica. De lá para cá, conforme a coordenadora, a instituição sempre foi avaliada com muita qualidade. Um dos destaques é a chamada “avaliação às cegas”, na qual uma comissão interna da Unit avalia cada projeto ou relatório de produção acadêmica sem saber os nomes dos autores, que não aparecem no momento da submissão aos julgadores. “Os avaliadores elogiam bastante o nosso processo seletivo e a nossa forma de avaliação, que é isenta de conflito de interesse. Isso faz com que o processo de seleção seja o melhor possível”, relata Adriana, acrescentando que outros pontos bem-avaliados são a evolução técnica dos bolsistas e até a publicação dos trabalhos em revistas científicas, incluindo as consideradas de grande impacto científico.
“Nós temos quase trinta anos de eventos envolvendo a comunidade acadêmica. Isso demonstra a perenidade da política de desenvolvimento da ciências na Unit, envolvendo desde alunos de iniciação científica, professores, pesquisadores e comunidade científica, convidados nacionais e regionais”, diz o pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unit, professor Ronaldo Linhares. Ele também destaca a Sempesq como “um espaço já firmado na Universidade como espaço de ciência, desenvolvimento tecnológico e pesquisa”, que tem o objetivo de reunir pesquisadores da Unit e de outras instituições do Nordeste para apresentar e discutir temas e pesquisas em desenvolvimento importantes para os alunos e os pesquisadores.
Os melhores trabalhos serão anunciados e premiados na tarde do dia 8, último dia do evento. Seus autores receberão certificados de melhor trabalho da Sempesq e se candidatam a receber um auxílio para a apresentação dos trabalhos em congressos regionais, nacionais e internacionais.
Ciência para a sociedade
Para esta edição, o tema escolhido para a Sempesq foi Desafios da inovação tecnológica sustentável nos biomas brasileiros: impactos sociais. Em torno dele, e sua relação com a pesquisa científica, estão programados os temas das palestras, minicursos, oficinas e fóruns de discussão. De acordo com Linhares, a Sempesq procura sempre manter seus temas interligados aos temas nacionais definidos pela Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), promovida nacionalmente pelo CNPq e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e que adotou para este ano o tema Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais.
“Estamos vivendo tempos difíceis com relação ao clima e aos nossos biomas. É necessário repensar nossa relação com a natureza e como, de forma sustentável, conviver com a diversidade dos biomas brasileiros, pensando em sua manutenção. Este é, portanto, um tema atual e que esperamos que o evento possa trazer contribuições para repensar nossa relação com o planeta”, diz o pró-reitor.
Adriana Karla acrescenta que a relação da inovação tecnológica e do impacto social com os biomas brasileiros destaca como as pesquisas científicas desenvolvidas na Unit respondem aos desafios e demandas reais da sociedade. “As pesquisas estão sendo tratadas como uma forma de impactar a sociedade. Não é aquela pesquisa que fica na bancada, guardada na gaveta, ou que vira um paper e morre. Elas estão sendo cada vez mais estimuladas a dizer por quê se está fazendo isso e como isso vai impactar na vida do ser humano ou do ambiente como um todo. Essa pesquisa tem que ter um impacto na sociedade, que sair do papel e virar alguma coisa que vai servir à sociedade, principalmente neste momento em que estamos passando por desastres e mudanças climáticas”, destaca a professora.
A programação completa da 26ª Sempesq pode ser conferida neste link, por onde também, podem ser feitas as inscrições para participação, até o dia do evento.
Leia mais:
Estudante de Biomedicina explora potencial anticancerígeno da própolis vermelha
Alunos de iniciação científica da Biomedicina se destacam em prêmio da Fapitec