A iniciação científica é, para muitos estudantes universitários, uma porta de entrada para o mundo da pesquisa acadêmica. Ao longo desse processo, os alunos têm a oportunidade de se envolver em projetos que podem impactar tanto seu desenvolvimento profissional quanto a sociedade como um todo. Elias dos Santos Oliveira, estudante de Engenharia Elétrica da Universidade Tiradentes (Unit), é um exemplo de como essa experiência pode ser enriquecedora.
Entre setembro de 2022 e agosto de 2023, Elias desenvolveu, sob orientação do Dr. Rubens Riscala Madi e com a colaboração do Dr. Galileu Ribeiro Santos, a pesquisa intitulada “Avaliação da Pegada Hídrica de culturas agrícolas na bacia hidrográfica do Rio São Francisco”, uma análise da utilização da água na cultura do milho nas cidades da bacia do Rio São Francisco. “A pegada hídrica é um indicador que mede o volume de água utilizado para produzir cada unidade de um produto ou serviço, e no caso da agricultura, é uma ferramenta valiosa para entender o impacto ambiental de diferentes cultivos”, explica.
Seguindo a metodologia descrita no manual da Pegada Hídrica, Elias utilizou dados públicos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para calcular a quantidade de água consumida pela produção de milho e comparar esses números com a produtividade do grão nas regiões estudadas. “Não tivemos aplicações práticas imediatas, mas o levantamento de dados e cálculos realizados mostraram uma relação interessante entre o consumo de água e a produção”, comenta Elias.
Relevância social e sustentabilidade
A pesquisa sobre a Pegada Hídrica também toca em um ponto crucial para o futuro: a sustentabilidade. A gestão eficiente dos recursos hídricos é uma preocupação crescente, principalmente em áreas onde o uso da água é intensivo, como na agricultura. O estudo de Elias fornece dados que podem ser utilizados por gestores públicos e privados para melhorar o uso da água, especialmente em culturas de grande importância como o milho, que depende fortemente de irrigação nas regiões semiáridas.
Contribuição acadêmica
Embora a pesquisa não tenha impacto direto na área da Engenharia Elétrica, Elias reforça que o trabalho com bancos de dados complexos e cálculos contribuiu significativamente para sua formação. “Na área da Engenharia Elétrica, não houve impacto direto, mas o trabalho me ajudou a desenvolver habilidades de análise de dados e o pensamento crítico que são fundamentais em qualquer área de engenharia”, destaca.
Além disso, Elias acredita que o envolvimento com a iniciação científica é essencial para qualquer estudante, independentemente de seu campo de estudo. “A experiência me proporcionou uma visão mais ampla sobre a pesquisa acadêmica e o desenvolvimento de projetos, algo que, mesmo não sendo aplicado diretamente à minha área, me trouxe um senso crítico valioso”, afirma.
A experiência de Elias na iniciação científica na Unit foi possível graças ao financiamento de uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao apoio da instituição, que disponibilizou espaço físico e orientação especializada. Elias reconhece que esse suporte foi fundamental para o sucesso de seu projeto. “O financiamento da bolsa foi crucial para me dedicar integralmente à pesquisa, e o suporte da Unit com professores altamente capacitados foi essencial para o desenvolvimento da minha pesquisa”, pontua.
Para os alunos que ainda estão considerando participar de programas de iniciação científica, Elias é enfático. “Eu recomendo veementemente que todos os alunos participem o quanto antes, pois a iniciação científica auxilia no desenvolvimento crítico e orienta o estudante, seja ele interessado em seguir na área acadêmica ou não. É uma experiência transformadora”, finaliza.
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