Promover a autonomia, o bem-estar emocional e a convivência social é parte essencial do Programa de Atenção Integral à Melhor Idade (Paimi) da Universidade Tiradentes (Unit). Dentro dessa proposta, atividades manuais e criativas ganham espaço como ferramentas potentes de expressão, cuidado e terapia. Foi com esse espírito que o Paimi realizou, nesta segunda-feira, 05, mais uma edição da exposição de artes e artesanato no minishopping do campus Farolândia.
De acordo com a coordenadora do Paimi, Zulnara Mota, a mostra reuniu peças produzidas pelas participantes do programa, com destaque para bordados e itens criados a partir de materiais recicláveis. São diversos trabalhos, principalmente bordados de diferentes tipos, além de peças feitas com materiais recicláveis algo que considero extremamente importante, porque reaproveita materiais que, de outra forma, seriam descartados. A natureza agradece, e o resultado é uma produção de baixo custo que, somada ao talento das nossas idosas, se transforma em verdadeiras obras de arte”, destacou.
A exposição é parte do calendário fixo de atividades do programa e foi escolhida para abrir a programação do mês de maio, dedicado às mães. Segundo Zulnara, além de valorizar a produção das participantes, a mostra também cumpre um papel importante ao proporcionar visibilidade e oportunidade de geração de renda. “Hoje em dia, é um pouco mais difícil fazer produção apenas para estocar. A maioria das peças é feita sob encomenda, por causa do aumento no preço das linhas, tecidos e outros materiais. Algumas são produzidas aqui mesmo, especialmente os bordados, e outras são feitas nas casas das participantes. Funciona como uma terapia ocupacional e também ajuda na renda familiar”, explicou.
Integração e terapia
Para a fisioterapeuta e professora da Unit, Maria Jane Aquino, a exposição também representa uma oportunidade educativa para os alunos do curso de Fisioterapia. “É essencial que o aluno compreenda que seu papel vai além da avaliação e do atendimento técnico. O acolhimento, o olhar sensível e todo o contexto que envolve o paciente também fazem parte do processo de reabilitação centrado na pessoa. Então, estar aqui hoje é uma forma de mostrar para essas mulheres que elas são vistas, valorizadas, e que o trabalho que fazem é admirado. Viemos para olhar os produtos delas, elogiar, interagir. Enfim, viver esse momento de troca e socialização que também é terapêutico”, destacou.
Entre as participantes da mostra estava Hulda Maria, que levou peças feitas com juta, bastidores e outros materiais reaproveitados. “São itens úteis e decorativos, pensados para o dia a dia. Tem bonequinhos com detalhes feitos à mão, agendas, suportes de chaveiro. Tudo exige paciência, mas é uma verdadeira terapia para quem gosta”, afirmou. Para ela, o Paimi é mais do que um espaço de atividades: “É uma família. Aqui a gente se distrai, é acolhida, é tratada com carinho e respeito”, complementa.
Com 21 anos de participação no programa, Maria de Lourdes Nunes também levou suas criações para o evento. Especialista em arte com papel, ela reutiliza revistas para criar porta-canetas, sousplats e outros itens. ” Também confecciono toalhinhas, toalhas de fuxico, capas de almofadas e panos de prato personalizados. São essas as peças que produzo com carinho. Aqui é um espaço de entretenimento e cuidado. Como dizem, é bom para a mente. A gente não fica ansiosa, tem sempre algo para fazer. É uma terapia faz bem para a cabeça, para as mãos e para o coração. E assim vamos produzindo, com alegria”, comenta a participante.
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