Realizar um intercâmbio é, para muitos estudantes universitários, um divisor de águas. A vivência em outro país, além de enriquecer o currículo acadêmico e profissional, é capaz de ampliar horizontes, desenvolver a autonomia e fortalecer competências como empatia, adaptabilidade e comunicação intercultural. Dentro dessa perspectiva, programas como o de Mobilidade Acadêmica Internacional (Promai), da Universidade Tiradentes (Unit), têm promovido a troca de saberes e experiências entre alunos de diferentes partes do mundo.
Foi nesse contexto que a estudante colombiana de Enfermagem, Emily Alejandra Ortiz Ospina, encontrou uma oportunidade transformadora. Aluna da Universidad de Boyacá, ela escolheu a Unit para realizar parte da graduação, buscando excelência acadêmica e uma imersão cultural no Brasil especialmente no Nordeste.
“Escolhi a Unit por seu forte reconhecimento nacional na formação em Enfermagem, além de sua estrutura moderna e foco em práticas integradas à realidade do sistema de saúde brasileiro. Outro fator determinante foi a possibilidade de viver uma experiência cultural rica e desafiadora no Nordeste, especialmente em Aracaju, uma cidade acolhedora e vibrante. Buscava uma instituição comprometida com a excelência acadêmica e que me proporcionasse vivências práticas relevantes, e a Unit se destacou nesse sentido”, conta Emily.
Adaptação
A chegada a um novo país sempre envolve desafios, mas a estudante relata que o processo de adaptação foi mais tranquilo graças ao apoio recebido. “No início, enfrentei desafios com o ritmo das aulas, o idioma e as diferenças culturais. No entanto, o acolhimento dos professores, colegas e da equipe internacional da Unit fez toda a diferença. Aracaju é uma cidade com clima agradável, pessoas gentis e uma forte identidade cultural, o que contribuiu para que me sentisse em casa mais rapidamente. Hoje, posso dizer que me sinto parte da comunidade acadêmica e da cidade”, explica.
Para Emily, o suporte oferecido pela Unit foi fundamental para que ela pudesse vivenciar a mobilidade com tranquilidade e foco no aprendizado. “Desde minha chegada, recebi orientações sobre a cidade, a universidade, ajustes curriculares e até apoio emocional. Me senti respeitada e acolhida como estudante estrangeira. Isso me deu segurança para aproveitar cada etapa dessa experiência. Minha buddy me ajudou com transporte, localização, dúvidas acadêmicas e também nos momentos de adaptação emocional. Aprendi muito sobre empatia e solidariedade com essa parceria”, pontua.
Além do suporte institucional, Emily encontrou um grande apoio pessoal: a buddy brasileira Luana Santos Leite, estudante do 5º período de Enfermagem na Unit. Responsável por auxiliar na adaptação da colega estrangeira, Luana conta que o vínculo extrapolou as obrigações do programa.
“Fiquei empolgada por ser buddy de alguém do mesmo curso. No começo, fiquei nervosa, mas logo nos conectamos. Hoje, além de ajudar com questões práticas, construímos uma amizade verdadeira”, relata Luana. O momento mais marcante foi quando percebi a tranquilidade no olhar dela após resolvermos toda a documentação e a estadia. A partir dali, ela pôde simplesmente aproveitar cada nova experiência, e eu me senti feliz por ter contribuído para isso.
Experiências
Apesar de ainda não ter participado de projetos de pesquisa ou extensão, Emily já mergulhou nas práticas clínicas em hospitais e unidades de saúde da capital sergipana, algo que ela considera essencial para sua formação. “Essas experiências me permitiram aplicar os conhecimentos teóricos em contextos reais, aprofundar meu entendimento sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolver minha comunicação com as equipes. Aprendi muito com os atendimentos em setores como UTI, centro cirúrgico e trauma. Foi incrível, por exemplo, poder realizar curativos em feridas complexas, algo que não temos oportunidade de fazer com tanta profundidade na Colômbia”, destaca.
Ela também reforça que o aprendizado técnico veio acompanhado de um crescimento pessoal importante. “A vivência com o SUS me proporcionou uma nova perspectiva sobre políticas públicas e atenção primária, que quero levar comigo para a Colômbia. Também aprendi técnicas clínicas diferentes, aperfeiçoei minha comunicação terapêutica e desenvolvi mais empatia ao lidar com contextos sociais diversos. O contato com tecnologias em saúde e metodologias inovadoras também ampliou minha visão sobre o futuro da Enfermagem”, compartilha Emily.
O curso no Brasil e na Colômbia
Comparando a experiência acadêmica entre os dois países, Emily destaca o diferencial da Unit em promover metodologias ativas e incentivar o protagonismo do estudante. “O que mais me chama atenção é a ênfase na integração entre teoria e prática desde os primeiros semestres. As metodologias são ativas, com discussões em grupo, simulações realísticas e visitas técnicas frequentes. Essa abordagem favorece o pensamento crítico e o desenvolvimento de habilidades clínicas com mais segurança. Também admiro o protagonismo que a Unit dá ao estudante, incentivando a pesquisa e a autonomia acadêmica”, elenca.
Luana, como estudante da Unit, concorda com essa percepção e aponta que a convivência com a intercambista também lhe trouxe aprendizados significativos. “Conversando com a Emily, percebo que o ensino na Colômbia ainda segue um modelo mais tradicional. Aqui temos mais incentivo à prática e à interação. Em contrapartida, a metodologia da Unit se mostra mais inovadora, com abordagens que estimulam mais a prática e a interação. Essa troca cultural tem ampliado minha visão e despertado curiosidade por outras realidades educacionais”, comenta Luana.
Mobilidade acadêmica
Questionada sobre o objetivo inicial da mobilidade, ela responde com entusiasmo. “Meu principal objetivo era crescer como profissional e ser humano, expandindo minha visão da Enfermagem e aprendendo com outra cultura. Queria sair da zona de conforto e me tornar uma profissional mais completa, crítica e preparada para os desafios globais da saúde. Acredito que estou alcançando esse objetivo e até superando minhas expectativas. Cada aula, estágio e interação cultural tem deixado marcas profundas na minha formação”, revela Emily.
Para Luana, a oportunidade de ser buddy também gerou um impacto profundo. “Essa experiência me fez crescer como aluna e como pessoa. Aprendi a enxergar sob novas perspectivas e acredito que o programa de mobilidade é essencial para fortalecer a internacionalização do ensino. Isso contribui para a formação de profissionais mais inovadores e preparados. Quanto mais pessoas participam, mais o programa se fortalece e demonstra seu valor às instituições, incentivando a ampliação dessas redes de contato e projetos internacionais”, finaliza.
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