A dança, além de trabalhar coordenação, equilíbrio e memória, fortalece vínculos, combate o isolamento social e devolve às pessoas idosas o prazer de se sentirem vivas, vistas e valorizadas. Foi com esse espírito que o Programa de Atenção Integral à Melhor Idade (Paimi), da Universidade Tiradentes (Unit), promoveu uma tarde de dança especial na sala de dança. A ação fez parte da programação do mês das mães, celebrada durante todo o mês de maio com atividades diversas voltadas ao bem-estar físico, mental e emocional das participantes do programa.
De acordo com a coordenadora do Paimi, professora Zulnara Mota, a iniciativa integra um calendário pensado com carinho para promover saúde integral. “Iniciamos no dia 5 de maio com uma exposição de artes e artesanatos feitos pelas idosas, que também foram comercializados no Mini Shopping. Depois, tivemos ações com os cursos de Farmácia e Nutrição, que fazem um acompanhamento quinzenal com as nossas participantes”, explicou.
As ações abordaram temas como alimentação saudável e controle de doenças crônicas. “Os alunos de Nutrição falaram sobre a substituição de produtos industrializados por temperos naturais e ensinaram a ler rótulos de alimentos, mostrando como o açúcar muitas vezes aparece disfarçado. Já os estudantes de Farmácia fizeram aferição da pressão arterial e medição da glicemia. Mesmo com poucos casos de diabetes entre as participantes, o acompanhamento é importante”, completou.
Integração e prática
A programação também teve o envolvimento do curso de Fisioterapia, que articulou a tarde de dança como forma de estímulo físico e social. Para a professora Maria Jane Aquino, a ação reforça que a prática fisioterapêutica não se limita ao tratamento convencional. “Hoje a gente promoveu uma tarde de socialização com essas idosas, porque entendemos que a fisioterapia não se resume apenas à atividade física ou ao exercício proposto. Ela vai muito além disso. Uma ação como a dança, por exemplo, faz todo sentido aqui, porque dança é movimento, e movimento é estímulo, e estímulo é fisioterapia. Estamos aqui com esse olhar, pensando no bem-estar que essas idosas merecem”, destacou.
Ainda segundo a professora, o momento também representa uma vivência formativa importante para os estudantes. “Esses são alunos do sétimo período, e essa experiência é fundamental para que eles compreendam que fisioterapia vai além da sala de aula, da avaliação e da prescrição de tratamento. Trabalhamos com uma abordagem centrada no ser humano, nas necessidades de cada paciente. Então, ao participarem dessa ação de socialização, onde há troca de conhecimentos e de gerações, os alunos vivenciam algo muito marcante, tanto para o desenvolvimento profissional quanto pessoal, complementa Maria Jane.
Para a aluna Maria Luiza Fragoso, do 7º período de Fisioterapia, a oportunidade de estar próxima do grupo reforça o lado humano da profissão. “Desde que comecei a atuar no programa, percebi o quanto esse tipo de experiência é importante. Aqui a gente aprende a lidar com as pessoas de maneira mais sensível e próxima”, destaca.
Convivência e vínculos
Mais do que os cuidados com a saúde, o Paimi oferece também um espaço de convivência regular, que impacta diretamente o dia a dia dos idosos. “Elas relatam uma melhora significativa na qualidade de vida. A interação entre as participantes é constante e importante para o bem-estar delas. Muitas chegam aqui em estado de tristeza ou até mesmo depressão, e passam a se sentir mais motivadas e ativas”, afirmou Zulnara.
É o caso de Ulda Maria, participante do programa há cinco anos. “Para nós, idosos, é muito importante esse acolhimento e essa convivência. Hoje tenho dois dias da semana dedicados ao Paimi, com oficinas de artesanato, costura e bordado. Isso faz diferença na rotina”, disse.
A estrutura oferecida e o ambiente também contribuem para o engajamento. “Aqui é um lugar maravilhoso. A gente se sente em casa. As professoras são incríveis, e as colegas também. Antes eu era uma pessoa depressiva. Hoje sou outra pessoa”, relatou Maria José, também integrante do grupo.
Para animar a tarde de dança, o tecladista e artista plástico Genival Melo foi convidado a participar do evento. “Fui chamado por uma das participantes e gostei muito da interação do grupo A importância, em primeiro lugar, é a experiência que vou adquirindo ao longo dos anos. Cada ambiente diferente que eu conheço, cada lugar que eu chego, é uma oportunidade de aprender algo novo. Isso me torna uma pessoa mais madura, mais realizada… e, com certeza, mais feliz também”, disse.
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