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Doutorando do PBI participa de estudo sobre membranas na Espanha

A pesquisa coordenada por professora da Unit e com participação de outras universidades, tem parte de seus trabalhos realizados na Universidad de Granada; objetivo é desenvolver uma alternativa para o tratamento contra o câncer de pele

às 21h55
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O aperfeiçoamento de técnicas e insumos para o tratamento de câncer de pele é o objetivo perseguido pelo pesquisador Pedro Ellison Santos do Nascimento, aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI), da Universidade Tiradentes (Unit). Ele é um dos que atuam no estudo sobre o desenvolvimento de membranas por layer-by-layer incorporada com fotossensibilizadores, como potencial tratamento fotodinâmico contra a doença. Esse projeto é coordenado pela professora-doutora Patrícia Severino, do PBI, e tem a participação de uma equipe da Faculdade de Farmácia da Universidad de Granada (UGR), em Granada (Espanha), onde Pedro deve permanecer até a conclusão do projeto, prevista para abril de 2026. 

A oportunidade de ir à Espanha surgiu a partir da aprovação do projeto de Patrícia em uma chamada pública internacional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aberta para apoiar projetos internacionais de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. Além da Unit e da UGR, ela também tem a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da University of Dublin, em Dublin (Irlanda). De acordo com Pedro, a professora já mantinha uma colaboração com duas pesquisadoras da UGR: Beatriz Clares Naveros e Raquel de Melo Barbosa, que têm ampla expertise na área da biotecnologia e também participam do projeto. 

“Este projeto está ampliando significativamente meu horizonte em termos de pesquisa. Minha formação de base em Química sempre esteve muito focada na compreensão dos processos. No entanto, ao ingressar no doutorado em Biotecnologia Industrial, passei a compreender melhor como aplicar esse conhecimento na prática, algo que tem se intensificado ainda mais aqui em Granada. A Universidade de Granada conta com um centro de investigação avançado, que oferece acesso a técnicas analíticas mais sofisticadas, o que tem contribuído diretamente para o fortalecimento da produção técnico-científica”, afirma Pedro. 

Em Granada, o pesquisador sergipano trabalha diretamente com o desenvolvimento da produção de uma membrana através da técnica de layer-by-layer, que consiste na formação de nanofilmes na superfície de membrana. “Por meio dessa técnica é possível aprisionar princípios ativos e assim realizar a entrega controlada de fármacos. Outro fator importante desse trabalho é o direcionamento que vamos dar para esse material, pois o foco de aplicação é para o tratamento do câncer de pele a partir da terapia fotodinâmica, que utiliza o princípio ativo, também chamado de fotossensibilizador para atacar as células cancerígenas”, explica. 

Alternativa

De acordo com Ellison, essas membranas são feitas a partir da quitosana, um polímero natural que é extraído de crustáceos como caranguejos e camarão. E são submetidas à ação de fotossensibilizadores, substâncias sintéticas ou naturais que possuem a capacidade de interagir com a luz e gerar espécies reativas de oxigênio. “Esse biopolímero apresenta alta biocompatibilidade e biodegradabilidade, sendo uma ótima alternativa para a produção dessas membranas”, diz ele, acrescentando que o principal objetivo do estudo é verificar a eficiência do uso dessa membrana com o princípio ativo incorporado na terapia fotodinâmica, além de entender a eficácia desse tratamento frente ao câncer de pele. 

O projeto vincula-se à linha de Pospecção e conversão de produtos vegetais do PBI, pois utiliza produtos naturais para o desenvolvimento de terapias alternativas para o câncer de pele. A pesquisa está em sua etapa inicial, com foco no processo de produção das membranas e incorporação do princípio ativo. 

Segundo o doutorando, o desenvolvimento de membranas poliméricas representa uma alternativa promissora para o tratamento da doença, pois elas permitem a liberação controlada e localizada de fármacos. “Isso propicia tratamentos menos invasivos, atenuando efeitos adversos e promovendo maior conforto ao paciente oncológico. A sua produção relativamente simples e de baixo custo pode tornar a terapia mais acessível a populações vulneráveis e a regiões com menor infraestrutura de saúde, promovendo maior equidade no acesso ao cuidado. Além disso, por serem membranas produzidas com materiais biodegradáveis, o projeto reforça o compromisso com a sustentabilidade”, argumenta. 

A tese

Pedro Ellison está há dois anos e 10 meses no doutorado do PBI, cuja tese está sendo desenvolvida em paralelo com a participação no projeto em Granada. A tese, que deve ser defendida em meados de 2026, é uma pesquisa sobre o desenvolvimento de um fotoprotetor utilizando nanotecnologia, e cujos trabalhos também vem sendo feitos parcialmente na UGR, a partir da experiência e dos conhecimentos que vem adquirindo nas pesquisas. 

“Esta experiência tem sido extremamente valiosa, pois aqui [em Granada] é possível aprender diversas técnicas de caracterização físico-química, não apenas do ponto de vista teórico, mas também no manuseio prático dos equipamentos. Esse processo é fundamental para o amadurecimento profissional, contribuindo diretamente para a correta compreensão e interpretação dos resultados. Dessa forma, o período aqui na Espanha tem sido essencial, não apenas para o avanço da minha tese, mas também para o meu desenvolvimento enquanto pesquisador”, afirma Pedro, que sempre participou de pesquisas científicas e durante a graduação e o mestrado em Química, ambos na UFS. 

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