Os cursos de graduação da modalidade EaD (Ensino à Distância) estão passando por uma série de adaptações para aperfeiçoar sua qualidade e manter sua proximidade e atratividade junto aos alunos, além de se adequar às novas diretrizes determinadas em portaria recente do Ministério da Educação. Estas questões foram debatidas no webinar “A nova EAD: o Marco Regulatório na Prática”, promovido na última terça-feira, 17, pela consultoria Hoper Educação, e que teve como convidada a professora Karen Sasaki, gerente acadêmica de Educação à Distância da Universidade Tiradentes (Unit).
O evento teve ainda participação do professor Franklin Portela, coordenador do Núcleo de EaD da Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista (SP); do engenheiro sênior de Soluções da empresa D2L (Desire2Learn), Alberto Maixner; e do diretor da D2L no Brasil, Peterson Theodorovicz; com mediação do professor e jornalista João Vianney, sócio-consultor da Hoper.
O webinar tratou dos principais pontos que passaram a ser exigidos pelo decreto do MEC para regular o funcionamento dos cursos da modalidade EaD no Brasil. A nova norma, publicada no dia 19 de maio, trata de questões como controle de presença, sessões síncronas, diversos modelos avaliativos, engajamento acadêmico, formação e apoio para professores e mediadores. Durante o evento, Sasaki e os outros convidados apresentaram ideias e reflexões importantes sobre os desafios do atual cenário educacional, além de algumas boas práticas que vêm sendo adotadas tanto pela Unit quanto por outras instituições de ensino pelo Brasil.
Entre as principais, estão o uso da rastreabilidade através dos sistemas e ambientes virtuais para melhorar a aprendizagem, uma maior integração entre o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) e o sistema acadêmico, o uso da inteligência artificial para ajudar na gestão e no apoio à aprendizagem, a adoção de avaliações identificadas com devolutivas qualificadas e fundamentadas (inclusive digitalmente), e o emprego de metodologias ativas e objetos inovadores, que estimulem a aprendizagem colaborativa em aulas síncronas e assíncronas.
“Existem múltiplas formas de conseguir engajar um aluno com conteúdo, tecnologia e interação, para criar nele um senso de identidade. E a gente faz isso com metodologias, com inovação e tecnologias, de modo que tudo isso faça sentido e se conecte com o mundo profissional e com a expectativa que esse aluno tem. O aluno matriculado no EaD vem em busca de qualificação profissional e de melhoria da sua qualidade de vida. Quando ele chega lá no ambiente virtual e se depara com o professor, isso precisa fazer sentido para alinhar a expectativa com a qual ele chega, fazer conexão com o propósito de ele estudar, confiar o seu tempo a um processo de aprendizagem. Para isso, a gente pode incluir conteúdos que de fato encantem esse aluno, que ele de fato consiga ficar preso nessa plataforma, e ao mesmo tempo que a tecnologia possa ajudar”, analisa Karen.
A ideia, segundo a gerente, foi mostrar que o uso da tecnologia pode ser uma grande aliada dos professores e das instituições para garantir a qualidade educacional, rastreando o progresso de cada aluno, dando retornos (feedbacks) personalizados em avaliações e mantendo o engajamento acadêmico em alta. “Cuidem dos alunos, cuidem dos professores e usem a tecnologia para isso. Não queiram ser a ‘mulher-maravilha’ de resolver tudo sozinho. Usem a tecnologia a favor de vocês, que ela vai ser com certeza a principal aliada para o sucesso dos alunos, para a vida dos professores e para o monitoramento das instituições”, resumiu a gerente.
Oportunidades
As ideias foram corroboradas pelos outros participantes do webinar, que defenderam a adoção das tecnologias para somar ao trabalho dos professores e gestores acadêmicos para a melhoria da qualidade dos cursos à distância. “Mais que tecnologia e consultoria, é doação e criação. Eu partilho muito de uma frase da Karen: ‘Eu quero a tecnologia invisível, intuitiva, que não dê trabalho para o meu aluno, nem para o meu professor, nem para o meu técnico administrativo’. A tecnologia invisível leva a uma fluidez ao longo do processo, e eu sei que todos nós estamos em sinergia em prol disso”, disse Vianney.
O representante da USF destacou que as novas regras do EaD abriram uma janela de oportunidade para o aprimoramento de técnicas e ferramentas que redundem no melhoramento dos próprios cursos. “Que as instituições de ensino aproveitem as novas exigências para aprimorar a gestão de permanência e sucesso dos alunos. Isso vai fazer diferença no processo de qualidade e de aprendizagem dos alunos na instituição. E que o professor potencialize sua docência no aprofundamento das ferramentas da sua própria instituição, através das capacitações que elas oferecem, conheça mais profundamente o seu ambiente virtual e comece a utilizar a inteligência artificial para potencializar a gestão da sua sala de aula e das suas aulas síncronas que vêm por aí”, exortou Portela.
“Educação é servir. Servir ao nosso aluno, aos colegas, às novas normas…e não encarar essas mudanças tão necessárias apenas como um cumprimento de normas. Neste webinar, eu estive servindo a todos. Respondi todas as perguntas no melhor que o meu conhecimento permitiu, coloquei cases de sucesso para dar suporte à transformação digital tão esperada pelas instituições nesse novo marco regulatório. Quando a tecnologia certa se conecta com o propósito, como o que a gente fez nesse webinar, tudo isso fica possível. É isso que nos move aqui na D2L. A gente segue junto construindo uma educação mais forte para o Brasil, mais humana e sustentável, suportada pela tecnologia certa e juntamente com a consultoria da Hoper”, completou Peterson, que dirige a empresa especializada em plataformas e sistemas de conteúdo acadêmico e gestão de aprendizagem.
O conteúdo completo do webinar pode ser conferido aqui.
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