Devido ao grande crescimento do mercado de educação privada, o número de brasileiros formados por meio da modalidade de Educação a Distância (EAD) também aumentou. Atualmente, de cada dez estudantes universitários, quatro estudam de casa, uma proporção que multiplicou desde o ano de 2016.
Com esse alto crescimento, é notório que o país está formando uma geração de professores sem muito contato com a sala de aula, já que com a tecnologia as salas de aula virtuais cumprem o mesmo papel, são 61% dos estudantes de cursos de licenciatura que fazem EAD. Há cinco anos atrás, eram apenas 42%, de acordo com dados do Censo da Educação Superior, publicado no mês de novembro de 2022 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Essa alta adesão, de acordo com a gerente acadêmica EAD da Universidade Tiradentes (Unit), Karen Sasaki, é reflexo de uma sociedade que tem percebido que os cursos de graduação a distância têm cada vez mais investido em novas soluções, metodologias e formatos. E todas essas melhorias que foram ocorrendo ao longo da última década, acarretaram em uma maior credibilidade do processo de ensino e aprendizagem mediados por tecnologia nesta modalidade.
“Associado à melhoria de qualidade, ao investimento em novas soluções e ao mesmo tempo à mensalidade, uma vez que as pessoas conseguem pagar um pouco mais barato com a flexibilidade e os diferenciais de qualidade, elas começaram a perceber que vale a pena investir neste ensino como uma alternativa. O EAD, hoje, não se trata mais da única possibilidade de estudo que o aluno possui, mas sim, de uma modalidade que se adequa ao seu perfil de vida, rotina de trabalho, flexibilidade, a sua necessidade de uma promoção ou de uma transição de carreira, representando um desejo de acesso ao ensino superior associado a outros sonhos particulares desses alunos”, elenca a gerente acadêmica.
Pandemia e EAD
A pandemia fortaleceu e acelerou o processo de compreensão de como aprender através de recursos de tecnologia. Durante a pandemia todo o ensino presencial ou online ficaram síncronos e online, o que significa que as pessoas começaram a descobrir que é possível aprender com um professor orientando e guiando os estudos de forma remota, evidentemente com tecnologia e se questionarem o porquê elas devem sair de casa para assistir a aula do professor se ele pode fazer isso remotamente.
Elas também passaram a se perguntar se precisam mesmo se deslocar para fazer uma atividade que pode ser feita online. “Sem dúvida o conceito de presencialidade e virtualidade são muito bem definidos. Na presencialidade ele não vai apenas ouvir o professor falando. Ele quer falar também, interagir, além de precisar mostrar o quanto aprendeu. A universidade também tem um papel tanto de socialização quanto para experimentar, ou seja, colocar a mão na massa”, destaca Karen.
A gerente ainda ressalta que um dos grandes desafios do professor é perceber que não vale a pena deixar o aluno sair de casa, a 200 km de distância para estudar, sendo que ele poderia estar assistindo a aula no conforto da própria casa. Além de desenvolver habilidades que dificilmente um aluno do ensino presencial teria mais facilidade para desenvolver.
“Acho que existem competências desenvolvidas em alunos formados a distância que não é possível ver de forma tão clara como alunos do presencial. Por exemplo: responsabilidade, colaboração, solidariedade, ferramentas fora de discussões, persistência, redação, onde o aluno escreve bastante, e isso para o mercado de trabalho são grandes diferenciais. Quem não quer um profissional responsável, que ajuda o colega, que tenha habilidades com tecnologia?”, questiona a gerente.
Credibilidade
São incontáveis as vantagens que a modalidade de ensino oferece, e o melhor, em algumas instituições, os cursos são 100% aprovados pelo Ministério da Educação (MEC), como é o caso da Universidade Tiradentes, onde o EAD possui o mesmo diploma do presencial, o mesmo Exame Nacional de Desenvolvimento dos Estudantes (ENADE) e o mesmo cumprimento mínimo de integralização.
“O EAD tem, no mínimo, os mesmos requisitos legais, acadêmicos que a modalidade presencial. Porque no mínimo? Porque ele pode ir além, trabalhando com objetos de realidade aumentada como trabalhamos durante nossas aulas, trabalhar com tecnologias que não necessariamente existem em uma aula presencial, existem metodologias próprias sendo, no mínimo, igual ao presencial”, explica.
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