É fato que o Ensino a Distância (EAD) ficou ainda mais reconhecido com a chegada da pandemia, pois foi apenas por meio da educação online que as aulas puderam ter continuidade quando as instituições de ensino precisaram fechar as portas temporariamente. Entretanto, o EAD vai muito mais além das videoaulas gravadas.
A modalidade, que teve início com cartas e apostilas, pode envolver ferramentas que vão de Inteligência Artificial (IA), realidade aumentada e até mesmo WhatsApp. A professora tutora da Universidade Tiradentes (Unit), Eunice Aparecida Borsetto, define IA como a capacidade de máquinas aprenderem, perceberem e decidirem sobre procedimentos diante de determinadas situações, sendo esse um processo que está cada vez mais frequente no dia a dia.
Com o aparecimento da COVID-19, a procura dos cursos EAD também foi acelerada, impulsionando ainda mais o desenvolvimento de novas ferramentas para a área da educação. O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), é um exemplo claro dessa evolução, bem como o uso do WhatsApp para fins acadêmicos.
“Na plataforma AVA, podemos encontrar as IA nos pop-up de respostas ao fórum, e-mail e novas postagens em novidades na disciplina, nos desafios das Unidades de Aprendizagens (UA ‘s), além dos cálculos de notas e envio de mensagens para o celular e e-mail do aluno. O WhatsApp geralmente é utilizado como ferramenta para agilizar a comunicação entre grupos de professores, professores tutores presenciais e seus alunos, e entre os próprios alunos”, explicou a professora tutora.
Eunice ressalta que o uso da Inteligência Artificial (IA) no AVA e do WhatsApp, propiciam rapidez na comunicação, solução de dúvidas e problemas frequentes entre professores, professores e alunos, bem como, da interação entre os próprios alunos do EAD na elaboração de trabalhos, a exemplo da Produção de Atividade Significativa (PAS).
“É importante ressaltar que o uso da Inteligência Artificial (IA) e do WhatsApp, mais do que propiciar agilidade e confiança no processo, oportuniza um contato mais humano entre todos os envolvidos, ponto fundamental dentro do processo de ensino aprendizagem. Na relação professor e aluno estas mesmas ferramentas são utilizadas como motivador socioemocionais e de pertencimento com o aluno, fazendo com que o período de formação seja uma experiência prazerosa”, enfatiza Eunice.
WhatsApp como aliado
Muitos ainda acreditam que por ser um ensino online, a aprendizagem torna-se solitária, já que o aluno vai estar em casa, longe de colegas e dos professores, mas é neste ponto que essas pessoas se enganam, já que com as redes sociais, onde todos estão conectados, é possível manter essa interação, e o melhor, a qualquer hora e a qualquer momento.
A estudante do curso EAD de Pedagogia da Unit, Isadora Caldas, não enxerga o WhatsApp apenas como um aplicativo de mensagens instantâneas, ela também o utiliza como uma ferramenta de estudo, principalmente na organização de materiais, reuniões virtuais e até mesmo para encontrar ou armazenar instrumentos para o nicho de conhecimentos aplicados por integrantes de um determinado grupo, que podem servir como inspiração para a prática do conhecimento.
“Geralmente eu busco filtrar grupos que possam de fato somar em minha trajetória, ou seja, que estejam inteiramente ligados ao meu propósito, uma vez que, caso tenha diversas temáticas de grupos, eu sinto que meu foco diminui, então, prefiro silenciar aquele grupo de amigas, o da família até eu concluir a atividade planejada”, destacou a aluna.
Isadora participa de quatro grupos de estudos, dois são da faculdade, sendo eles um de Psicologia, sua primeira graduação e outro para concurso, mas, durante toda a sua trajetória acadêmica já participou de vários. “Atualmente meus grupos de estudos são de poucos membros, tendo ambos objetivos de compartilhar materiais que venham complementar na área científica do aprendizado, seja ele um artigo, evento, aulas gratuitas e até mesmo recursos lúdicos para a minha área de pesquisa”, conta.
A estudante conta que como muitos alunos, no início, ela sentia falta de uma interação instantânea, mesmo tendo o fórum de participação, onde era possível interagir, mas que após criar o grupo, muitos alunos que queriam desistir do curso por ter alguma dificuldade, ou até mesmo apresentar algum tipo de resistência a plataforma, conseguiu da continuidade, uma vez que os membros foram se ajudando no processo das atividades.
“Compartilhamos no grupo o esboço da atividade que pode ser utilizada como espelho na formatação da ABNT solicitada pelo próprio professor, o que parece ser simples, mas, alguns alunos têm dificuldade, como um dia eu também tive, e acredito que o WhatsApp é um meio importante para a inclusão digital. E, por exemplo, aprendi em um grupo do WhatsApp como salvar aquele material do Word no formato em PDF e são essas coisas minúsculas que pode ser um motivo final de acreditar que não somos capazes de obter um diploma”, conta.
Embora o WhatsApp seja um excelente aliado, o seu uso sem planejamento se torna um grande vilão. E, para não perder o viés, a estudante conta que é necessário acompanhar os eventos ofertados que podem contribuir no banco de horas para faculdade; em eventos de publicação de pesquisa; e, até mesmo algum edital para concurso.
“Como estamos na era da superinformação, tenho um grupo que uso para colocar todo o material encontrado, e ao enviar cada conteúdo, coloco uma palavra-chave, caso eu queira ter acesso aquele material, vou na lupa do aplicativo e já consigo a ter acesso ao instrumento pesquisado É uma ferramenta universal, onde podemos encontrar diversos materiais e até mesmo linhas de pensamento, devemos ter cuidado e saber filtrar tais informações, mas, é de grande valia para o meio acadêmico”, exemplifica.
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