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Problemas gástricos estão associados à má alimentação

Especialista faz um alerta quanto à importância da alimentação saudável para o bom funcionamento do aparelho digestivo e prevenção de doenças.

às 17h23
A busca crescente por uma alimentação mais natural, orgânica e livre de aditivos químicos tem chamado a atenção de empreendedores dispostos a investir. Isso significa que mais pessoas se preocupam com a saúde e têm buscado alimentos mais saudáveis para o dia a dia, mas ainda tem muita gente se rende ao “fast food” dos comercias e continua comendo pesado demais para o organismo digerir sem precisar que a azia ou outro mal-estar apareça.
Médica gastroenterologista do DeCós Day Hospital Priscila Lopes
Médica gastroenterologista do DeCós Day Hospital Priscila Lopes
"Azia e má digestão estão relacionadas a uma alimentação mais pesada e carregada de sódio e gordura", diz médica.
Alimentação saudável previne problemas gástricos
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Maus hábitos alimentares como esses acabam prejudicando o funcionamento do aparelho digestivo e causando problemas gástricos. A depender do perfil do paciente, a médica gastroenterologista do DeCós Day Hospital Priscila Lopes gosta de atuar com nutricionistas e psicólogos associados. Para ela, a saúde começa pela boca, e a alimentação também pode estar relacionada à ansiedade.

“A maioria dos brasileiros come com pressa, não mastiga bem o alimento, pula as refeições, faz muito lanche do tipo “fast food” e ainda é sedentário, com aumento e diminuição de peso frequentes. E esse quadro contribui para o surgimento de outras doenças. No meu consultório, atendo pessoas que têm alimentação inadequada e aí preciso trabalhar não só a parte gástrica, mas também tento auxiliar a mudar os hábitos. Porque a saúde começa pela boca. A mastigação influencia muito por mandar informação para o cérebro começar todo processo digestivo. Então, tudo está relacionado”, considera.

Hábitos alimentares

Segundo ela, quanto melhor é a alimentação da pessoa, consumindo frutas e vegetais frequentemente, menos desconfortos gástricos a acometerá. “Azia e má digestão estão relacionadas a uma alimentação mais pesada e carregada de sódio e gordura. Ao comer alimentos que fazem distensões gástricas, o estômago vai tentar melhorar a digestão para que o bolo alimentar siga ao intestino da forma correta. Por isso que o empachamento se dá em pacientes que comem em grande quantidade, com líquido associado à refeição e sem mastigar bem”, completa a gastroenterologista.

Pela popularidade de doenças como gastrite, a médica conta que pacientes chegam a pensar que se trata de uma doença hereditária, já que pais e filhos apresentam esse problema com facilidade. “As pessoas acham que é familiar porque membros da família geralmente têm os mesmos hábitos alimentares, comem do mesmo jeito e a gastrite chega para todo mundo. Quando existe uma desordem alimentar começam os problemas gástricos, como a mais comum, gastrite, pois a camada de bicarbonato de sódio que existe no estômago como camada protetora já não supre mais quando a alimentação vem carregada”, explica.

Automedicação

Refluxo, empachamento, azia e gastrite são as principais queixas de quem não melhora a qualidade do alimento no dia a dia. E as farmácias estão repletas de opções para amenizar os incômodos sem que seja necessária prescrição médica. “Tem que cair por terra essa história de tomar medicação para o estômago continuamente. Há estudos que mostram que o uso prolongado de inibidor de bombas de prótons, para tratamento de doenças gástricas [como omeprazol], por mais de seis anos, pode levar à anemia, osteoporose, formação de pólipos e ainda acelerar o processo de demência em pessoas que tenham essa predisposição”, orienta.

Segundo a médica gastroenterologista, se for constatada alguma lesão, a cicatrização só acontece com tratamento adequado. “Porque a pessoa pode ter alguma gastrite relacionada com a bactéria que vive no estômago, a H.pylori, que se adquire por água e alimentos contaminados. Por isso, é importante se preocupar com tudo que se é ingerido e, se preciso for, mudar os hábitos. Não adianta se preocupar com tudo e roer unha, por exemplo. Noções de higiene e alimentação saudável são importantes”, reforça.

Alimentação saudável

Como as pessoas mais jovens têm mais predisposição a mudar hábitos de vida, a médica gastroenterologista procura sempre conversar bastante com cada paciente. “É aí que eu inicio o incentivo a uma alimentação balanceada associada a práticas de atividades físicas frequentes. Mas nas pessoas mais idosas fica mais difícil. Mesmo assim, eu não desisto fácil”, brinca.

Só no ano passado, o mercado brasileiro de alimentos e bebidas saudáveis alcançou R$ 93,6 bilhões em vendas. Entre todas as categorias do segmento, a de orgânicos teve o maior avanço dos últimos cinco anos, de 18,5%. Os dados são de um estudo da agência de pesquisas Euromonitor Internacional publicado em fevereiro deste ano.

Atendimento

Os atendimentos com a gastroenterologista Priscila Lopes ocorrem sempre às segundas-feiras, a partir das 14h, e precisam ser agendados junto à secretaria do DeCós Day Hospital pelo telefone 3218-2300.

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