Foi realizada durante toda esta segunda-feira, 11, no Bloco G do Campus Farolândia, a 2ª Mostra PIPEX (2ª Mostra de Práticas Inovadoras de Pesquisa e Extensão), que reúne projetos de pesquisa e extensão elaborados e desenvolvidos por alunos de seis cursos ligados ao Projeto Inova Tiradentes: Administração, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Mecânica e Psicologia. Eles apresentaram cerca de 60 projetos que se destacaram ao longo do segundo semestre de 2023, e foram escolhidos para a mostra em cada curso.
O coordenador de extensão da Universidade Tiradentes (Unit), professor Geraldo Calazans, explica que cada projeto corresponde a uma intervenção concreta e direta em comunidades e localidades de Sergipe, em parceria com empresas, órgãos públicos, ONGs e lideranças comunitárias. Tais intervenções acontecem com base no conteúdo ensinado nas aulas e sob a supervisão e orientação de professores, buscando atender a demandas reais da sociedade. “Na verdade, o projeto é desenvolvido por um semestre inteiro, onde na primeira metade do semestre, ou seja, no primeiro trimestre, é feito o diagnóstico e no segundo trimestre é feito a intervenção a partir do diagnóstico”, diz.
As exposições aconteceram nos três turnos (manhã, tarde e noite), sendo abertas à toda à comunidade universitária e para avaliadores externos, que são convidados de outras instituições e elegeram o melhor trabalho de cada curso e de cada turno, cujos vencedores receberam uma premiação. “Para a Unit, esta é a comprovação do trabalho que está sendo feito, da efetividade do Modelo Inova e da efetividade do PIPEX. Para os alunos, é muito importante eles apresentarem o fruto do trabalho que desenvolveram ao longo do semestre todo”, afirma Geraldo.
Entre os avaliadores externos que acompanharam as apresentações, estava a pesquisadora Hannah Silva Linhares, que é mestre em Direitos Humanos pela Unit, foi professora de extensão e começou a fazer recentemente um doutorado em Direitos Humanos e Sociedades Contemporâneas, na Universidade de Coimbra, em Portugal. “É sempre muito legal para uma pessoa que gosta e entende a importância da extensão universitária, e é muito legal ver o resultado, a trajetória final deles e o processo que eles fizeram. Eu vi temáticas super importantes de direitos humanos, como a importância das comunidades quilombolas, a demarcação de terras, as comunidades LGBTQIAP+. Ver que os alunos estão pesquisando, procurando essas comunidades para agir com elas é muito legal”, afirmou ela.
Marca social
A forte marca social dos projetos elaborados pelos alunos também foi destacada como uma perspectiva relevante pelo coordenador da área de Direito da Unit, professor Mário Jorge Forte. “A identificação dos problemas da sociedade e a apresentação de resultados e alternativas para a solução desses problemas, utilizando o Direito, é uma forma que o estudante tem de aperfeiçoar aquele aprendizado de sala. Apresentar esses trabalhos nessa Mostra PIPEX, é uma forma de a gente trocar essas experiências, mostrar para todos as pesquisas que estão sendo feitas e como o Direito se encaixa como instrumento de solução de alguns problemas que a gente identificou na sociedade”, ressaltou.
Um dos projetos apresentados envolveu um alerta sobre os riscos causados pela divulgação de jogos de azar não-legalizados. A equipe das estudantes Renata Correia Acosta e Alice Gomes Monteiro, ambas de Direito, fez um trabalho de conscientização com alunos do Ensino Médio em uma escola do bairro Aruana, em Aracaju. “Nós pegamos informações sobre os influencers das plataformas e das mídias sociais que divulgam esses jogos de azar. Nós estamos trazendo aqui os riscos dessas pessoas que investem seus dinheiros de forma cega, sem saber se o lucro será certeiro ou não”, explicou Renata. É muito gratificante a gente adquirir conhecimento na faculdade através desse projeto e passar para outras pessoas, seja a escola ou outros âmbitos que não passam o mesmo conhecimento”, completa Alice.
O aluno David Juan Ferreira Rodrigues, também de Direito, atuou em uma equipe que deu assistência em questões trabalhistas e previdenciárias em comunidades quilombolas da região da Barra dos Coqueiros. Ele conta que muitos destes quilombolas têm direito a uma aposentadoria especial do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e não tinham conhecimento disso. “Eu achei bastante impactante. Gosto muito dessa área de projeto, de a gente mesmo fazer o andamento do processo, e achei bastante bom, até porque o nosso professor coopera bastante, deixa tudo claro e explica quantas vezes eu preciso. Hoje eu vou estar mais preparado dentro da própria faculdade”, destacou.
Novas parcerias
Atualmente, o PIPEX conta com mais de 40 parceiros para o desenvolvimento dos projetos desenvolvidos no âmbito dos cursos do Inova Tiradentes. No entanto, este número poderá ser ainda maior. “Porque há uma necessidade muito grande de a gente estar aumentando, inclusive essas parcerias, à medida que novos alunos vão entrando no PIPEX e no Inova. E nós temos um grande número de órgãos públicos, empresas públicas, empresas privadas, ONGs, comunidades de forma geral, quilombolas, escolas públicas, escolas privadas… um grande número de parceiros para que os alunos possam desenvolver essas atividades”, afirma Calazans.
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