Por Raquel Passos e Nivaldo Menezes
Aprimorar processos, alinhar objetivos e aperfeiçoar recursos são propósitos do projeto Avaliação Simulada Virtual desenvolvido com a participação de docentes das unidades do Grupo Tiradentes – Universidade Tiradentes e Faculdade São Luís de França em Sergipe; Centro Universitário Tiradentes, em Alagoas; Facipe e Faculdade Tiradentes, em Pernambuco. O projeto ganhou força desde a última semana de janeiro.
De acordo com o superintendente acadêmico, professor Têmisson José dos Santos, a iniciativa é importante para reavaliar os processos de aprendizagem das instituições com tranquilidade. “A ideia é identificar e sanar, com antecedência, todos os pontos que precisam ser melhorados até que nos mantenhamos no nível do Ministério da Educação”, explica.
Com essa antecipação de possíveis oportunidades de melhorias, é possível enxugar e otimizar os custos e priorizar a qualidade acadêmica. “O resultado é, sem dúvida, uma visão integrada. Quando simulamos a implantação de um curso para daqui a seis meses ou um ano, atuamos nas duas vertentes, uma vez que essa antecipação nos dá condições de integrar e identificar o que há de providência a ser tomada. Com isso, evitamos retrabalho”, conclui o superintendente Têmisson.
“A avaliação é muito importante para que possamos entender a movimentação da máquina educacional. Nós, enquanto professores, estamos na etapa final desse processo de produção e não percebemos ao certo o que antecede o momento da sala de aula. Por isso, ter conhecimento mais aprofundado sobre a legislação educacional interfere positivamente no meu trabalho em sala de aula, soma com a instituição. A gente se qualificando também melhora o nosso serviço dentro do GT”, diz Flávia Góis, professora de Direito da Faculdade São Luís de França.
Metodologia
Para executar a Avaliação Simulada Virtual, a plataforma G Suite for Education, da Google, foi utilizada. “Assim, criamos ambientes de avaliação e a retratamos por meio de seus indicadores, documentos e evidências. É uma forma de termos histórico documental de cada curso. Como todo esse processo é online, tudo também se mantém arquivado na nuvem – fotos, vídeos e documentos de alunos, gerando um consistente banco de dados”, considera a coordenadora do projeto e procuradora institucional, professora Juliana da Silva Dias. A ideia é consolidar um banco de dados de cada IES do Grupo Tiradentes.
A plataforma G Suite for Education é um conjunto de ferramentas que envolve o Google Class (salas de aula virtuais). Para o projeto desenrolar, um dos embaixadores do projeto simula o Inep (avaliador oficial), já os coordenadores e demais responsáveis pelos documentos do curso simulam, nessa etapa, serem os alunos.
“É estipulado um prazo, simulando a avaliação real do Inep. Após esse preenchimento de documentos, nós retiramos o coordenador da turma e inserimos os avaliadores para analisá-los. Eles também preenchem um formulário que gera a nota simulada do curso. Um grande diferencial da plataforma é que não temos limite de tamanho de arquivo – o espaço na nuvem é ilimitado”, explica o professor embaixador Cássius Oliveira.
Como tudo acontece online, os documentos podem ser construídos de forma compartilhada, procedimento que não ocorria anteriormente. “Antes cada um atuava no seu setor e em sua área, elaborando seus próprios documentos. Agora, com o G Suite, esses textos são construídos de forma colaborativa. O diálogo favorecido por meio dessa plataforma é um grande ganho, não só para a avaliação, mas para o cotidiano do curso”, explica a procuradora institucional Juliana Dias.
Comissão avaliadora
O processo de avaliação deve ser contínuo e envolve toda gestão acadêmica, administrativa e financeira do Grupo Tiradentes. Todos os professores que atuam como avaliadores são previamente capacitados pelos embaixadores do Google para o uso da ferramenta G Suite, e na avaliação em si, por avaliadores do próprio Inep. A prática avaliativa representa, ainda, uma revisão da própria prática docente. “Teremos professores mais conscientes do que é requisito de qualidade, para um curso de graduação funcionar – tanto de forma regulatória, quanto no que diz respeito à qualidade do curso ofertado”, acredita o superintendente Têmisson.
Segundo ele, o diferencial está no fato de que o olhar dos avaliadores internos recai sobre a cultura da instituição em que trabalham. “O professor daqui avalia Alagoas, enquanto o professor de lá avalia o de Sergipe, observando com outro olhar o que a gestão do curso dele deve fazer e qual pendência existente, auxiliando até a repensar algumas práticas que necessitem mudanças”, lembra.
Seja um avaliador
O papel dos professores do Grupo Tiradentes como avaliadores é fundamental. “Por isso estamos sempre em campanha para que o corpo docente se sensibilize diante de toda a importância e participe. Como é um projeto novo, muitos ainda não sabem que existe uma carta-convite com remuneração para aqueles que se comprometerem com o projeto de Avaliação Virtual Simulada. É um trabalho de leitura documental grande e necessário para promover a qualidade exigida pelo MEC”, explica professora Juliana Dias.
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A parte específica do curso fica sob a responsabilidade do professor da área; cabe ao avaliador o desenvolvimento de atividades diárias que envolvam questões como infraestrutura, documentação do curso e corpo docente. “Esse processo é importante, porque você vai garantir que tudo esteja organizado de acordo com os critérios do instrumento de avaliação do MEC – tanto com relação à parte pedagógica e documental quanto à parte de infraestrutura”, diz a avaliadora pela Unit Sergipe Verônica Santana.
O professor do curso de Direito da Unit Wladimir Correia reconhece a importância da formação da equipe pela Supac. “É um privilégio participar desse momento. Realmente, enquanto docente, temos uma visão mais pragmática do processo de ensino e aprendizagem, não nos envolvemos tanto com a parte documental dos cursos. Percebemos a importância dessa avaliação que antecipa fatos, detectando possíveis falhas, aprimoramos o curso e a IES. É um privilégio contribuir com o processo como um todo”, opina o docente.