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Aluna de Biomedicina estuda extração de enzimas a partir da fibra do coco

Pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI), propõe o uso de material encontrado no coco verde para a fabricação de rações e tecidos

às 17h18
A estudante Daniele Rodrigues do Nascimento Santos, do curso de Biomedicina, que atua no projeto de iniciação científica sobre as enzimas da fibra de coco (Arquivo Pessoal)
A estudante Daniele Rodrigues do Nascimento Santos, do curso de Biomedicina, que atua no projeto de iniciação científica sobre as enzimas da fibra de coco (Arquivo Pessoal)
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Um projeto de iniciação científica realizado no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI), da Universidade Tiradentes (Unit), pretende agregar mais valor ao coco verde, cujos resíduos são muitas vezes descartados nas ruas ou na natureza. A estudante Daniele Rodrigues do Nascimento Santos, do curso de Biomedicina, faz parte da pesquisa que trata da obtenção de enzimas através da degradação microbiana, isto é, a decomposição da fibra de coco verde para a extração de insumos requisitados pela indústria, incluindo enzimas que podem ser utilizadas na fabricação de produtos como tecidos e ração animal.  

Segundo a estudante, o processo envolve o uso de fungos e micróbios para a degradação da fibra de coco verde. Esses micro-organismos alimentam-se deste material e, a partir desse processo, sintetizam e produzem enzimas como a endoglucanase e a celulase. “A endoglucanase tem uma função muito importante na fabricação de rações, porque ela vai ajudar na digestão de ruminantes. E a celulase tem um papel de suma importância na indústria têxtil porque vai dando um acabamento melhor aos tecidos, deixando-os mais macios”, explica. 

O material utilizado vem do coco verde, bastante produzido no Nordeste brasileiro. De acordo com estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o país tem uma área plantada de 100 mil hectares de coqueiro-anão, que produz o fruto verde para o consumo da água-de-coco. Ao mesmo tempo, as cascas do produto representam entre 80% a 85% do peso bruto do fruto e respondem por cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras. 

“O coco verde é um resíduo agroindustrial, e inclusive um dos resíduos agroindustriais mais produzidos no Brasil. Então, a gente acaba criando um valor agregado para esse coco, reutilizando-o como substrato para os meus microorganismos, para que eles possam usar da estrutura daquele coco e sintetizar enzimas que sejam importantes para a indústria”, diz Daniele, acrescentando que há a possibilidade de obtenção de outras substâncias e insumos com a decomposição da fibra do coco, o que ainda está sendo estudado. 

Para a estudante, a pesquisa e seus resultados, tanto os atuais quanto os futuros, representam um impacto positivo para o meio ambiente e para a sociedade. “Essas enzimas que são sintetizadas pelos microrganismos e pelos fungos são enzimas de alto valor agregado e importância para a indústria. E hoje existem métodos para obter essas enzimas, mas são métodos que não são sustentáveis, e que são caros. Com essa pesquisa, a gente pode trazer métodos mais sustentáveis, porque a gente utiliza do substrato que é derivado de um resíduo agroindustrial”, afirmou ela. 

Curiosidade que abriu portas

Daniele Rodrigues está a caminho do terceiro ano do seu projeto de iniciação científica, sob a orientação da professora doutora Maria Lucila Hernández Macedo, docente de cursos da área de Saúde da Unit e também do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI). A aluna conta que começou a se interessar pela pesquisa científica ainda no começo de seu curso de Biomedicina na Unit, e sempre se definiu como uma pessoa curiosa e questionadora. 

“Eu sempre busquei indagar resultados e aprofundar conteúdos. Uma professora viu que eu era muito interativa, curiosa, e perguntou se eu queria fazer parte do projeto de iniciação científica. Eu nem sequer sabia o que era isso, nunca fui exposta a essa realidade, mas resolvi aceitar a experiência, e foi a melhor coisa que eu fiz, porque a gente evolui tanto como pessoa quanto como profissional. A gente aprende muito a interpretar e a buscar resultados, porque pesquisa é isso: é você buscar resultados, buscar porquê daquele resultado”, disse.

Ela conclui revelando que, após se formar, pretende continuar na carreira acadêmica, atuando como professora e pesquisadora na área de biotecnologia. “É uma área que eu admiro, é uma área em que eu vejo muito crescimento. A gente precisa aprimorar ainda algumas coisas, mas com certeza eu estou onde eu sempre quis estar, e sei que quero alcançar muitas outras coisas na área da pesquisa. E onde eu estou, nesse momento de iniciação científica, é a realidade mais próxima de conseguir o meu mestrado e o meu doutorado, através da minha orientadora”, destacou Daniele.

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