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Aluna de Engenharia Mecatrônica aprimora materiais para tratamento de água

Estudos para degradação de substâncias usadas como pesticidas e antibióticos fazem parte de três projetos de iniciação científica dos quais Maria Fernanda Borges participou

às 11h54
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O aperfeiçoamento de técnicas e materiais para o tratamento de água é o foco dos projetos de iniciação científica que têm a participação da estudante Maria Fernanda Borges Araújo, que cursa o 8º período de Engenharia Mecatrônica na Universidade Tiradentes (Unit). Ela participou diretamente de três projetos desenvolvidos junto ao Laboratório de Eletroquímica e Nanotecnologia (LEN), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e orientados pela professora-doutora Katlin Barrios Eguiluz e pelo professor-doutor Giancarlo Salazar Banda, ambos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP). 

Um deles, que ainda está em andamento, debruça-se sobre a automação de um novo reator microfluídico para aplicação em eletroquímica ambiental, voltada sobretudo para processos de tratamento de água. Outro projeto, realizado recentemente, desenvolveu um reator microfluídico por impressão 3D para a degradação eletroquímica do tiaclopride, uma substância utilizada como pesticida para controle de pragas na agricultura. 

Fernanda explica que as pesquisas seguem a linha da degradação de compostos poluentes presentes em águas residuais, através do processo de oxidação eletroquímica. “O foco principal é projetar o reator em si, que é o sistema responsável por degradar esses compostos. O objetivo é aprimorar materiais para o tratamento de água, de forma eficiente, barata e aplicável em grande escala. Muitos compostos orgânicos não são biodegradáveis e se acumulam na natureza, causando mal para a saúde humana e também a do meio ambiente. Por conta desses compostos não-biodegradáveis e tóxicos, corremos o risco de tornar a água imprópria para o uso se não agirmos acerca deste assunto”, explica ela. 

A estudante também atuou na pesquisa sobre um método inovador para a síntese de um ânodo, que foi aplicado num reator para a degradação da ciprofloxacina (um tipo de antibiótico). No caso, para degradar um composto por oxidação eletroquímica, você utiliza um cátodo e um ânodo, que vão quebrar essas moléculas através da aplicação de um potencial elétrico (DDP). A linha de pesquisa que eu trabalho no laboratório foca na melhoria de propriedades desses ânodos, alterando os métodos de sínteses, os tipos de metal que vão ser usados e etc”, detalha.

De acordo com Fernanda, o principal impacto destes estudos está em melhorar as técnicas de tratamento e purificação de água, pois, segundo ela, os métodos convencionais existentes hoje não são suficientes para corpos de águas residuais específicas, como águas hospitalares e águas da agricultura que tenham pesticidas e agrotóxicos no geral. “Também buscamos sintetizar materiais que sejam acessíveis economicamente, para tornar essa tecnologia de tratamento de água mais acessível. Exemplo, no meu segundo trabalho, eu foquei na síntese de um ânodo que não tem tempo de vida útil muito grande, mas é feito de materiais mais baratos. O meu foco foi aumentar a durabilidade dele”, afirmou.

Resolvendo problemas

Tal relevância para o público e para os dias atuais motivou a escolha de Fernanda por estudar estes temas na iniciação científica, além da oportunidade de aprimorar seus conhecimentos e habilidades em áreas como instrumentação e automatização de reatores. Já a decisão por fazer iniciação científica teve uma motivação ainda mais simples: a possibilidade de resolver problemas e questões reais da sociedade. 

“Eu adoro resolver problemas. A ciência é um processo de investigação, no qual você tenta responder uma pergunta ou solucionar um problema. E depois de três iniciações, eu acredito que o mais valioso é todo o processo, e não a conclusão final. Cada obstáculo que se encontra no caminho, cada vitória, cada frustração, é isso que faz o ramo da ciência ser tão atraente pra mim. É um desafio, de fato”, diz a estudante, destacando que a iniciação científica desenvolveu seu pensamento crítico e lhe ensinou a ter resiliência. 

Maria Fernanda deve concluir seu curso em dezembro de 2025 e vai levar consigo, além da experiência na iniciação científica, muitos aprendizados adquiridos em outras experiências extracurriculares, como a Projet Junior (empresa-júnior dos cursos de Engenharia e Arquitetura) e o Programa Buddy, no qual alunos veteranos acompanham colegas estrangeiros em mobilidade acadêmica na Unit. Ela cogita duas possibilidades para o seu futuro profissional: trabalhar em grandes empresas do mercado ou seguir a carreira acadêmica, hipótese na qual ela nem pensava até então. 

“Independente se eu for pra carreira acadêmica ou não, sinto que as experiências que eu tive como pesquisadora me ajudarão a me destacar no mercado de trabalho. Acho que a única coisa que posso afirmar é que eu tenho várias opções de carreira que me agradariam, e eu me sentiria realizada. Mas se eu tenho escolha, é porque a Unit proporcionou isso a mim. Me sinto tranquila porque quando me formar, sei que existem muitas possibilidades para mim”, definiu.

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