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Aluno de IC estuda o uso de elementos da própolis vermelha contra o Parkinson 

A pesquisa associada ao PSA busca alternativas para o tratamento contra a doença, que afeta o sistema nervoso; estudante de Biomedicina está em seu segundo projeto de pesquisa

às 20h54
O estudante Enzo Henrike Bitencourt de Morais, do sexto período de Biomedicina, que atua junto ao grupo de pesquisa de Neurofisiologia do PSA/Unit (Acervo pessoal)
O estudante Enzo Henrike Bitencourt de Morais, do sexto período de Biomedicina, que atua junto ao grupo de pesquisa de Neurofisiologia do PSA/Unit (Acervo pessoal)
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A iniciação científica e tecnológica se destaca não apenas por introduzir jovens alunos no mundo da pesquisa e da inovação, desenvolvendo seus talentos e habilidades, mas também pela capacidade de oferecer soluções e caminhos para demandas reais da sociedade. Isto se dá através de projetos como o do estudante Enzo Henrike Bitencourt de Morais, do sexto período de Biomedicina da Universidade Tiradentes (Unit). Ele é um dos participantes do projeto Avaliação do Efeito Neuroprotetor de Bioativos do Extrato Hidroetanólico de Própolis Vermelha, que tem o objetivo de buscar um tratamento contra o Mal de Parkinson, doença neurológica que afeta os movimentos físicos e funcionais de uma pessoa. 

A pesquisa tem a orientação da professora Margarete Zanardo Gomes, do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PSA), dentro da linha de pesquisa de Neurofisiologia e com a participação da equipe da também professora Juliana Cordeiro Cardoso, do PSA. Os trabalhos da pesquisa são executados no Laboratório de Morfologia e Patologia Experimental (LMPE), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP). 

O foco da pesquisa está na investigação sobre os potenciais farmacológicos da própolis vermelha, uma seiva que é encontrada na dalbergia ecastophyllum, planta encontrada em manguezais e popularmente conhecida como “rabo-de-bugio” ou “marmelo-do-mangue”. A principal hipótese é de que a própolis seja um possível agente neuroprotetor, capaz de impedir a ocorrência de lesões encefálicas ou medulares por doenças ou distúrbios. De acordo com Enzo, o objetivo da pesquisa é “buscar um tratamento para a doença de Parkinson, visto que atualmente o tratamento dessa doença é somente paliativo, não evitando a progressão da mesma”.

O projeto de iniciação tecnológica do qual Enzo participa atualmente, que deve ser concluído no primeiro semestre de 2025, analisa o efeito neurorregenerativo de nanocompósitos com extrato de própolis vermelha sobre lesões medulares em roedores. Ele atua como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

O próprio Enzo conta que o sistema nervoso do corpo humano e seu funcionamento já lhe despertavam a atenção, mesmo antes de ingressar no curso de Biomedicina. “Eu possuía interesse prévio na área graças à complexa natureza do sistema e das doenças neurodegenerativas. Além disso, o tema foi escolhido por essa necessidade de busca de um tratamento focado nas causas da doença”, diz o aluno. 

Este é um dos vários estudos com extratos de própolis vermelha que também estão em andamento no grupo de pesquisa do PSA, o qual conduz testes em modelos experimentais de lesão medular, Parkinson, câncer e cicatrização, entre outros. A professora Zanardo explica que o projeto de Enzo também compõe parte de uma dissertação de mestrado e de uma tese de doutorado, as quais buscam um maior aprofundamento quanto aos mecanismos de ação do extrato no sistema nervoso central. “Na pesquisa, é proposto também um método inovador para a extração de compostos bioativos da própolis vermelha, de forma que a formulação a ser testada seja rica em flavonóides”, diz ela, acrescentando que “a própolis vermelha é um produto característico da região Nordeste e estudos que esclareçam seus benefícios podem aumentar o valor agregado deste produto e ajudar a promover o desenvolvimento da região”.

Interesse

Além de se interessar pelos estudos sobre o sistema nervoso e as doenças que os afetam, Enzo Henrike também já tinha interesse e curiosidade em participar de pesquisas científicas, antes mesmo de entrar na universidade. “Foi por meio dela que pude me conectar ao ramo da pesquisa científica, me proporcionando experiência e conhecimento para decidir o ramo de pesquisa que pretendo seguir após me formar, além de ter me permitido conhecer a pós-graduação da universidade por meio de colegas de laboratório. Além do excelente corpo docente, foi por meio da extensão da Unit, via ligas acadêmicas, que pude cumprir o objetivo de adentrar a iniciação científica”, lembra ele. 

Esta não foi a primeira vez que o estudante de Biomedicina participou de projetos de iniciação científica e tecnológica na Unit. Entre 2022 e 2023, ele atuou em uma pesquisa sobre o uso da quimioinformática para busca de novos compostos para o tratamento da doença de Parkinson via alfa-sinucleína (uma das proteínas presentes nos neurônios). Margarete Zanardo também foi orientadora dele neste projeto e faz elogios a seu talento e dedicação. 

“Como os demais discentes do curso de Biomedicina que integram a equipe, ele demonstra excelente preparo intelectual e é dedicado às atividades de pesquisa, destacando-se cada vez mais pela autonomia e iniciativa no desenvolvimento de projetos. É interessante notar como o programa de iniciação científica e tecnológica da Unit promove a ampliação da capacidade crítica e das habilidades técnicas dos jovens cientistas”, destaca a professora.

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