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Aluno do PSA estuda uso de plantas para a criação de protetor solar vegano

Estudo que começou a ser feito na Unit sobre o desenvolvimento do produto terá parte de seus trabalhos desenvolvidos em Portugal, através de um doutorado-sanduíche

às 13h24
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O desenvolvimento de um protetor solar vegano, fabricado a partir de plantas da biodiversidade do Nordeste está sendo estudado em uma das teses de doutorado que foram aprovadas no recente edital do Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE), promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes). A tese do pesquisador Thigna de Carvalho Batista, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente (PSA), terá uma parte de seus trabalhos desenvolvida na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), em Portugal. 

A pesquisa de Thigna tem o objetivo de desenvolver, a partir de bioativos extraídos destas plantas, um protetor solar vegano, sustentável e multifuncional, isto é, como uma formulação com ação antioxidante e anti-idade. “A perspectiva é que consigamos inserir um novo produto no mercado seguindo as normas vigentes para o veganismo”, explica ele, referindo-se à prática filosófica que abstém o uso de qualquer produto que envolva a exploração de animais. 

O autor acredita que a pesquisa abre caminho não apenas para o desenvolvimento de cosméticos e medicamentos naturais e veganos de uso tópico, mas também para novas possibilidades de desenvolvimento econômico sustentável, a partir do cultivo e da produção das plantas e matérias-primas pesquisadas. “Ao inserirmos um novo produto de origem vegana, sem testes em animais, e fruto de uma árvore que está incluída na biodiversidade brasileira, ela pode impactar positivamente uma região para o cultivo e extração das partes de interesse do trabalho, podendo gerar renda para comunidade”, afirma. 

Thigna passará seis meses, entre junho e dezembro deste ano, realizando seus trabalhos na FFUP, considerada uma das melhores faculdades da área farmacêutica na Europa. Criada em 1836 como Escola de Farmácia e elevada à categoria de faculdade em 1921, a instituição vinculada à Universidade do Porto (U.Porto) teve, nos últimos cinco anos, mais de 2.800 publicações científicas indexadas nas principais bases de dados especializadas, além de seis prêmios de excelência e inovação pedagógica concedidos a seus professores. 

De acordo com ele, a escolha pela U.Porto foi devido ao trabalho já desenvolvido pela professora Juliana Cordeiro Cardoso, do PSA, que já atua em uma linha de pesquisa relacionada ao tema do estudo, além de manter uma parceria com a professora portuguesa Eliana Barbosa Souto, docente da FFUP. Ambas orientam a tese juntamente com a professora Maria Nogueira Marques, do PSA/Unit. A previsão é de que a defesa aconteça em abril de 2026.

Para Thigna, o tempo de estudo em Portugal será um período de muito aprendizado e trocas de experiências, tanto de laboratório quanto de relação cultural, além de representar um grande diferencial no currículo. “A expectativa é a mais alta possível, pois será tudo novo, um novo país, novas pessoas, novas culturas e costumes. Digamos que a ficha ainda não caiu. Mas espero voltar com uma bagagem de conhecimento científico enorme e poder dividir com os colegas de laboratório toda experiência lá vivida”, diz ele.

Incentivo e expectativas

O projeto no PSA foi aprovado em duas seleções abertas para o PSDE/Capes, sendo a primeira foi interna, feita em cada programa de stricto sensu da Unit, e a segunda realizada pela Capes com concorrentes de todos os programas de doutorado do Brasil. Thigna acredita que a aprovação teve como fatores a dedicação ao trabalho, o bom relacionamento com os mais diversos grupos de pesquisa do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e o grande potencial que o produto pode trazer tanto para a tese de doutorado quanto para o programa de pós-graduação. 

“A excelência dos cursos de pós-graduação da Unit foi outro ponto crucial para a vaga no PDSE, uma vez que o edital pede que o curso de pós tenha nota de avaliação mínima de 5,0. E com o incentivo dos professores e da coordenação foi o que possibilitou essa oportunidade, afirma o doutorando, cujo interesse pelo doutorado-sanduíche já vinha desde o mestrado que fez no PSA, quando uma conversa com a coordenadora do curso lhe apresentou a possibilidade e, nas palavras dele, criou um “impacto significativo” em sua jornada. 

O mestrado foi concluído em 2022, com uma dissertação sobre a “Determinação de desreguladores endócrinos em água de consumo nas comunidades quilombolas da bacia hidrográfica do rio Japaratuba”. “Apesar de ter trabalhado em uma linha de pesquisa totalmente diferente daquela do doutorado, o mestrado na Unit expandiu meus horizontes, permitindo-me adquirir uma visão mais ampla sobre pesquisa, empreendedorismo na ciência, suas nuances e possibilidades de crescimento”, aponta Thigna, que espera traçar voos mais altos no futuro. “Quero poder contribuir em uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária, expandir meus conhecimentos e poder de alguma forma retribuir para a sociedade o conhecimento adquirido e com a inserção de um novo produto no mercado”, espera. 

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