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Atividade física potencializa habilidades e saúde em crianças com autismo

Estudo conduzido por alunas de Psicologia destaca os benefícios da prática esportiva regular como alternativa à medicalização excessiva no tratamento do TEA.

às 20h45
As estudantes Bruna Luiza Costa e Beatriz Mendonça Alves Fonseca, do décimo período do curso de Psicologia da Unit, autoras da pesquisa de iniciação cientifica sobre autismo e prática de esportes (Acervo pessoal)
As estudantes Bruna Luiza Costa e Beatriz Mendonça Alves Fonseca, do décimo período do curso de Psicologia da Unit, autoras da pesquisa de iniciação cientifica sobre autismo e prática de esportes (Acervo pessoal)
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A prática de esportes e exercícios físicos pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades e a melhoria da saúde em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? A resposta é positiva e vem de uma pesquisa realizada por Bruna Luiza Costa e Beatriz Mendonça Alves Fonseca, alunas do décimo período do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), no âmbito do Programa Voluntário de Iniciação Científica (Provic 2023-2). Com o título: Atividade Esportiva Regular Como Prática Não Medicalizante Para Pessoas do Espectro Autista.

Ao longo de um ano, as pesquisadoras realizaram uma análise detalhada da literatura científica existente sobre o tema para investigar os efeitos da atividade física em pessoas com autismo. O trabalho foi orientado pelo professor Cleberson Tavares Costa, do curso de Psicologia, e vinculado ao Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh/Unit).

A pesquisa teve como principal objetivo discutir aspectos conceituais do autismo e demonstrar como o exercício físico regular pode contribuir para a saúde e o desenvolvimento de habilidades dessas pessoas. “Nosso estudo propõe uma reflexão sobre a medicalização da vida, criticando a busca desenfreada pela cura do TEA e a desinformação sobre o uso de psicofármacos, especialmente na infância. Propomos uma crítica à visão ‘cerebralizante’ do sujeito e mostramos que a atividade esportiva regular é uma alternativa às práticas medicalizantes e ao uso indiscriminado de psicotrópicos”, explicam as autoras.

Benefícios da atividade física para pessoas com TEA

Com base na revisão integrativa realizada nas bases de dados científicas, a amostra final do estudo foi composta por 53 artigos, dos quais 15,09% eram estudos experimentais e 13,2% eram ensaios clínicos randomizados controlados. O público mais presente nas pesquisas foi o infantil. Ainda segundo Bruna e Beatriz, os primeiros dados obtidos na pesquisa confirmam que, a partir da prática de atividades esportivas regulares, a pessoa autista quando devidamente estimulada, obtém melhorias nas habilidades sociais, comportamentais e motoras.

“Esse tema que escolhemos foi uma junção dos assuntos que os pesquisadores tinham familiaridade e interesse. Somado a isso, foi notada a escassez de estudos quando houve a integração dos temas: autismo, atividade esportiva regular e desmedicalização. Sendo assim, realizamos uma pesquisa nas bases de dados de pesquisa através de uma revisão integrativa”, acrescentam. 

Contexto do estudo 

A escolha do tema foi influenciada pela familiaridade das pesquisadoras com os assuntos abordados e pela escassez de estudos que integram autismo, atividade esportiva regular e desmedicalização. “Notamos que faltam estudos que combinem esses três temas, o que nos motivou a realizar essa pesquisa. Além disso, o esporte pode ser uma alternativa à excessiva medicalização presente nos tratamentos para autismo”, explica Beatriz.

O resultado final das alunas será apresentado na próxima edição da Semana de Pesquisa da Unit (Sempesq), prevista para novembro. Um artigo com os resultados será publicado em uma revista científica especializada em breve e os dados completos da busca serão disponibilizados.

A Iniciação Científica como base

Para Bruna e Beatriz, a experiência no Programa de Iniciação Científica foi fundamental para o desenvolvimento acadêmico e profissional. “A IC me abriu portas no mundo acadêmico e aumentou meu entendimento sobre o que é ser um pesquisador de verdade. Contribuiu também para o desenvolvimento de habilidades de comunicação e sociais”, destaca Beatriz.

Bruna, por sua vez, enfatiza como a iniciação científica a preparou para o mestrado e lhe proporcionou oportunidades de aprofundar o conhecimento na área de pesquisa. “Fui convidada para ministrar encontros sobre Iniciação Científica, com o objetivo de orientar e incentivar outros alunos”, compartilha.

Ambas as alunas pretendem seguir na carreira acadêmica após a conclusão do curso de Psicologia, que está previsto para este ano. Bruna participará do processo seletivo para o mestrado e planeja continuar com o doutorado, com o objetivo de atuar na docência. “A docência me encanta, e poder auxiliar outras pessoas é muito gratificante”, afirma.

Beatriz compartilha dessa visão e também deseja seguir na área acadêmica, desenvolvendo pesquisas que contribuam para a sociedade. “A docência é uma das minhas paixões, e acredito que posso continuar contribuindo para o desenvolvimento de estudos críticos e necessários”, conclui.

A Universidade Tiradentes desempenhou um papel fundamental na formação das pesquisadoras. Bruna destacou a proximidade da instituição como um fator facilitador em sua trajetória acadêmica, enquanto Beatriz enfatizou o apoio dos professores como um diferencial na sua experiência. “O apoio e a orientação dos mestres foi essencial, não só no ensino, mas também nas áreas de extensão e pesquisa”, afirma Beatriz.

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