Segundo dados do sistema InfoGripe, publicado em 2019, a Bronquiolite pode ter provocado mais síndrome respiratória aguda grave em recém-nascidos com idade de 0 a 11 meses que o vírus da Covid-19. A enfermidade é causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VRS) e afeta os bronquíolos que são as ramificações terminais dos brônquios e têm como principal função levar oxigênio aos pulmões.
A pediatra e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Izailza Matos, alerta para o perigo da contaminação. “Este vírus é altamente contagioso e compromete principalmente bebês prematuros. Sua maior incidência ocorre no outono e inverno, mas pode aumentar também com o volume de chuvas e maior umidade. No nordeste, sudeste e centro-oeste o período de maior circulação do vírus costuma ser em março. Já na região norte cresce o número de casos em fevereiro e na região Sul em abril”.
Segundo a presidente do comitê de aleitamento materno da Sociedade Sergipana de Pediatria algumas medidas preventivas devem ser tomadas pela família dos bebês com a finalidade de reduzir a contagiosidade. “Amamentação diretamente do seio materno ou leite humano doado da própria mãe e de doadoras; higienização adequada das mãos; máscaras, evitar inalação de fumaça de cigarro; não expor a criança a ambientes fechados com aglomeração de pessoas; evitar visitas principalmente com síndrome gripal; tentar retardar a admissão destas crianças em berçários e creches”, pontua Izailza Matos.
Não existe vacina para a prevenção, mas um anticorpo pode ser prescrito pelo pediatra e fornecido pelo SUS ou pelos planos de saúde. “As crianças prematuras nascidas com 28 semanas ou menos, com idade menor que um ano e aquelas com cardiopatia congênita, descompensação hemodinâmica comprovada e doença pulmonar crônica da prematuridade até 2 anos de vida têm que receber o anticorpo. A imunização deve ser em doses mensais, assim que começa o período de maior circulação do vírus, por no máximo cinco meses seguidos”, alerta.
Bronquiolite
O Vírus Sincicial Respiratório (VRS), principal agente causador da bronquiolite, provoca uma produção excessiva de muco e secreção pulmonar, levando a um estreitamento dos bronquíolos e consequentemente dificulta a oxigenação dos pacientes infectados.
“Segundo o doutor Renato Kfouri, da Comissão de Imunizações da SBP, depois que a criança se contamina pelo vírus e desenvolve a doença, não existe medicamento específico apenas medidas paliativas se tornando bastante relevante a imunização antes do contágio da criança com o vírus. Devido ser um anticorpo, e não há vacina, ele fica por pouco tempo no organismo da criança. Portanto, imunizar as crianças mais susceptíveis a esta doença com o anticorpo, reduz as internações hospitalares e mortes”, finaliza a professora Izailza Matos .
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