O câncer de mama é uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres em todo o mundo. Além dos fatores inevitáveis, como idade, sexo e histórico familiar, hábitos relacionados ao estilo de vida, como alimentação saudável, desempenham um papel fundamental na prevenção dessa doença.
Pensando na importância de compreender a relação entre estado nutricional e câncer de mama, a nutricionista Tirza Ribeiro de Aquino, egressa da Universidade Tiradentes (Unit), dedicou sua Iniciação Científica (IC) à investigação do estado nutricional e do consumo calórico de mulheres com a doença atendidas em um ambulatório de nutrição de oncologia de um hospital público de Aracaju-SE.
“O trabalho que apresento tinha como foco conhecer o estado nutricional desses pacientes e identificar a necessidade de um acompanhamento nutricional regular para garantir um manejo adequado da alimentação nesse público”, explicou Tirza. O estudo, realizado entre agosto de 2019 e julho de 2020, proporcionou experiência no desenvolvimento e nos processos de pesquisa, contribuindo significativamente para sua formação acadêmica.
A pesquisa, que contou com a participação de pacientes oncológicos adultos e idosos em acompanhamento ambulatorial, utilizou métodos como a verificação do Índice de Massa Corporal (IMC) e dados de ingestão dietética por meio do Recordatório de 24 horas. Essas informações foram cruciais para comparar se o consumo calórico estava atendendo às necessidades energéticas individuais desses pacientes.
Os resultados da pesquisa evidenciaram:
Prevalência de sobrepeso e obesidade: Uma parcela significativa das pacientes apresentava sobrepeso ou obesidade, o que pode influenciar negativamente no prognóstico do câncer.
Ingestão inadequada de nutrientes: O consumo de alguns nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais, estava abaixo das recomendações para este público, o que pode prejudicar o sistema imunológico e dificultar a recuperação das pacientes.
Tirza ressalta a importância de um acompanhamento nutricional individualizado. “É fundamental que as pacientes com câncer de mama recebam acompanhamento nutricional individualizado, considerando suas necessidades específicas e os efeitos colaterais do tratamento, para garantir uma alimentação adequada e contribuir para sua saúde e bem-estar”, elenca.
A IC: um passo importante para a carreira
Para Tirza, a IC representou mais do que um projeto de graduação. “A iniciação científica foi de grande importância para minha formação como nutricionista, proporcionando-me experiência prática em pesquisa e me impulsionando a buscar especialização em Nutrição em Unidade de Terapia Intensiva”, afirma.
Atualmente, Tirza dedica-se à área de terapia intensiva, onde desenvolve pesquisas e atua na assistência a pacientes críticos. Sua paixão pela nutrição e seu compromisso com a saúde dos pacientes a impulsionam a buscar novos desafios e aperfeiçoar seus conhecimentos continuamente. “Escolhi Nutrição durante meu terceiro ano do ensino médio como parte de um processo de reeducação alimentar e para compreender e melhorar minha qualidade de vida. Desde então, meu interesse pela nutrição em terapia intensiva e pacientes críticos tem crescido, culminando em projetos de pesquisa como este”, compartilhou.
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