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Cesta básica: alta no preço gera desequilíbrio no prato

O índice da inflação é medido em torno de quase 400 produtos, sendo que desses, apenas 13 alimentos entram na cesta básica.

às 16h03
Prof. Hugo Xavier, coordenador curso de Nutrição
Prof. Josenito Oliveira, economista
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O valor do dólar, as exportações e a safra explicam o fenômeno de uma cesta básica com índice de mais alto que a inflação. De acordo com o economista, Josenito Oliveira, o índice da inflação é medido em torno de quase 400 produtos, sendo que desses, apenas 13 alimentos entram na cesta básica, e esse movimento causa a disparidade. Os itens que mais pesaram foram o arroz e o óleo de soja que tem como derivado a própria soja que sofre a variação tanto da demanda externa como também interna. Mas o aumento também tem outra explicação.  “Tivemos um aumento nos preços dos alimentos porque houve um aumento no consumo. O auxílio emergencial ajudou, já que as pessoas passaram a consumir o básico”.

Apesar da cesta básica na média nacional estar mais cara, em Aracaju o valor continua o mais baixo do Brasil, mas segundo o professor da Unit, qualquer aumento, mínimo, já causa um grande impacto no bolso do consumidor. “Qualquer acréscimo, seja na cesta básica ou de algum item específico, tem um impacto negativo, porque acaba consumindo mais renda, as pessoas acabam gastando mais e com isso, há perda do poder aquisitivo”, disse.

Em análise, o valor da cesta básica de Aracaju em R$ 398,47, representa 41,22% do salário mínimo. Para o trabalhador sobra pouco para outras necessidades, a exemplo de vestuário, aluguel, transporte, lazer. “Nos cálculos do Dieese, o chamado o salário necessário seria, atualmente, de R$ 4.536,12. Com renda curta as pessoas buscam um complemento na informalidade, porque só com o salário mínimo não dá para sobreviver”, explica.

A perspectiva, segundo Josenito Oliveira, é que em um curto prazo não haverá resposta imediata porque a reação da economia está ligada à retomada do consumo. “Nós vamos conviver com isso durante um certo tempo, estamos voltando aos poucos à atividade econômica. É aguardar por uma maior circulação de renda e, consequentemente, aumento do consumo. Isso trará geração de emprego e as pessoas como mais renda passam a consumir mais.  O consumo faz girar a roda da economia”, ressalta.

Se está caro, substitui

Nesse momento em que alguns produtos da cesta básica estão mais caros, que tal substituir e reequilibrar o prato? O nutricionista Hugo Xavier, coordenador do Curso de Nutrição da Unit, explica que apesar de ser muito difícil quantificar a necessidade diária de nutrientes, pois uma série de fatores são levados em conta, como sexo, idade, atividade física, quadro de doenças, em média um adulto consome no almoço, refeição do dia mais volumosa e calórica, em média 1.300 calorias em um prato de mais ou menos 700g.

“Dos nutrientes desse prato destacamos proteína, carboidratos, lipídeos e vitaminas e sais minerais cada um numa proporção que se torne imprescindíveis para o bom funcionamento do corpo, representados nesse prato pelo tradicional arroz, feijão, carne salada e suco”, ressalta.

Hugo Xavier alerta que “quando esses alimentos estão no prato de forma desproporcional, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo, pode haver risco à saúde. Se a porção for maior do que o recomendado, há consequência como excesso de peso, obesidade, hipertensão, hipercolesterolemia etc. No caso da falta de um ou mais, pode ter hipoavitaminoses, astenia, palidez”.

Se está difícil colocar arroz na sua alimentação diária, o nutricionista dá uma dica: “a quinoa é uma boa opção pois tem o sabor e textura semelhantes ao arroz. Isenta de glúten, ela possui muito mais proteínas do que o grão. Outra opção seria a cevada, que quando cozida tem calorias semelhante ao do arroz também rica em proteínas e minerais, apesar do sabor um pouco terroso”, sugere.

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