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Ciclo de debates aprofunda a discussão sobre direitos humanos e meio ambiente na América Latina

Especialistas debatem o impacto das mudanças climáticas e a importância de políticas públicas para a sustentabilidade ambiental

às 20h23
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A Universidade Tiradentes (Unit) sediou mais uma edição do seu tradicional Ciclo de Debates sobre Direitos Humanos na América Latina. Desta vez, o evento, que já se consolidou como um espaço de discussão científica e troca de experiências desde 2018, trouxe à tona um tema cada vez mais urgente e relevante: a relação entre direitos humanos e meio ambiente. Com a participação de renomados especialistas da área, o debate aprofundou a compreensão sobre os desafios e as oportunidades de promover a justiça ambiental em um contexto marcado por profundas desigualdades e crises climáticas.

O professor do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da Unit, Fran Espinoza, ressaltou a importância de promover um diálogo constante sobre temas relacionados aos direitos humanos. “Ao longo do ciclo, já participaram professores de diversas universidades, incluindo instituições da Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, além de diferentes países da América Latina e dos Estados Unidos. Nós sempre convidamos professores e pesquisadores com trajetórias reconhecidas na América Latina, especialmente aqueles que são especialistas em direitos humanos”, elenca Fran.

A escolha do tema ambiental para esta edição do ciclo não poderia ser mais oportuna. O mundo vive uma crise ambiental sem precedentes, com eventos climáticos extremos se tornando cada vez mais frequentes e intensos. No Brasil, as queimadas, as secas e as mudanças climáticas já impactam diretamente a vida de milhões de pessoas. Como alertou um dos palestrantes e professor da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Dr. Daniel Rubens Cenci, 

“Em 2022, a ONU declarou o direito a um meio ambiente saudável como um direito fundamental, dada a gravidade da crise climática global. A percepção da crise ambiental varia conforme o local dos eventos. Por exemplo, no Rio Grande do Sul, onde eu vivo, houve em maio uma série de eventos extremos com chuvas de 900 milímetros, o que equivale à quantidade de chuva acumulada ao longo de 8 a 10 meses, concentrada em apenas 4 dias. Esses picos extremos são uma novidade da crise climática global”, destacou.

A perspectiva das cidades sustentáveis e crise climática

O professor da Universidade Positivo de Curitiba, Dr. Alexandre Nicoletti Hedlund, que participou do evento ministrando uma das palestras, destacou a importância de refletir sobre cidades sustentáveis e a perspectiva dos marginalizados nas discussões sobre políticas públicas. “A minha proposta de discussão com os alunos é refletir sobre cidades sustentáveis a partir das margens, trazendo à tona a perspectiva daqueles que muitas vezes são invisibilizados e excluídos das discussões sobre políticas públicas”, explicou.

Cidades sustentáveis são aquelas que adotam práticas e políticas que visam minimizar o impacto ambiental, promover a eficiência no uso dos recursos e melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. “Essas cidades integram aspectos como planejamento urbano inteligente, uso de energias renováveis, gestão eficaz de resíduos e transporte sustentável. Além disso, priorizam a criação de espaços verdes e acessíveis, incentivam a participação cidadã e buscam equilibrar o crescimento econômico com a preservação ambiental. A ideia central é criar ambientes urbanos que sejam resilientes, adaptáveis e capazes de atender às necessidades atuais sem comprometer as futuras gerações”, elenca o professor.

O mestrando em Direitos Humanos da Unit, Ebilio Eduardo Ramos, enfatizou a importância do intercâmbio promovido pelo ciclo de debates. “Esse intercâmbio é imprescindível para alinhar-se à visão moderna dos direitos humanos. Um diálogo permanente é essencial para discutir problemas relacionados aos direitos humanos na América Latina e buscar soluções por meio da pesquisa científica”, afirma Ramos.

O ciclo de debates destacou a necessidade de redes de pesquisa para enfrentar a crise climática e promover a justiça ambiental. “É crucial que as redes de pesquisa articulem esses temas globalmente. A Unit e a UNIJUI já possuem parcerias que ajudam a construir uma perspectiva latino-americana importante para a questão climática. Com uma programação que abordou desde políticas públicas ambientais até o papel da cidade na sustentabilidade”, conclui Daniel Cenci.

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