Muitas cidades pelo mundo se destacam atualmente por agregarem a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para proporcionar melhor qualidade de vida aos cidadãos e desenvolvimento urbano. São as chamadas cidades inteligentes (em inglês, smart cities). De acordo com a União Européia, este é um sistema em que as pessoas interagem, usam energia, materiais, serviços e financiamentos que, além de melhorar a qualidade de vida, geram o incentivo econômico. São categorizadas pelo uso estratégico da infraestrutura, serviços, informação e comunicação para planejar a gestão urbana e atender às necessidades sociais e econômicas da sociedade de forma tecnológica e sustentável.
O professor Jonathan da Silva Bandeira, do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), conta que as cidades inteligentes “utilizam diversos recursos para coleta de dados e gerenciamento eficiente dos recursos dos quais ela dispõe”, como saneamento e energia elétrica, e de serviços como segurança, saúde, educação e mobilidade urbana, que passam a funcionar de maneira integrada e conectada. “O nome é cidade inteligente, justamente porque tem como objetivo adequar a disposição dos recursos às necessidades observadas mediante o monitoramento de como a cidade progride”, acrescentou.
De acordo com o professor, a interação social somada à tecnologia, cataliza o desenvolvimento dessas cidades. “É graças aos cidadãos, mais precisamente à maneira na qual eles interagem com esse grande sistema e utilizam os recursos disponíveis, que essa coleta de informações se torna possível. A utilização desses dados permite gerir os meios, o que otimiza a disposição dos recursos para a população e aumenta gradualmente a qualidade de vida”, destaca.
Num modelo ideal, uma smart city conecta recursos do cotidiano à rede mundial de computadores. Essa forma de conexão recebe o nome de Internet das Coisas. “Numa cidade inteligente de referência, temos a integração de dispositivos físicos à chamada IoT (Internet of Things). Esse processo permite a coleta direta de dados dos cidadãos ao mesmo tempo em que otimiza a eficiência das operações, serviços e comunicações da cidade. O que se observa em um modelo de Cidades Inteligentes também é a prestação de serviços cada vez mais integrada à Tecnologia e Comunicação. Esse tipo de modelo vem atraindo cada vez mais os gestores pelo valor positivo que agrega ao desenvolvimento social, ambiental e econômico”, pontua Bandeira.
Nova Iorque (EUA) e a cidade-estado de Singapura são exemplos de cidades altamente conectadas e estão entre as 10 mais inteligentes do mundo. Já no Brasil, algumas cidades estão ganhando destaque nesse ramo, como São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Campinas (SP) e Vitória (ES). “É notável o desenvolvimento tecnológico nessas metrópoles e isso só agrega positivamente no seu desenvolvimento”, comenta o professor, lembrando que algumas capitais das regiões Norte e Nordeste já começaram a trabalhar em projetos para também se tornarem inteligentes,integrando seus serviços às tecnologias.
Entre elas, Recife (PE) aparece como uma das mais avançadas, ficando em 15ª lugar no Ranking Connected Smart Cities, estudo que mapeia todos os 673 municípios com mais de 50 mil habitantes. “Devemos isso, obviamente, às ações e desenvolvimento dos grandes polos tecnológicos, como o Porto Digital, e à integração deste às Instituições de Ensino Superiores e Técnicas na formação de novos profissionais para integrarem este mercado”, salienta Jonathan.
E em meio a estas instituições de ensino, a Unit Pernambuco é uma das que mais vem investindo no desenvolvimento tecnológico voltado às smart cities, contribuindo em parcerias com a Prefeitura do Recife, o próprio Porto Digital e outras instituições públicas e privadas da capital pernambucana. “Há um grande interesse dos gestores locais em promover o desenvolvimento desses modelos inteligentes e integrativos”, finaliza o professor.
Asscom | Grupo Tiradentes