Disfarçados por aromas e sabores atrativos, os cigarros eletrônicos aparentam ser uma opção inofensiva à saúde. Os vaporizadores ou vapers, como são mais conhecidos, ganharam espaço entre os jovens e se popularizaram nos últimos tempos. Diferentemente do que muitos pensam, os cigarros eletrônicos trazem riscos à saúde e reacende o debate sobre tabagismo na sociedade.
Nos Estados Unidos, mais de 9 milhões de pessoas tornaram-se adeptas do cigarro eletrônico. Somente em 2019, uma doença respiratória misteriosa matou mais de 10 pessoas em menos de um mês com os mesmos sintomas: dificuldade de respirar, fadiga, tosse, febre alta, náusea e vômito. Não se sabe o que exatamente causou as mortes e se elas estão ligadas a um tipo específico de aparelho, substância ou ingrediente.
Os vapers funcionam a partir do aquecimento do líquido, que produz o vapor inalado. É comum que esse líquido contenha outras substâncias além da nicotina, como acroleína, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes. Parecem menos nocivos pois não produzem alcatrão e monóxido de carbono, mas ainda assim podem causar graves doenças pulmonares e câncer.
Estudos científicos apontam que os dispositivos podem trazer malefícios à saúde e mostram que o cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram. Outro risco está relacionado ao aumento do risco para complicações como o acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional.
No Brasil, onde a comercialização desses aparatos é proibida mas eles se mostram cada vez mais acessíveis, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicita aos hospitais que notifiquem casos suspeitos de problemas ligados à vaporizadores.
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