Também conhecida como restaurante fantasma ou restaurante virtual, a “Dark kitchen”, tem ganhado espaço no ramo de restaurantes por ser um estabelecimento de alimentação para viagem. A pandemia serviu de estímulo para essa modalidade e, na Universidade Tiradentes, o curso de Gastronomia apresenta o modelo e incentiva o empreendedorismo entre os alunos.
As mudanças no setor de restaurantes tiveram, também, o empurrão da pandemia do novo coronavírus. De acordo com pesquisa da Square Future Of Restaurants, 85% dos restaurantes se reorganizaram completamente para resistir à pandemia e as cozinhas desenvolvidas especialmente para atender pedidos de delivery registraram crescimento.
Coordenadora pedagógica do curso de Gastronomia da Unit, Isabelle Andrade Brito, explica que o modelo Dark kitchen já existia e ganhou mais força com o isolamento social.
“Esse é um modelo que já existe há um tempo e teve um grande crescimento durante a pandemia, já que o atendimento de salão foi suspenso. Esse modelo não atende o cliente presencialmente, no local, somente por delivery. O principal fator favorável é o custo, já que a operação ocorre de forma interna na cozinha, não precisa buscar pontos comerciais de visibilidade. Porém, é fundamental investir no marketing digital para promover e divulgar”.
Universidade
Isabelle destacou que o curso de Gastronomia ofertou curso complementar sobre modelos de negócios com objetivo de fomentar o empreendedorismo.
“Nossos alunos desenvolvem esses conceitos em curso. No momento, os alunos que estão com a disciplina Gestão de Alimentos e Bebidas estão trabalhando esses conceitos de forma prática, já que não podemos fazer degustação na cozinha escola e eles precisam apresentar os pratos embalados para avaliação. Tudo tem que ser pensado: embalagem, cardápio, transporte”.
Aluna do quarto período de Gastronomia, Hellena oliveira Munaretto trabalha massas artesanais italianas e pratos quentes no formato Dark Kitchen. Ela conta que o serviço surgiu antes do período pandêmico e que as encomendas aumentaram com a obrigatoriedade do isolamento social
“Comecei com o Instagram @munarettocookinglovers para somente postar receitas e dicas e os seguidores começaram a perguntar se eu aceitava encomendas, foi quando comecei a produzir. O retorno é bom e é necessário dedicação para passar credibilidade aos clientes. Como não tenho ponto físico aberto ao público, acaba reduzindo os custos e compensando no lucro”.
Seguindo as orientações da coordenadora, ela investe em marketing e na apresentação do produto.
“Minha dica é usar a rede social para irá divulgar o trabalho.Um bom atendimento on-line para que o cliente se sinta acolhido, mesmo a distância, também é fundamental. Outra coisa, muito importante , é investir em embalagens até mesmo oferecer mimo ao cliente, por exemplo, eu sempre mando um bombom e recadinho feito à mão, para que transmitam organização e capricho nos detalhes”, ensina.