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Desafios demográficos e os impactos econômicos no brasil 


às 20h28
Rodrigo Rocha- Economista e professor da Unit
Rodrigo Rocha- Economista e professor da Unit
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Em meio à complexa realidade trazida pela pandemia, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta mudanças significativas nas taxas de natalidade e mortalidade no Brasil em 2021, com repercussões diretas na economia do país. Comparando com o ano de 2019, a expectativa de vida da população foi reduzida em 4,5 anos. 

Ao mesmo tempo, observa-se uma queda no número de nascimentos, fenômeno já perceptível mesmo antes da crise sanitária. Esses dados prometem influenciar não apenas o mercado de trabalho, mas também diversos setores da economia nacional.

Para o economista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Rodrigo Rocha, a dinâmica demográfica será um fator determinante para a economia brasileira, a curto e longo prazo. 

“Todos os setores vão sentir o impacto, mas alguns tendem a sentir mais fortemente, a exemplo da saúde, que precisará cuidar de uma maior população em idade mais avançada e da educação que poderá priorizar a qualidade do ensino, ao invés da expansão, já que está havendo redução na faixa etária mais jovem”, explica Rocha.

O mercado de trabalho, por sua vez, enfrentará desafios significativos diante dessas mudanças demográficas. A redução na entrada de novos trabalhadores exigirá maior produtividade das empresas. 

Para Rocha, torna-se ainda mais urgente a realização de investimentos em qualificação dos trabalhadores e em inovação e tecnologia. “Essas medidas são cruciais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do mercado de trabalho frente a esse novo panorama”, destaca o especialista.

Possíveis mudanças no sistema previdenciário

Outro ponto de atenção é a previdência. Com o aumento das taxas de mortalidade e a diminuição da população economicamente ativa, torna-se inevitável repensar o sistema previdenciário. 

“O que mais preocupa é a diminuição da população economicamente ativa, pois com menos pessoas entrando no mercado de trabalho e a consequente redução de pessoas contribuindo, haverá forte necessidade de uma nova reforma previdenciária, tendo como focos aumentar o tempo de contribuição e a idade de aposentadoria”, alerta Rocha.

No contexto global, o Brasil não está sozinho nesse desafio demográfico. A maioria dos países, especialmente na Europa, enfrenta situações semelhantes. Tentativas de atrair trabalhadores estrangeiros e estímulos à natalidade têm sido estratégias adotadas, porém, ainda sem resultados expressivos. 

“ No caso do Brasil, ao menos por enquanto, parece mais relevante estimular o aumento da produtividade dos trabalhadores, melhorando a educação e oferecendo as qualificações necessárias ao mercado de trabalho, preparando-os para a Quarta Revolução Industrial que está em curso”, reitera.

Diante desse cenário, a economia brasileira se vê diante de uma encruzilhada demográfica, que exigirá não apenas adaptações estruturais, mas também uma visão prospectiva e inovadora para enfrentar os desafios econômicos que se avizinham. 

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