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Design do cabelo expressa a personalidade de uma pessoa

O que o seu cabelo diz sobre você? Visagismo pode ajudar a pessoa na construção da imagem e refletir personalidade

às 12h33
Os cortes de cabelo apresentam significados e simbolismos, expressando a personalidade de cada pessoa (Unsplash)
Os cortes de cabelo apresentam significados e simbolismos, expressando a personalidade de cada pessoa (Unsplash)
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Assim como a escolha de uma roupa ou de uma maquiagem, os cortes de cabelo dizem muito sobre uma pessoa. Eles são a moldura da face e além de estar associados à beleza de uma pessoa, também representam autoestima e bem-estar. Longos, curtos, cacheados, crespos, ondulados, lisos, naturais ou coloridos, os cabelos representam a nossa personalidade, as fases da vida que estamos passando. Ajudar as pessoas a entender e se adequar a estas transformações, é uma das funções do visagismo, técnica que existe desde 1930 e cujo nome deriva do francês visage, que significa face. 

“Ele trabalha na ideia de que é preciso saber quem é a pessoa e o que ela quer expressar. Dentro disso, vou associar as linhas presentes no rosto a outras linhas que serão criadas com os fios, para que consiga trabalhar essa intenção”, explica a professora Shirlei Campos, do curso de Estética e Cosmética da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), que é especialista em Imagem Pessoal e Visagismo. Ela frisa que a técnica vai além da beleza e dos cabelos, entrando no campo do autoconhecimento.

“Por exemplo, às vezes, a pessoa usa um cabelo que não transmite muito quem ela é. Então quando isso é compreendido, junto com o que deseja transmitir para o mundo, as linhas podem ser utilizadas em seu favor. As qualidades inerentes a cada um existem independente de ter um cabelo longo ou curto, mas que através de uma linha escolhida com um objetivo, consiga transmitir isso de maneira mais real. Então acaba que ao ser vista, as pessoas irão associar melhor a imagem que vê sem ser preciso falar, porque a imagem fala primeiro do que a voz”, comenta Shirlei.

Uma das áreas que o visagismo atua são os cortes de cabelo e a história por trás deles, que vai além da identidade de uma pessoa e podem representar características de um povo e até mesmo de um momento histórico. “Aqui no Brasil, na década de 1950, os cabelos mais curtos e com topetes; na década de 1960, dominava os estilos mais longos ou black power; na década de 70 eram os cabelos mais ondulados, um estilo mais hippie e ou disco e também se fazia o uso de tranças; na década de 1980 era utilizado muito volume, principalmente na região superior em que o cabelo era mais cheio; já na década de 1990, o estilo foi variando e começou a ser o cabelo mais parecido com o que as mulheres usam hoje, enquanto que nos anos 2000 usava-se mais lisos. Ou seja, há uma evolução de acordo com cada época”, detalhou a esteticista. 

Questão de amor próprio

Geralmente para as mulheres, a relação com o cabelo está relacionada à autoestima e ao amor-próprio, por representar quem ela é em sua feminilidade. E no Brasil, as mulheres são muito estimuladas a terem cabelos longos, loiros ou escuros, de acordo com as características de cada região. Nos últimos anos, a mudança nos cortes de cabelo vem se tornando cada vez mais comum e a resistência a mudanças vem deixando espaço para o novo. 

“Parece redundante, mas há uma tendência de seguir tendências, a moda e de querer estar sempre parecida com os padrões, o que torna mais difícil aceitar a cortar o cabelo e mudar o visual. Mas de uns tempos para cá, isso vem sendo desmistificado e muitas mulheres têm buscado transmitir cada vez mais sua personalidade através do visagismo e do autoconhecimento”, observa a professora Shirlei. 

Para ela, os cortes de cabelo são cheios de significados e simbolismos e expressam a personalidade de cada pessoa. “É através dele que vamos mostrar ao mundo um pouco de quem nós somos. Há cortes que transmitem mais seriedade, sensualidade e eu vejo essa representação acontecer por meio de símbolos que são criados com as linhas do cabelo e elas são cheias de significados e símbolos arquétipos, ou seja, imagens que estimulam uma interação entre o inconsciente e o consciente, de forma que o cérebro associe esta imagem a um estado emocional, símbolo, pessoas ou marcas. É por isso que alguns cortes não combinam com algumas pessoas, porque na verdade eles não estão em conexão com o que a pessoa quer transmitir”, ressalta.

Asscom | Grupo Tiradentes

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