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Desnutrição infantil no Brasil: um olhar sobre a realidade de Sergipe

Dados alarmantes acerca da desnutrição infantil requer estratégias para uma alimentação adequada

às 13h46
Foto: Freepik
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A desnutrição infantil, embora tenha cedido espaço para o sobrepeso e a obesidade em algumas partes do Brasil, ainda é uma realidade preocupante em diversas regiões do país, principalmente em áreas de alta vulnerabilidade socioeconômica. 

Dados recentes do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 revelam que as regiões Norte e Nordeste enfrentam os maiores índices, superando a média nacional. Em Sergipe, especificamente, 121 bebês menores de um ano foram internados em 2022 devido a complicações relacionadas à desnutrição, segundo o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A preceptora de estágio da Universidade Tiradentes (Unit), Kathlleen Alves da Silva, explica os principais motivos que culminaram nessa realidade. “Houve no Brasil uma transição no estado nutricional das crianças, a desnutrição infantil deu espaço ao sobrepeso e obesidade, mas esse ganho energético não significa que as crianças estejam completamente nutridas. As vitaminas e minerais muitas vezes não são supridos de acordo com o que as crianças necessitam e os alimentos mais consumidos atualmente não garantem o aporte necessário”, alerta.

Desnutrição infantil e insegurança alimentar 

A situação torna-se ainda mais preocupante quando se observa os índices de insegurança alimentar. No Norte e Nordeste, esses números chegam a 71,6% e 68%, respectivamente, ultrapassando a média nacional de 58,7%. A fome afeta significativamente a rotina de 25,7% das famílias na região Norte e 21% no Nordeste.

“Existem fatores que contribuem para a desnutrição infantil, desde fatores ambientais até aspectos ligados à família. A pobreza, problemas ambientais e a insegurança alimentar são determinantes ambientais que afetam diretamente. Além disso, a baixa renda, baixo nível de instrução dos pais, desemprego e outras questões familiares também desempenham um papel crucial”, destaca.

Os impactos da desnutrição não se limitam apenas à questão física. Crianças desnutridas podem apresentar baixa estatura, menor rendimento escolar, além de recorrência de doenças infecciosas. A desnutrição grave pode resultar em sequelas como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, afetando a produtividade na vida adulta e associando-se a uma maior taxa de mortalidade.

A preceptora destaca a importância de estratégias e programas governamentais. “As iniciativas do governo, como o Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), desempenham um papel fundamental na redução da desnutrição. O PNAE, por exemplo, não apenas oferece alimentos aos alunos da educação básica, mas também incentiva o desenvolvimento local sustentável ao privilegiar a compra de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar”, reforça.

A desnutrição infantil no Brasil requer uma abordagem multifacetada, que envolve não apenas políticas públicas efetivas, mas também a conscientização da população sobre a importância de uma alimentação balanceada e nutritiva para o pleno desenvolvimento das crianças.

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