Com o título “Ciência Desigual”, a repórter Larissa Lopes traça um panorama impressionante. Após trinta anos das primeiras regras de inclusão de mulheres e minorias em ensaios clínicos, a saúde feminina ainda é pouco estudada, impactando diretamente no bem-estar não somente delas, mas também de seus filhos.
Nas primeiras páginas, Larissa traz relato de uma mulher de 60 anos que nasceu com malformação nos quatro membros devido a talidomida, substância que na década de 60 era erroneamente indicada para mulheres grávidas realizarem tratamento contra enjoos. Para se ter ideia sobre o impacto na saúde da gestante daquela época, hoje em dia, talidomida “faz parte da fórmula de medicamentos para tratar mieloma múltiplo, além de úlceras e vermelhidão na pele provocadas por doenças como hanseníase, lúpus e aids”.
Ao avançar a leitura, mais relatos e com a evolução da ciência, emendas passaram a ser estabelecidas em busca de boas práticas de laboratório e de manipulação de matéria-prima; criando também normas para o armazenamento e a apresentação de remédios. Mas é sobre a representação de grupos diversos da população, com diferentes faixas etárias, comorbidades, raças e gêneros que a professora cardiologista do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Celi Marques Santos, entra no debate.
Ainda de acordo com a Revista Galileu, a pouca representatividade feminina em estudos nessa área da Medicina é um assunto que a professora Celi Marques Santos acompanha e se preocupa.
Confira trecho:
“Isso porque doenças cardiovasculares são a principal causa de morte de mulheres em todo o mundo, com destaque para distúrbios isquêmicos e acidente vascular cerebral (AVC). E, ainda assim, a saúde do coração delas é menos estudada do que a dos homens.
Uma pesquisa publicada no ano passado na revista Neurology analisou 281 ensaios sobre AVC realizados entre 1990 e 2020 e concluiu que, dos mais de 588 mil participantes, apenas 37,4% eram mulheres. O índice está abaixo do ideal, considerando que, nos países incluídos no levantamento, a prevalência média de derrame entre elas é de 48%. ‘Muitas vezes, os sintomas das mulheres são subvalorizados, pois é comum que AVCs e infartos ocorram após um grande aborrecimento, uma emoção forte, uma briga familiar.
Às vezes, quando a mulher chega nervosa ao hospital, ela é tratada como se aquilo fosse apenas uma questão psicológica ou uma dor muscular’, afirma Santos, que é professora de cardiologia na Universidade Tiradentes, em Sergipe, e discute em suas aulas a importância do tratamento cardiológico para mulheres”.
No Dia Internacional da Mulher, último dia 8, o portal da Revista Galileu disponibilizou a íntegra desta matéria especial que foi capa do periódico do mês corrente.
Para ter acesso na íntegra, clique aqui.
Com informações da Revista Galileu