O relatório “Mudanças Climáticas 2021: a Base das Ciências Físicas” , divulgado pela Organização das Nações Unidas no mês de agosto, destacou as mudanças climáticas em todo o mundo. O estudo fornece a avaliação mais recente do conhecimento científico sobre o aquecimento do planeta e projeções para o aquecimento futuro, além de avaliar seus impactos no sistema climático.
“Os dados que foram apontados não são novidade e já vêm sendo discutidos de forma bastante pragmática desde 2015. Já havia uma discussão muito grande no sentido de que precisamos limitar o aumento da temperatura do Planeta Terra em pelo menos dois graus. À época, o acorde de Paris conseguiu fazer foi um grau e meio”, comenta o professor do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos da Unit, doutor Dimas Pereira Duarte
“Este relatório, que foi produzido a partir de uma revisão muito ampla de tudo que vem sendo discutido pelos cientistas do mundo todo, trouxe como reflexão foi que esse um grau e meio a mais ele já vai chegar na próxima década. Então, o relatório não nos fornece um cenário muito confortável e nem tão pouco nos remete para um momento muito futuro”, acrescenta.
O pesquisador da Unit enfatiza que o contexto afetará a vida da população de forma drástica. “O relatório demonstra que os maiores eventos adversos climáticos, enchentes e secas já bateram à nossa porta na nossa próxima década”, frisa.
Para o professor Dimas, o relatório também aborda uma questão muito importante como é o caso da interferência humana no aquecimento global e nas mudanças climáticas.
“Durante muito tempo essa foi uma questão bastante discutida. O relatório traz uma informação que é praticamente irrefutável que é a que existe a interferência humana e que isso vem acelerando significativamente esse processo de aquecimento global”, garante.
“O relatório até avança nisso porque ele quantifica o quanto a nossa ação vem acelerando esse processo de mudança e de aquecimento global. As nossas ações de economizar água e da preocupação com o tipo de energia utilizada são pequenas coisas que afetam diretamente a nossa vida”, complementa.
O especialista destaca ainda a importância de um senso de responsabilidade individual e coletivo. “Precisamos refletir nesta questão de mudança climática para pensar em preservação, proteção do meio ambiente e manutenção das nossas próprias condições de vida no Planeta Terra. É essencial que haja não somente esse senso de responsabilidade individual e coletivo, assim como um posicionamento político firme. Existem políticas públicas e ações governamentais que nem sempre tem acompanhado esse senso de responsabilidade”, finaliza.