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Economista fala sobre guerra tarifária em palestra no Tiradentes Innovation Center

Mansueto Almeida, do banco BTG Pactual, falou a professores e estudantes sobre os impactos da disputa travada entre China e EUA e seus impactos para os setores da economia global

às 19h08
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O advento dos bancos e negócios digitais, a conjuntura econômica brasileira e a disputa comercial travada entre China e Estados Unidos foram alguns dos assuntos da palestra ministrada na última sexta-feira, 11, por Mansueto Almeida, economista-chefe do banco BTG Pactual, que foi secretário do Tesouro Nacional durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. O encontro, promovido pela Universidade Tiradentes (Unit) e intitulado “Guerra Tarifária: os impactos para o Brasil e para o mundo”, aconteceu na Arena Fortinet/TLD do Tiradentes Innovation Center, no Campus Farolândia, com uma grande participação de professores e estudantes dos mais variados cursos. 

O objetivo do evento foi trazer para o ambiente universitário um tema bastante atual e relevante, que levanta a possibilidade de grandes impactos para a economia mundial, com desdobramentos sociais e geopolíticos. Estes impactos podem afetar praticamente todos os setores da economia, incluindo o da inovação e da ciência, o que provoca pesquisadores e empreendedores a buscarem alternativas e criarem soluções para resolver problemas e atender demandas geradas por esta nova crise. 

“Quando a gente fala que o Tiradentes Innovation Center é um centro de inovação, a gente tem que estar atualizado com as políticas que estão acontecendo para que a gente busque também novas formas de interagir com o mundo. A gente fala muito das dores do mundo e das pessoas para desenvolver projetos de inovação. Se a dor de um mundo está passando aqui, então a gente precisa comentar e debater, para que soluções cada vez mais criativas e novas possam ser desenvolvidas. E por que não Sergipe também contribuir para esse debate internacional que está acontecendo agora?”, disse o presidente do Tiradentes Innovation Center, Domingos Machado.

A palestra também buscou introduzir os estudantes nas grandes discussões travadas atualmente pelo mundo, principalmente os desafios e perspectivas econômicas em um cenário global cada vez mais instável. “Eu acredito que foi uma palestra bastante informativa para inserir os alunos nesse contexto, que ele acha às vezes que está tão distante dele, mas não está. Não dá para a gente negar que a gente vive na globalização e o impacto é real. Para os negócios, para as empresas, é muito importante entender como isso acontece, para que elas possam ver tanto as ameaças quanto as oportunidades que podem ter nesse mercado. E entender sobre esse assunto, para tomar decisões mais assertivas, é fundamental”, destaca a professora Ivânia Maria de Morais Souto, coordenadora operacional dos cursos da área de Administração e Negócios da Unit.

Mansueto, que tem experiência como pesquisador e ex-funcionário de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pontuou e explicou várias questões relacionadas à disputa econômica entre China e Estados Unidos, iniciada desde quando o presidente norte-americano Donald Trump ordenou a cobrança de tarifas de importação para produtos importados pelo país, atingindo principalmente a China, com impostos de 125% por item vendido. O país asiático tem a segunda maior economia do mundo e respondeu aplicando a mesma tarifa aos produtos dos EUA. Para o palestrante, o maior risco é de que a própria economia global venha a enfrentar uma recessão generalizada, com diminuição do consumo. 

“Se os Estados Unidos crescerem menos, a China crescer menos, e o mundo crescer menos, isso derruba o preço de commodities, que é muito importante para as exportações do Brasil e todo mundo sai perdendo. O que todo mundo quer é que essa guerra tarifária não ocorra. Se a gente tem uma onda na qual cada país aumenta a sua tarifa de importação, isso significa que, em cada país, os preços dos produtos serão mais caros”, alerta Mansueto, indicando que os setores ligados à inovação podem ser fortemente afetados pela disputa tarifária. “A gente sabe que para fomentar inovação e pesquisa, precisa muito de troca de experiência entre pesquisadores de diferentes países. E num mundo mais protecionista, todo esse esforço diminui”, completa.

O economista também abordou temas como os bancos digitais, demandas do cenário econômico brasileiro, investimentos em educação, ciência e tecnologia, mercado de trabalho para carreiras de tecnologia, mercado financeiro e outros. E ao final, respondeu a perguntas da plateia. “A Universidade Tiradentes é fantástica e tem esse centro de inovação que está entre os melhores do Brasil. Foi uma honra para mim estar aqui e poder trocar ideias com os alunos e os pesquisadores”, elogiou Mansueto. 

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