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Egressa de Jornalismo da Unit faz sucesso no mundo da moda 

A jornalista Heloísa Rocha conquistou o mercado falando sobre a moda inclusiva 

às 11h59
Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal
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Egressa de Jornalismo da Universidade Tiradentes (Unit), Heloisa Rocha, decidiu sair da zona de conforto e vem se destacando como redatora na Rádio Gazeta Online, em São Paulo. Seu trabalho foi reconhecido nacional e internacionalmente, sobretudo por suas coberturas na São Paulo Fashion Week. Por ser uma pessoa com deficiência, decidiu fundar um projeto de moda e beleza inclusiva, intitulado ‘Moda em Rodas’ para levar seus conhecimentos para outras pessoas.  

A sergipana conta que sempre foi uma pessoa comunicativa, e isso influenciou a sua escolha pelo curso. “No ensino médio, me atemorizava a ideia de passar toda vida profissional desempenhando uma única ação e, além disso, via no Jornalismo a perspectiva de que pudesse me encaixar em alguma área, independentemente de possuir uma deficiência. Quando me refiro a ‘alguma’ área, quero ressaltar o leque de oportunidades que a profissão oferece, pois é possível atuar no rádio, na televisão, no online, no impresso e, até mesmo, na assessoria de imprensa”, disse. 

A egressa ressalta que a contribuição da Unit foi muito além de todo conhecimento que obteve em sala de aula. “A sensibilidade da instituição em oferecer, na época, 2004 a 2007, uma mesa ajustada à altura da minha cadeira de rodas e, também, de permitir que a minha turma passasse os quatro anos estudando em uma sala de aula no térreo foi de suma importância para que eu pudesse acompanhar as aulas da mesma forma que os meus colegas”, conta. 

“Graças à coordenadora da época que, em um momento de incerteza em razão da dificuldade em encontrar um estágio que me avaliasse por minhas capacidades e não por minha deficiência, me inseriu no mercado de trabalho ao indicar a uma jornalista local. E, a partir dessa indicação, eu consegui ter o meu primeiro estágio que, pouco tempo depois, me abriu portas para outras oportunidades, incluindo o tempo de estágio exercido no Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP)”, acrescenta.   

A jornalista fala sobre a importância da formação na Unit para encarar o mercado de trabalho em São Paulo. “Acredito que toda experiência que tive em Aracaju tanto em sala de aula quanto, também, nas empresas em que estagiei foram essenciais para o meu desenvolvimento profissional e acadêmico em São Paulo. Se eu não tivesse tido uma boa base, eu acredito que não teria finalizado uma pós-graduação na Faculdade Cásper Líbero e, também, não teria contribuído, por meio da Rádio Gazeta Online, na formação prática de rádio de tantos casperianos, já que a emissora é dirigida pela instituição de ensino em questão e serve como laboratório prático aos estudantes”, ressalta. 

Heloísa decidiu que precisava de novos desafios, por isso saiu de Sergipe em busca de novos ares. “No último ano da graduação, eu estagiava na Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aracaju e, apesar de haver a perspectiva de uma efetivação, eu sentia que, pelas experiências anteriores, o mercado nunca abriria as portas para mim por conta da minha deficiência. E, na época, eu acreditava que a minha única alternativa seria me focar na área acadêmica através de concursos”, explica.

Moda em Rodas

Assim que se mudou para São Paulo para iniciar uma especialização e, depois, um mestrado para, então, retornar para Aracaju, mas os planos mudaram completamente. “Como o destino sempre nos prega surpresas, eu conheci, meses depois que me mudei, o ex-gerente da Rádio Gazeta Online (extinta Rádio Gazeta AM) que, na época, me falou que a emissora estava contratando um redator e, também, precisava preencher o quadro de cotas da empresa e, em contrapartida, eu precisava do emprego. Após a contratação, eu acabei me firmando profissionalmente em São Paulo”, disse.

Heloísa disse que a ideia de criar o Moda Em Rodas surgiu após ficar responsável por revisar os conteúdos de moda da Rádio Gazeta Online. Ela conta que com a experiência ficou extremamente interessada e apaixonada pelo assunto. Além de sempre ser abordada por outras mulheres com outras deficiências em suas redes sociais sobre onde havia adquirido as peças que usa, decidiu compartilhar seus gostos com as suas seguidoras.

“Quando completei 30 anos, senti a necessidade pessoal de criar um projeto próprio e após observar a ausência de corpos com deficiência nas edições do São Paulo Fashion Week aos quais cobri e, pelas minhas seguidoras que eu percebi que havia um público ávido por consumir moda, mas que infelizmente era excluído por essa indústria. Após essa análise, eu criei o Moda Em Rodas que, inicialmente, era um perfil em que eu apenas mostrava os meus ‘looks’ para se tornar uma empresa de produção de conteúdo, onde eu atuo como modelo, apresento e produzo um podcast sobre o tema e promovo palestras e consultorias para algumas empresas”, revela. 

Ao ser questionada sobre as diferenças do mercado em Sergipe e São Paulo, Heloísa comenta que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência ainda é muito escasso em ambos os estados.

“É um pouco complicado comparar o mercado profissional de São Paulo e Sergipe porque se trata de estados com economias, atividades, dimensões e número populacional bem distintos. O que eu posso afirmar é que a escassa presença do profissional com deficiência em redações é um fato nacional e me sinto realizada por ter conseguido atuar na área em que me formei, mas, ao mesmo tempo, triste por ainda não ter presenciado uma mudança significativa ao longo de todos os anos em que venho atuando como jornalista”, aponta. 

Mesmo amando sua cidade natal, a jornalista disse que não tem planos de retornar para Aracaju. “Tenho grandes amigos em Sergipe e pelo menos uma vez por ano vou visitá-los e matar a saudade da minha terra natal. Felizmente hoje eu estou realizada profissionalmente e criei um bom círculo social na capital paulista. Não tenho perspectivas no momento de voltar a morar em Aracaju. Porém, acho que é possível um retorno quando chegar o momento da aposentadoria. Mas são apenas possibilidades e não há nada concreto se retornarei ou não para Sergipe. O futuro dirá!”, finaliza.

 

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