“Nunca tinha passado pela minha cabeça de morar tão longe da minha família, porque eu sempre fui muito apegada”. Assim relata a estudante Suzan Rodrigues Araújo, do nono período de Odontologia da Universidade Tiradentes (Unit), que se permitiu viver por seis meses longe dos pais e dos irmãos, a exatos 6.740 quilômetros de distância. Ela está prestes a concluir um período de seis meses de mobilidade acadêmica na Universidad Anáhuac Mayab, em Mérida, no México, onde está desde o início deste ano.
A ida ao exterior acontece através do Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional (ProMAI), mantido pela Unit em parceria com universidades parceiras. Suzan conta que decidiu se candidatar a uma vaga no programa ao ver os cartazes de divulgação afixados no Campus Farolândia. “A partir desse momento, pensei que essa seria uma oportunidade de dar um enorme destaque na minha carreira profissional, não medi esforços e isso começou a se tornar um sonho para mim”, disse ela, que foi aprovada na seleção do ano passado e está cursando disciplinas equivalentes no Bacharelado em Cirurgia Odontológica, equivalente ao curso de Odontologia.
A Anáhuac Mayab foi criada em 1984 e pertence à rede de universidades Anáhuac, administrada pela congregação católica Legionários de Cristo e considerada um dos maiores grupos educacionais do México. É a segunda maior unidade da rede, com 31 cursos de graduação, 11 mestrados, três doutorados e mais de 60 laboratórios. “Escolhi a Anahuac por ter uma grande compatibilidade com as disciplinas que eu levaria no Brasil e também por ser uma universidade que recebe muitos intercambistas de todo o mundo, além de que disponibiliza de cursos de pós-graduação em odontologia na mesma clínica que estudo. Também por saber que a Anahuac tem parcerias com grandes marcas do mercado odontológico, facilitaria o meu desenvolvimento com o que irei trabalhar”, justifica Suzan.
Já a cidade de Mérida, onde fica a universidade, é a capital do estado de Yucatán, no sudeste mexicano. Fundada em 1542, em cima das ruínas de uma antiga cidade da civilização maia, ela tem hoje mais de 900 mil habitantes e é classificada como a melhor cidade universitária do país, por sua qualidade de vida, custos acessíveis, segurança e investimentos em inovação.
Suzan conta que um dos principais desafios vividos em seu tempo de adaptação no México foi a culinária local, cujos pratos são bastante temperados com pimenta; o espanhol como idioma; e o fuso horário de Mérida, com três horas de atraso em relação à hora de Brasília. Hoje, no entanto, ela considera que esses “pequenos perrengues”, foram essenciais na trajetória e no aprendizado que adquiriu durante o intercâmbio. “Aprendi que consigo ultrapassar os meus limites estudando a minha área e um idioma novo ao mesmo tempo, e no final tudo sempre dá certo. Perrengues existem e não foi tudo fácil, mas sonhos existem para serem realizados e não podemos nunca deixar que o medo de dar errado nos impeça de voar cada vez mais alto”, teoriza.
A aluna se disse encantada com a simpatia dos mexicanos, que tanto dentro quanto fora da universidade, sempre estão dispostos a ajudar em qualquer momento ou situação. “Com certeza eu voltaria ao México, pois as pessoas são extremamente acolhedoras. Não me senti sozinha em nenhum momento. Aqui fiz amizades verdadeiras e vínculos profissionais que quero levar para o resto da minha vida”, garante ela, acrescentando ainda que o apoio da família, mesmo à distância, foi fundamental. “Acho que o preparo maior foi mesmo psicológico, de saber que iria estar longe da minha família. Então todos os momentos que tinha livre [antes da viagem] eu tentava aproveitar ao máximo com eles, brincar, sair e conversar. Não tenho dúvidas que sem o apoio completo da minha família nada disso seria realizado, serei eternamente grata”, considera.
Apoio fundamental
A sergipana deverá retornar do México no início de junho, logo após o fim do semestre acadêmico, e retomará o curso na Unit, com formatura prevista para dezembro deste ano. Em seguida, ela já pretende atuar no mercado, em seu próprio consultório odontológico, e ao mesmo tempo fazer uma especialização em Implantodontia, que capacita cirurgiões-dentistas para procedimentos de implantes dentários, No futuro, ela também pretende fazer mestrado e doutorado em outros países.
Ela destaca que, além da família e dos colegas que fez na Anáhuac Mayab, o apoio da Unit, por parte tanto da coordenação do curso quanto da Gerência de Relações Internacionais, foi fundamental para o sucesso e a tranquilidade do intercâmbio. “A Unit foi realmente parceira em todos os momentos. Desde o dia em que demonstrei interesse pelo intercâmbio, eles fizeram de tudo para me ajudar a dar certo. Às vezes, quando apareciam obstáculos, eles não me faziam desistir e tentavam ajudar ao máximo. Estreitou o vínculo de uma menina que sonhava em brilhar no mundo afora e fez realmente acontecer. Desde o primeiro período sou extremamente feliz em estudar nesta renomada instituição e tenho muito orgulho de dizer a minha universidade de origem”, elogia.
Para Suzan, a vivência no México está sendo “a melhor experiência da vida” e lhe permitiu aprender bastante. “Me desenvolvi nos meus estudos conhecendo coisas novas e vi na prática que eu consigo sim duplicar a minha carga horária de estudos e curtir da mesma forma, além de ter dado um grande salto no meu autoconhecimento. Está sendo incrível”, diz ela, que além de recomendar a experiência a todos, faz questão de convidar os colegas e professores mexicanos a virem conhecer o Brasil e a Unit. “Honrarei os dois em todos os lugares que eu for pelo mundo”, promete.
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