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Estudante do MIT busca solucionar acesso à água no sertão com startup

A estudante em engenharia mecânica do Massachusetts Institute of Technology está pesquisando sobre sistemas de água em SE com o suporte da Unit

às 19h28
O reitor da Unit, professor Jouberto Uchôa de Mendonça, ao lado da vice-reitora, professora Amélia Uchôa, recepcionaram a aluna do MIT, Alexis D'Alessandro
O reitor da Unit, professor Jouberto Uchôa de Mendonça, ao lado da vice-reitora, professora Amélia Uchôa, recepcionaram a aluna do MIT, Alexis D'Alessandro
Alta cúpula da Unit recepcionou a aluna do MIT Brasil, Alexis D'Alessandro
Além da pesquisa, Alexis vivencia a oportunidade de ensinar inglês básico para crianças carentes do bairro Industrial
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Por Raquel Passos

Entender os hábitos de consumo de água do brasileiro, em especial o sertanejo, é algo esperado por empresas e autoridades do segmento locais. Mas uma norte-americana da cidade de Boston, Alexis D’Alessandro, se interessou em estudar o tema a fundo para ajudar a solucionar o problema da falta de água nas regiões mais afetadas pela seca em Sergipe. Seu objetivo é criar uma empresa startup – termo usado para designar empresas recém-criadas e rentáveis – para construir um sistema de uso que atenda a necessidade dos sertanejos.

A jovem estudante de Engenharia Mecânica, com foco em sistemas de água e energia, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT (Massachusetts Institute of Technology), referência de qualidade em ciência e tecnologia em todo o mundo, está no Brasil há duas semanas em decorrência do relacionamento estabelecido recentemente entre as instituições sergipana e americana de ensino superior, através do MIT Brasil, para o desenvolvimento de ações acadêmicas mútuas.

Alexis veio para ficar pouco mais de um mês no Brasil e estará por quatro semanas em Aracaju. “Meu objetivo é compreender mais a geografia e, especificamente, como as pessoas aqui no nordeste do Brasil usam água. Parte do meu projeto é construir um sistema de distribuição de água potável para melhorar o acesso às famílias pobres no sertão brasileiro. Em paralelo, também estou estudando negócios com o objetivo de montar uma empresa startup que melhore esse acesso”, explica.

O superintendente acadêmico, professor Temisson José, acredita que esse tipo de solução ultrapassa a perspectiva educacional, pois ainda busca gerar negócio. “Alexis vem de uma experiência acadêmica bastante inovadora da área das engenharias, mas com um viés também de empreendedorismo uma vez que o MIT desenvolve uma experiência de startups com foco na conversão de pesquisas em negócios”, afirma.

De acordo com coordenador do Departamento de Relações Internacionais do Grupo Tiradentes, professor Otávio Correia, o intercâmbio de Alexis na Unit aconteceu, em parte, devido ao programa de estágios do MIT Brasil e da bolsa do MISTI (Programa de Iniciativas Internacionais de Ciência e Tecnologia do MIT). “Ela é considerada no MISTI uma “Sun Intern” (Sun é o sobrenome da família que financia essas oportunidades)”, informa.

Projeto

Neste primeiro momento, a estudante Alexis está coletando informações, buscando compreender os hábitos locais e realizando entrevistas, mas já pensa no futuro deste estudo. “Tentarei uma bolsa na minha Universidade para conseguir estudar as culturas do sertão no nordeste do Brasil. A ideia é poder entender melhor de que forma poderei ajudar as pessoas que não têm estrutura financeira. Espero poder contar com os programas de estudos internacionais da Unit também nesse momento”, comenta.

Para melhorar o sistema de água no sertão, segundo a jovem pesquisadora, não se trata de uma questão de mudança de hábitos: “Para mim isso é muito difícil e não quero isso. O mais importante é compreender a cultura do povo e usar meu conhecimento para melhorar o sistema de uso de água. Vou buscar capitalizar isso e tentar empreender em cima do cenário que se formar com as informações coletadas. Quero proporciona-los bons hábitos, com água de boa qualidade e financeiramente acessível”.

“Os pesquisadores da Unit ligados aos Programas de Mestrado e Doutorado em Saúde e Ambiente e Engenharia de Processos, que trabalham com o tema, estão orientando a estudante e proporcionando as condições necessárias para o desenvolvimento da pesquisa”, informa a diretora de pesquisa da Unit, professora Juliana Cordeiro.

Resultados

Mas após ter realizado algumas entrevistas, Alexis já consegue visualizar um diagnóstico prático e resolutivo para a questão. “Tenho ideia de como melhorar o acesso à água no sertão pela experiência que adquiri no MIT, construindo sistemas de água de dessalinização em laboratório e atuando com projetos de desenvolvimento internacional”, afirma.

Segundo ela, como nos EUA a cultura de startups é forte, fará experimentos para testar as conclusões dessas entrevistas no Brasil para entender como conseguirá criar uma empresa que seja autossuficiente e gere renda. “Achamos que são eficientes não para competir com empresas grandes, mas para chegar a lugares onde as pessoas não estão sendo assistidas pelos grandes programas dos governos do país. A questão do sertão sem acesso de água é muito particular. Acredito que uma startup é uma grande maneira de alcançar essas pessoas”, explica Alexis.

Intercâmbio cultural

Em paralelo, durante sua temporada em Aracaju, a norte-americana ensinará inglês básico para as crianças do 5º ano do Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, da Unit, localizado no bairro Industrial. “Na oficina, ensino expressões de rotina, como bom dia e obrigada, sempre com jogos de interação. São crianças ativas. Elas ficam muito animadas, querem aprender mesmo, até me cobraram lição de casa”, celebra.

As crianças estão entusiasmadas. “Este é o primeiro passo para que mostrem interesse pela língua e entendam sua importância no universo do conhecimento. Como amplia os horizontes e pode ajuda-los a crescer. Por enquanto, está sendo tudo novidade, já que são crianças carentes, sem condição de acesso a nada parecido. Está sendo muito boa a oportunidade de aprendizado além-fronteiras”, considera a diretora administrativa do Núcleo de Educação e Saúde da Unit, professora Albertina Xavier.

 

Atualizado em 13/08/2018 para acréscimo de informações

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