Você sabe o que fazer com os resíduos eletroeletrônicos ou mesmo aparelhos que não parecem mais servir a você? O descarte adequado de resíduos eletroeletrônicos deve ser realizado de maneira correta para proporcionar uma boa destinação, passando por processos de reciclagem e até auxiliar instituições carentes. Esse é um dos ideais do Projeto Ecoponto, uma iniciativa do programa “Exatamentes” integrado pelos estudantes, professores e coordenadores dos cursos da área de exatas da Universidade Tiradentes (Unit).
O coordenador Pedagógico dos cursos de Computação, professor Manoel Dantas Macedo Filho, explica que o Projeto Ecoponto teve sua idealização no segundo semestre de 2022, com as primeiras ideias passadas pelos coordenadores Elayne Emília Santos Souza e professor Ricardo Azevedo Porto, iniciando sondagem com os alunos e a construção do projeto preliminar elaborado pelo Prof. Manoel Dantas Macedo Filho. “Formalmente, o início dos trabalhos aconteceu no mês de março de 2023, envolvendo todos os cursos de exatas, os coordenadores operacionais e pedagógicos, motivando principalmente os alunos do primeiro período dos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas para os primeiros passos”, detalha.
“Por meio de ação conjunta entre os cursos da área de exatas: Engenharias, Arquitetura, Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Jogos Digitais, Design e Ciência da Computação, é possível mobilizar alunos para que eles influenciam seus amigos e familiares para participarem do Projeto. É um trabalho em várias etapas, mas assim, será possível conscientizar empresas com a coleta seletiva de resíduos eletroeletrônicos, difundindo as ideias sobre sustentabilidade e, se for cabível, consolidando com algum impacto positivo a uma ou mais instituições filantrópicas”, explica.
São muitos os itens que podem ser descartados no Ecoponto Unit, como telefones, celulares, aparelhos de DVD, televisores, monitores, notebooks, CPUs, processadores, cabeamentos, memórias, fontes, mouses, drives, placas, teclados, impressoras, eletrodomésticos, etc. “Já foram catalogados mais de cinquenta itens. Esse número de recebidos é desde a nossa última checagem, mas a cada dia chega mais. São objetos como controles remotos, cabos de conexão e notebooks usados”, lista.
A primeira caixa coletora do Ecoponto foi instalada no saguão do anexo ao Bloco B, no campus Unit Farolândia. “O local foi escolhido por estar localizado onde funcionam as coordenações dos cursos de Exatas. O objetivo é facilitar o acesso dos alunos e também para nos proporcionar a possibilidade de fazer uma certa supervisão das doações, mas a ideia é criar outras caixas para manter no minishopping da Unit”, revela.
Em breve, o Projeto Ecoponto será localizado em novos endereços. “No projeto preliminar foram sugeridas que duas instituições próximas a Unit e que já haviam sido atendidas por projetos de extensão orientados por mim e outros docentes recebessem o Ecoponto. Mas a ideia é que, com um bom resultado da coleta dos materiais, os próprios alunos envolvidos escolham uma instituição filantrópica para receber um computador ou notebook funcional montado a partir da seleção feita com todo o material recebido, caso seja possível”, comenta.
O professor Manoel afirma que a coleta desses equipamentos não gera custos e pode ser associada às iniciativas de projetos de extensão, oportunizando até a montagem de um ou mais computadores que possam ser doados às instituições carentes.
“Neste primeiro semestre estamos motivando a continuidade da coleta responsável e, com a ampliação da proposta e possibilidades alcançadas, a montagem de um equipamento computacional que possa ser funcional para favorecer a doação e servir de alguma maneira às novas integrações ao mundo digital. O que não puder passar por esse reaproveitamento terá um destino atestado para a reciclagem através de parcerias”, destaca.
Práticas extensionistas como essa são de extrema importância para os alunos de cursos da Computação que desejam adquirir conhecimentos fora da sala de aula. “Além de desenvolver e fortalecer o sentimento de pertencimento do nosso alunado na Unit, os novos discentes têm a oportunidade de participar de algo maior e mais dinâmico associado à prática acadêmica que, além de motivar o descarte responsável de materiais eletroeletrônicos, pode impactar sua formação na seleção, análise e até reestruturação desse material”, ressalta.
“Creio que o projeto não é necessariamente um modelo novo, mas tem sua relevância pela associação à computação e outras expertises ligadas à área de Exatas, mas pode ser ampliado e se tornar muito bem sucedido com mais apoio, divulgação e engajamento de todos pelo ideal do desenvolvimento sustentável”, conclui.
Leia mais: Mestrandas têm projeto inovador aprovado no Programa InovAtiva Brasil