Dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) mostram aumento no número de casos de covid19, principalmente em estados do Centro-Oeste e Sudeste. Em 24 horas, o órgão registrou mais de 40 mil brasileiros diagnosticados com a doença. Mas para os especialistas, o número pode ser bem maior, caracterizando uma 4ª onda. Em Sergipe, a retomada das atividades presenciais de diversos setores está a todo o vapor, mas com a realização das festas juninas, já existe a preocupação com o crescimento de pessoas contaminadas.
“De fato, existe a possibilidade de uma nova onda de casos. Afinal, ainda vivemos a pandemia. O alerta recente de São Paulo foi importante para mostrar isso. Houve mais de 250% de aumento nos internamentos e mais de 50% de ocupação nas UTIs. Isso mostra que ainda estamos vivendo o período pandêmico que pode acarretar novas ondas de caos. Apesar de até agora não termos visto grande impacto no número de óbitos em Sergipe, é uma possibilidade. Então, precisamos ter cuidado. É um grande alerta”, enfatiza o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes, Msc. Matheus Todt.
Em um dia, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou 16 novos casos de covid19, seis internamentos e nenhum internamento. No total, já foram contabilizados 327.490 casos e 6.348 mortes. Comparando com outros dados, principalmente da vacinação, a situação é estável. Em todo o estado, quase 1 milhão de pessoas receberam pelo menos três doses da vacina.
“Temos poucos casos por alguns motivos. É preciso considerar que testa-se pouco, há uma confusão muito grande em relação às demais doenças gripais, como a Influenza, e tem-se dado pouco diagnóstico de covid19. Quanto à vacinação, estima-se que 78% da população sergipana esteja vacinada. Ainda há 22% de pessoas não vacinadas que estão expostas, inclusive às formas graves da doença e óbitos. Sabe-se que a proteção da vacina contra a covid19 reduz com o tempo. Então, existe a possibilidade de crescimento no número de casos, ainda maia com o aumento das aglomerações devido às festas juninas que nos últimos dois anos não foram comemoradas; e o vírus está circulando”, explica o professor.
Para evitar novas ondas de covid19, é importante que os cuidados para evitar a contaminação e transmissão do vírus sejam mantidos. “O isolamento é a medida primordial contra a transmissão. Claro que a máscara ajuda, mas o isolamento é o principal. Então, se algum paciente que é mais vulnerável, idoso ou tem doenças crônicas, uma grávida… deve evitar, sim, aglomerações. E se estiver gripado ou com sintomas respiratórios, se isolar em casa. Isso são medidas de bom comportamento para evitar a propagação do vírus. E em ambientes fechados, com muita gente, ainda é bom utilizar a máscara”, orienta Todt.
Além destas medidas, recomenda-se manter a higienização das mãos e objetos pessoais, como celular, caneta e computadores; adotar a etiqueta respiratória, que consiste em cobrir nariz e boca com lenço de papel ou antebraço ao espirrar ou tossir, descartando adequadamente o lenço utilizado; evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas, mas se tocar, lembrar de higienizar as mãos.
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