A gordofobia é um neologismo criado para indicar o preconceito de pessoas que julgam o excesso de peso e a obesidade como um fator que mereça seu desprezo. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) defende que o estigma contra essa população deve ser combatido com informação.
Diariamente, pessoas gordas e obesas saem de casa logo cedo e sabem que vão encontrar pela frente desafios de todos os tipos: transporte público, escritórios, restaurantes e outros ambientes que não estão preparados para acomodá-las. Ainda pior: sabem também que vão ser alvo de piadas, julgamentos e ouvir de muita gente que precisam emagrecer.
O preconceito vem disfarçado de preocupação com a saúde, todo mundo finge preocupação com ele e se sente à vontade para aconselhar dietas ou recomendar um médico. As pessoas precisam entender e separar o corpo saudável do corpo magro, eles não são sinônimos. Todos os tipos de corpos podem ter pessoas doentes. Todos os tipos de corpos podem ter pessoas saudáveis.
A gordofobia alcança níveis de crueldade e desumanização muito maiores do que a pressão estética, fazendo pessoas gordas não terem acesso às diversas áreas da vida que garantem minimamente a dignidade aos seres humanos, faz mulheres grávidas gordas terem atendimento recusado porque o hospital não tem o equipamento adequado para realizar o parto.
Hoje em dia, crime de ódio e intolerância está mais ligado à etnia, raça e religião, mas poderia haver uma interpretação extensiva da lei para enquadrar a gordofobia também. Falta o legislador criminalizar de forma expressa, enquanto isso, entendo que pode ser enquadrado em crime de ódio, assim como crime injurioso.
Fonte: Academia Brasileira de Letras
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