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Iniciação científica leva aluno de Engenharia de Produção ao caminho do mestrado

Jordan Raione do Nascimento atuou em uma pesquisa sobre o uso de solventes naturais na extração de compostos de plantas; experiência o motivou a fazer o mestrado no PEP/Unit

às 20h27
A pesquisa foi sobre a extração de compostos fenólicos da folha da Alternanthera brasiliana, também conhecida popularmente como terramicina ou penicilina (Lutfi Andi/Pexels)
A pesquisa foi sobre a extração de compostos fenólicos da folha da Alternanthera brasiliana, também conhecida popularmente como terramicina ou penicilina (Lutfi Andi/Pexels)
O pesquisador Jordan Raione do Nascimento, egresso de Engenharia de Produção e aluno do mestrado em Engenharia de Processos (Acervo pessoal)
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Entrar para um projeto de iniciação científica, além de desenvolver habilidades e conhecimentos para atuar na pesquisa, também dá a chance de contribuir para a descoberta de soluções e questões reais para a sociedade, ou mesmo para pessoas e empresas. Este foi o caminho trilhado por Jordan Raione Leal do Nascimento, egresso do curso de Engenharia de Produção da Universidade Tiradentes (Unit), que se formou na turma de 2023-2 e começou neste ano a fazer o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP). 

Esse caminho começou, em definitivo, com a participação de Jordan no projeto Solventes Eutéticos Profundos Naturais como estratégia verde para extrair compostos fenólicos valiosos, sob a orientação do professor Ranyere Lucena de Souza. Ele estudou a extração de compostos fenólicos da folha da Alternanthera brasiliana, uma planta também conhecida popularmente como terramicina, penicilina, doril ou perpétua-do-mato. O pesquisador explica que essa planta já serve de insumo para a produção de medicamentos muito utilizados em todo o mundo, principalmente para tratamento de infecções.

No caso da pesquisa realizada na Unit, a intenção foi obter esses compostos fenólicos com o uso de solventes eutéticos profundos naturais (Nades). “É a possibilidade de utilizar solventes naturais para extrair os compostos da folha, assim evitando a utilização de solventes mais danosos para a natureza. A utilização de solventes naturais tem sido uma demanda da indústria farmacêutica para evitar danos ao meio ambiente, e com o estudo foi comprovado de que é possível extrair os compostos da planta para utilização na mesma quantidade ou a depender do processo em até maior quantidade utilizando os solventes naturais, o que é uma ótima notícia para os estudos na área”, detalhou Jordan. 

O estudo buscou ainda avaliar a influência de diferentes espécies doadoras de hidrogênio nas características físicas e químicas dos solventes, como viscosidade, densidade, pH e tensão superficial, além dos parâmetros desse processo para maximizar os rendimentos de extração dos compostos fenólicos. 

Ele concluiu que o emprego desses solventes naturais, também chamados DES (do inglês Deep Eutectic Solvents), demonstrou ser eficiente na extração de compostos fenólicos, em especial os flavonoides, substâncias presentes em diversas plantas naturais. “Neste estudo é mostrado que tensão superficial, razão molar e o teor de água são parâmetros importantes na avaliação dos DESs na obtenção de compostos fenólicos a partir de uma matriz vegetal rica em compostos fenólicos como a Terramicina”, acrescenta o pesquisador. 

Nascimento fez ainda um trabalho de conclusão de curso sobre o ISO 9001:2015, um selo de certificação de qualidade obtido por empresas para atestar a qualidade de seus serviços e produtos. O objetivo foi demonstrar como é a preparação de uma empresa de consultoria e inteligência empresarial para obter essa certificação, bem como as vantagens do selo e possíveis dificuldades no processo. “Para conseguir esse selo é necessário seguir diversas normas de padronização, o que garante uma melhor qualidade para o consumidor. Se a empresa possuir o ISO 9001, existe a certeza de que os padrões de qualidade estão sendo seguidos”, diz Jordan, pontuando que uma das atribuições do engenheiro de produção é implementar as exigências da norma nas empresas que desejam o selo. 

Na hora certa

O interesse em seguir a carreira acadêmica, como pesquisador ou professor universitário, despertou em Jordan o desejo de entrar para algum projeto de iniciação científica, motivando-o a procurar o professor Ranyere e pedir-lhe a oportunidade de ser voluntário. O próprio mestrando conta que teve “sorte de entrar no projeto na hora certa”, ou seja, quando a pesquisa ainda estava no início. 

“Eu fui atrás do IC para aprender um pouco mais sobre o ramo. Foi de grande importância na minha vida esse ano que passei no laboratório fazendo o IC durante a graduação, aprendi muito e consolidei a certeza na minha mente de que realmente queria fazer o mestrado”, diz Nascimento, ressaltando que a experiência na iniciação científica foi essencial para sua chegada até o mestrado no PEP. 

“A Unit me ajudou no quesito estrutura, de forma que nenhuma outra do estado seria capaz de realizar. Os professores foram de grande incentivo durante minha jornada na graduação, e sou um grande defensor da Unit como a melhor escolha de Universidade do estado, por todas as diversas oportunidades disponíveis aqui dentro”, destacou o mestrando. 

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