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Inovação, tecnologia e humanização marcam a 18ª Jornada de Enfermagem

Evento discute os desafios contemporâneos da profissão e reforça o papel do enfermeiro na sociedade

às 21h02
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O avanço das tecnologias na área da saúde tem modificado a prática de enfermagem, exigindo dos profissionais não apenas domínio técnico, mas também sensibilidade e consciência social. Diante dessa realidade, a Universidade Tiradentes (Unit) iniciou nesta segunda-feira, 12, a 18ª Jornada de Enfermagem, que segue até esta quarta-feira, 14, com uma programação voltada para a integração entre inovação, ciência, ética e o cuidado centrado no paciente.

A abertura do evento foi marcada pela palestra magna da enfermeira especialista em Enfermagem do Trabalho, Heloisa Helena Oliveira, com o tema “Enfermagem que transforma: saberes, consciência social e inovação em saúde”. A escolha da data também carrega um simbolismo: o evento acontece na semana em que se comemora o Dia do Enfermeiro, celebrado em 12 de maio, valorizando a importância desses profissionais para a sociedade.

Para a palestrante Heloisa Helena, o momento é oportuno para refletir sobre a atuação da enfermagem frente às mudanças trazidas pela era digital, sem perder de vista a essência do cuidado com o paciente. “A tecnologia deve servir como suporte para o exercício profissional, contribuindo para a agilidade na entrega de resultados, para o fortalecimento dos vínculos entre pacientes e profissionais, e para o reconhecimento do papel da equipe multiprofissional. É essencial refletirmos como nos inserimos nesse novo cenário, sempre mantendo o foco no bem-estar e nas necessidades do paciente”, explicou.

Atuando na Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, a enfermeira também destacou que as inovações devem ser ferramentas para potencializar o cuidado e não substituí-lo. “A enfermagem é, antes de tudo, a arte do cuidar, mas também é uma ciência. E o nosso diferencial está justamente no conhecimento profundo da pessoa humana no estar ao lado, no acolher, no olhar, no toque. Esse vínculo humano precisa caminhar junto com o uso da tecnologia. Conhecendo intimamente a essência do cuidado, o profissional de enfermagem pode utilizar as tecnologias como estratégias e ferramentas que fortalecem a sua atuação”, completou.

Humanização e saúde mental 

A coordenadora de área dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia da Unit, professora Geisa Lima, reforçou que, além da inovação, a jornada também traz um forte apelo à humanização no cuidado, especialmente em tempos de crescimento de transtornos mentais. “Vivemos um momento de grandes mudanças no mundo, não apenas tecnológicas, mas também sociais e emocionais. Há uma necessidade urgente de ampliarmos nossa atuação humanizada nos serviços de saúde. Estamos enfrentando o que muitos já chamam de uma ‘pandemia’ de transtornos mentais, e nós, profissionais de enfermagem, somos a categoria que permanece 24 horas ao lado do paciente”, afirmou.

Segundo ela, a edição deste ano da jornada foi pensada para ser ainda mais personalizada. “Este ano, conseguimos ampliar o número de minicursos na Jornada, oferecendo aos alunos mais oficinas práticas. Reduzimos o número de participantes por turma, o que permitiu um trabalho mais focado em cada temática e maior atenção individualizada. Com isso, tornamos a Jornada muito mais personalizada às necessidades dos estudantes e essas necessidades, por sua vez, estão alinhadas com os temas discutidos nacionalmente no campo da enfermagem”, completa.

Ética, técnica e formação integral

Representando o Conselho Regional de Enfermagem de Sergipe (Coren-SE), o conselheiro e enfermeiro Igor Caio Moreira esteve presente e destacou o papel da universidade na formação ética e técnica dos futuros profissionais. Para ele, a integração desses aspectos é o que forma um profissional completo, preparado para os desafios da área.

“Falar sobre a relação entre técnica e humanização na enfermagem é fundamental, porque isso também passa pela ética profissional. Esses três elementos fazem parte da essência do ser enfermeiro. Hoje não é mais possível trabalhar apenas um desses aspectos. Precisamos desenvolver todos de forma integrada. E quando estamos em instituições como a Unit, conseguimos implementar essa formação completa, que nos permite servir melhor à população e, assim, melhorar a qualidade da assistência em enfermagem”, reforçou.

Protagonismo estudantil 

Além das palestras e oficinas práticas, a Jornada também é uma oportunidade para que os estudantes vivenciem a organização de um evento acadêmico, desenvolvendo habilidades que vão além da sala de aula. Segundo a estudante do 7º período de Enfermagem, Lavínia Fagundes, os monitores e representantes das ligas acadêmicas têm um papel fundamental. “Ganhamos experiência em gestão de liderança, organização de pessoas e apoio à equipe, além de somar carga horária complementar”, disse.

O professor do curso de Enfermagem da Unit, Alan Oliveira, destacou o envolvimento coletivo como fator chave para o sucesso do evento. “Organizar essa jornada foi um desafio enorme, mas, ao mesmo tempo, a experiência mais gratificante da minha trajetória acadêmica. Por trás de cada detalhe deste evento, existe uma equipe dedicada, incansável e comprometida com a excelência de cada atividade. Quero agradecer profundamente à Comissão Organizadora, aos professores que nos apoiaram em cada passo e, em especial, aos nossos monitores, que eu sempre costumo dizer que são os invisíveis mais importantes”, destaca.

Consciência social e responsabilidade política

O pró-reitor de Graduação e Extensão da Unit, professor Ronaldo Linhares, chamou atenção sobre o papel transformador da enfermagem que vai além do ato de cuidar: é também lutar pelo direito de todos à saúde e à atenção digna. “Quando eu falo em responsabilidade política, me refiro à capacidade e à competência de promover cidadania. De transformar as pessoas que estão sob seus cuidados em cidadãos e cidadãs que reconhecem seus direitos, o direito à saúde, ao cuidado, ao acesso a medicamentos, às vacinas, às estratégias e metodologias mais avançadas da enfermagem e da medicina”, finaliza.

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