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Inverno: Período chuvoso pode contribuir para a fragilidade de Cânions

Professor da Universidade Tiradentes reconhece os riscos, mas alerta que os Cânions de Xingó não apresentam indícios de colapso

às 18h39
Professor doutor Anderson Sobral
Professor doutor Anderson Sobral
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Até o próximo dia 22 de setembro, quando encerra oficialmente o ciclo do inverno no Brasil, a orientação de geólogos é que todos os moradores, turistas e pesquisadores multipliquem as atenções quando estiverem circulando nas proximidades de Cânions. Um levantamento realizado por peritos do Serviço Geológico do Brasil (SGB) indica que somente no estado de Sergipe existem 13 pontos de vulnerabilidade. Todos eles envolvem os Cânions de Xingó, localizado no município de Canindé de São Francisco, no extremo noroeste do estado. Os estudos desenvolvidos pelo SGB aconteceram entre os dias 14 e 23 de fevereiro deste ano.

Doutor e professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Tiradentes (Unit), Anderson Sobral, defende que ações preventivas sejam adotadas, mas enaltece que não há indícios de rachaduras capazes de provocar colapso. O destaque apresentado pelo especialista faz alusão ao acidente registrado em 08 de janeiro quando houve desmoronamento parcial de um cânion na cidade de Capitólio, centro-oeste de Minas Gerais. Naquela ocasião, dez pessoas morreram e outras 32 ficaram feridas. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, destacou que no período do acidente não havia instabilidade climática.

“Não há motivo para pânico. A produção deste relatório contribuiu para que todos nós possamos aprofundar o conhecimento da geologia das paisagens. Isso inclui tudo aquilo que precisa ser feito e criar órgãos que possuam profissionais competentes da geologia, geotecnia, geografia e biologia. Esse trabalho multidisciplinar permite acompanhar os sistemas terrestres e garantir a exploração, visitação e demais ações econômicas com segurança”, destacou. Anderson Sobral reconhece que o mau tempo pode fragilizar as estruturas, mas que há amplas condições para manter, sem nenhum tipo de perda, o turismo dessas regiões.

“A pluviosidade é um importante agente de intemperismo e erosão. O aumento das chuvas poderá provocar um aumento nas manifestações apresentadas nas rochas. Sobre o turismo, não é perigoso; que isso fique sempre claro. É fundamental apenas que estes espaços sejam gerenciados por pessoas que entendam do assunto, para que os procedimentos de segurança sejam realizados”, completou o professor. Dados apresentados pelo Ministério Público de Minas Gerais indicam que desde 2019 os cânions localizado no Lago de Furnas, a 293 Km de Belo Horizonte, já apresentavam risco.

Em Sergipe

Menos de um mês após o acidente, peritos dos estados de Sergipe e Alagoas desenvolveram um mapeamento sobre o cenário geológico enfrentado pelos Cânions de Xingó. Participaram desses estudos, peritos do Serviço Geológico do Brasil, com o apoio do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil. Integrantes da Superintendência Especial de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma), da Defesa Civil e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), também colaboraram com as análises.

 

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