Estão abertas até o próximo domingo, 16, as inscrições para a seleção do programa Laboratório Social, mantido pela Universidade Tiradentes (Unit), em parceria com a Universidad de Valladolid (UVa) e a Universidad de Deusto (UD), ambas da Espanha. O edital é aberto para alunos do curso de Direito, a partir do 8º período, que poderão desenvolver seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) ao longo dos períodos 2025-1 e 2025-2, com orientação conjunta de professores das instituições. As inscrições podem ser feitas através dos links disponíveis no site do programa.
O objetivo é incentivar a pesquisa científica e desafiar os estudantes a buscarem soluções para problemas reais e desafios na área de Direitos Humanos e na realidade social do estado de Sergipe, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os alunos selecionados devem desenvolver seus trabalhos específicos dentro do tema: “Direitos humanos dos povos originários de Sergipe”.
“O Laboratório Social é a única iniciativa no Nordeste que oferece essa oportunidade para os alunos da graduação: desenvolver uma pesquisa científica durante um ano e poder ter contato com os povos e comunidades tradicionais da região. Os alunos aprenderão sobre questões metodológicas, jurídicas e sociais, desenvolverão suas capacidades críticas e analíticas, e também poderão compartilhar conhecimento em duas universidades espanholas”, afirma o professor Fran Espinoza, orientador e coordenador do programa.
Agora em 2025, as pesquisas serão vinculadas à comunidade Xokó, que vive na Ilha de São Pedro, em Porto da Folha, no norte de Sergipe. O edital do programa programou duas visitas de campo dos alunos a esta comunidade, na qual eles podem realizar entrevistas e coletar informações relevantes para o desenvolvimento dos projetos. “Seguiremos trabalhando nossas pesquisas na comunidade, mas com uma temática mais abrangente. Agora, estamos priorizando que sejam os próprios alunos que façam o recorte da pesquisa sobre esse guarda-chuva dos direitos humanos dos povos indígenas”, ressalta o orientador.
Outra etapa de desenvolvimento dos TCCs, dentro do Laboratório Social, é a mobilidade acadêmica internacional, um período de duas semanas no qual os estudantes selecionados irão até uma das universidades parceiras, em Deusto e ou em Valladolid, na qual farão estudos, pesquisas e visitas técnicas, além de interagir e trocar conhecimentos com estudantes e professores locais.
Todos os selecionados, conforme o número de vagas disponíveis previstas no edital, receberão uma bolsa de mérito acadêmico, com R$ 7 mil para auxílio de custos da etapa de mobilidade internacional.
Critérios de elegibilidade
Os interessados em participar do programa Laboratório Social devem estar matriculados regularmente no curso de Direito, a partir do 8º período e com um número mínimo de créditos cursados, de forma que esteja apto a cursar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) durante o programa. Além disso, eles devem cumprir os seguintes requisitos:
- Estar apto a cursar a disciplina de TCC em 2025.2;
- Ter integralizado pelo menos 162 créditos e estar cursando o 9º período ou superior.
- Média geral ponderada igual ou superior a 7;
- Possuir nível do idioma espanhol a partir do B1.
Prazos e inscrições
O pré-resultado da seleção será divulgado até o dia 18 de março, com período de recursos. O resultado final será publicado no dia 21. Os aprovados serão chamados para uma reunião de alinhamento e devem assinar o Termo de Adesão ao programa até 28 de março.
Outros esclarecimentos podem ser obtidos com a Gerência de Relações Internacionais (GRI), através do telefone (79) 3218-2284, do email international@unit.br ou comparecendo à sede da GRI, na Sala 05 do Bloco F do Campus Farolândia.
O programa
O Laboratório Social é constituído como uma rede de pesquisadores da Unit, da UVa e da UD. Desde seu início, em 2023, ele já teve a participação de oito alunos bolsistas, sendo seis da Unit e dois da UVa. Ele também faz parcerias com alunos do curso de graduação em Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGD), além de trabalhar conjuntamente com o grupo de pesquisa Políticas Públicas de Proteção aos Direitos Humanos. O foco principal do programa está no povo indígena Xokó, o principal do estado de Sergipe.
“Em 2021, quando realizamos a primeira proposta para o Programa, diferentes relatórios e a imprensa brasileira afirmavam que mais de 33 milhões de pessoas estavam passando fome no país. Também se conheceu que os indígenas Yanomami passavam por uma crise humanitária. Foi a partir dessa conjuntura que levantamos algumas hipóteses de pesquisa sobre a comunidade Xokó e apresentamos o projeto à coordenação de Direito e à Gerência de Relações Internacionais”, relembra Fran, citando que, nos dois primeiros anos, os TCCs do programa se debruçaram em temas ligados à segurança alimentar e a questões de terra e territórios na região.
Ainda de acordo com o professor, os resultados do programa superaram as expectativas, principalmente no que diz respeito ao conhecimento adquirido pelos alunos sobre os povos indígenas sergipanos e a atual realidade vivida por eles. “Recebemos muitos elogios de nossos colegas de Deusto e Valladolid, que sempre estão conversando com a gente e pensando nas formas de consolidação de nosso programa. Os diferentes pesquisadores ficam impressionados com o conhecimento que nossos alunos conseguem. Nesse sentido, é importante mencionar que a produção científica deles é exemplar e apresenta todas as exigências metodológicas, científicas e éticas exigidas no Brasil”, assegura Espinoza.
Em breve, será lançado um livro que reunirá os trabalhos realizados no âmbito do Programa Laboratório Social, ao longo de mais de dois anos de pesquisa. A publicação está em fase de revisão.
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