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“O mercado de trabalho é um reflexo da desigualdade social que vivenciamos"

Segundo a gerente do Unit Carreiras, Janaína Machado, a educação transforma e melhora o acesso ao mercado de trabalho.

às 18h00
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A desigualdade social no Brasil e as barreiras impostas para que pretos e pardos possuem oportunidades iguais entre os brancos têm sido pauta constante na sociedade. O reflexo disso é a inclusão da população negra no mercado de trabalho.

“Infelizmente o desequilíbrio racial ainda é algo muito presente. Na realidade, no mercado de trabalho, não apenas em Sergipe, mas em todo o país, verificamos uma desigualdade muito grande seja com a falta da educação, maior evasão dos negros nas escolas e no ensino superior, pela necessidade de trabalho e dificuldade de coincidir estudo, educação e trabalho”, declara a gerente do Unit Carreiras, Janaína Machado.

“Todas essas dificuldades acabam refletindo no mercado de trabalho que absorve muito menos negros e gerando ainda mais um maior desequilíbrio racial”, acrescenta.

A especialista acredita que a educação é um agente precursor de mudanças e de expansão da mente e oportunidades. “Se você tem educação, você consegue um melhor acesso ao mercado de trabalho e ocupar posições de destaque. Só quem transforma é a educação. Sem educação não há mercado de trabalho, não existirá mão de obra produtiva no sentido de fazer crescer o negócio e, consequentemente, um país. Por isso, a necessidade de se investir em educação”, comenta.

Segundo o Índice Folha de Equilíbrio Racial – Ifer, criado para medir o acesso dos negros a melhores condições de vida no Brasil, o país pode atingir um nível de equidade entre negros e brancos no ensino superior em pouco mais de uma década, se o ritmo de aumento na inclusão racial visto nos últimos anos não for freado ou revertido pela crise econômica que afeta o país desde 2014.

“As oportunidades e o acesso à educação superior são importantes para que essa população seja agente de transformação no mundo do trabalho e que estejam mais preparados para transformar as suas vidas e tornar uma sociedade, consequentemente, melhor”, salienta.

Ainda de acordo com o Ifer, embora o ensino superior brasileiro ainda seja marcado por múltiplas desigualdades, inclusive raciais, a proporção de negros de 30 anos ou mais com diploma universitário se aproximou de sua representação populacional em 23 das 27 unidades da federação entre 2014 e 2019. As exceções foram Ceará, Alagoas, Piauí e Sergipe, afetados, provavelmente, pela crise econômica que atingiu com mais força os estados do Nordeste.

“Apesar das cotas nas universidades e de algumas empresas estabelecerem cotas e estar atentas à diversidade e a inclusão, ainda verificamos um desequilíbrio muito grande de negros, principalmente ocupando cargos gerenciais”, complementa.

A gerente do Unit Carreiras destaca que a atual realidade é retrato do que foi vivenciado anos atrás. “Se observamos, estamos a mais ou menos 133 anos da abolição da escravatura no Brasil. Ainda é pouco tempo para que haja um equilíbrio porque os negros ficaram em uma situação muito difícil sem educação, sem saúde, sem saneamento básico”, enfatiza Janaína.

“Então, ainda possuímos uma desigualdade social muito grande e o mercado de trabalho é um reflexo da desigualdade social que vivenciamos diariamente”, finaliza.

 

Com informações da Folha de São Paulo.

 

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