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O que são containers digitais?

Tecnologia permite que sistemas e aplicações funcionem em um computador a partir de espaços com todos os elementos necessários, garantindo a segurança de TI

às 18h01
Aula do Innovation Class sobre containers foi dada por Conrado Costa, arquiteto de soluções da Red Hat
Aula do Innovation Class sobre containers foi dada por Conrado Costa, arquiteto de soluções da Red Hat
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Imagine se o seu celular ou computador pudesse carregar um container de carga, carregando uma série de ferramentas acopladas para trabalhar em conjunto e garantir seu funcionamento. É claro que esse é um sentido figurado, mas o termo define conjuntos de componentes utilizados na elaboração e operação de aplicativos ou programas de computador. É um conceito que vem sendo trabalhado desde 1979 por empresas de softwares. As tecnologias permitem armazenar e isolar aplicações com todos seus arquivos necessários para garantir seu funcionamento. 

“Container é um processo que permite colocar todo o processo de runtime dentro de uma caixinha isolada. Basicamente é colocar todos os arquivos e bibliotecas que são necessários para sua aplicação rodar. Se eu estiver rodando uma aplicação Java, eu vou colocar a Java Runtime Environment ali dentro. Se precisa de uma variável de ambiente, ou de um arquivo de propriedade, vão estar lá dentro também”, explicou Conrado Costa, arquiteto de soluções da empresa americana Red Hat, uma das principais desenvolvedoras de softwares do mundo. Ele falou sobre o assunto durante a última edição do Innovation Class, promovida pelo Tiradentes Innovation Center.

Apesar de ser desenvolvida há mais de 30 anos, a tecnologia só passou a ser utilizada em larga escala a partir de 2013, quando a empresa Docker desenvolveu a chamada ‘virtualização em nível de sistema operacional’, também chamada de ‘conteinerização’. Antes as desenvolvedoras do ramo já reivindicavam mudanças na formatação dos sistemas operacionais, de modo a permitir o desenvolvimento e entrega de muitas melhorias funcionais para programas e aplicativos. O pontapé inicial nesse sentido foi dado em junho de 2009, nos Estados Unidos, com a palestra “10+ Deploys Per Day: Dev and Ops Cooperation at Flickr”. 

“Isso significa que, em 2009, os caras do Flickr estavam mandando 10 vezes mais novas funcionalidades na aplicação dele para o cliente final. Quando a gente pensa que precisamos mandar 10 códigos, implementar 10 coisas por dias, colocar isso em produção e para o usuário final ver isso, é desafiador”, traduz Conrado, ressaltando que a criação dos containers ajudou a solucionar essas demandas. “O container é muito mais focado em ajudar a gente a crescer a nossa aplicação de uma maneira que a gente consiga atender de fato à necessidade por funcionalidades mais rápidas e colocar o nosso cliente final para interagir com a nossa tecnologia”, acrescenta. 

Na prática, isso permite que o sistema operacional de uma máquina (computador, celular, PC, etc) trabalhe com dois ou mais sistemas, bibliotecas e aplicativos independentes, sem precisar compartilhar uma mesma base de dados. E eles podem até mesmo ser cópias virtuais da estrutura original. Segundo o arquiteto da Red Hat, isso permite proteger estes sistemas contra ataques de vírus ou hackers. Isto é, se algum sistema ou aplicativo for afetado, os outros sistemas não são afetados e continuam operando normalmente. Desta forma, a utilização dos containers é considerada um dos aspectos mais importantes para a segurança da tecnologia de informação. 

Conrado explica também que a montagem dos containers exige poucos recursos da infraestrutura original de cada máquina, permitindo uma rápida inicialização do sistema e facilidade de replicação. O uso desses dispositivos é mais comum em sistemas de computação de grandes empresas e prestadores de serviços, que demandam um uso mais intensivo da tecnologia. 

Código aberto

Os containers digitais estão presentes principalmente em sistemas operacionais de código aberto, chamados de open source, que são códigos projetados para serem acessados abertamente pelo público. Ou seja: todas as pessoas podem vê-lo, modificá-lo e distribuí-lo conforme suas necessidades. Os softwares open source mais conhecidos do mercado são o Linux, sistema operacional que é o principal concorrente do Windows; e o Kubernetes, sistema de orquestração de contêineres open-source que automatiza a implantação, o dimensionamento e a gestão de aplicações em contêineres.

Conrado Costa destaca que a principal vantagem dos sistemas open source é a liberdade de dar manutenção em um sistema sem ficar preso ao fornecedor do produto. Ele compara a situação a de um carro com o capô soldado, que só pode ser aberto por um fabricante. “A ideia do open source é colocar múltiplas empresas e pessoas para contribuir numa solução única, compartilhar problemas para resolver juntos ”, disse ele, dando como exemplo o próprio Linux, que tem componentes fornecidos e mantidos por diversas empresas, como Red Hat, Google, Facebook, Intel, Canonic e Samsung, entre outras. 

A aula do Innovation Class, intitulada “Red Hat OpenShift: Introdução a orquestração de containers”, foi promovida em parceria com a Red Hat e a coordenação dos Cursos de Computação da Universidade Tiradentes (Unit). Ela está disponível pelo canal do Tiradentes Innovation Center no YouTube

Ascom | Grupo Tiradentes

 

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