A 2ª Semana do Uso Racional de Medicamentos (URM), do curso de Farmácia na Universidade Tiradentes (Unit), envolveu um público de 150 alunos, no último dia 02. O objetivo deste evento é proporcionar um maior conhecimento sobre o uso racional de medicamentos, além de alertar e educar sobre o perigo da cultura da automedicação na nossa sociedade.
A organizadora e professora do curso de Farmácia, Ingrid Siqueira, comentou sobre a importância de tal atividade. “Uma vez que a gente traz temas tão relevantes e atuais, faz com que o aluno consiga compreender um pouco mais sobre o uso racional dessa classe de medicamentos, conhecer um pouco mais sobre a importância de dispensar, prescrever, e, principalmente, orientar a população sobre esses medicamentos”.
O evento contou com a palestra da farmacêutica doutoranda Fernanda Valença Feitosa, experiente com atendimento clínico farmacêutico. Na ocasião, ela destacou a principal motivação que leva as pessoas a procurar se automedicar e as consequências desse ato, como educá-las e a importante atuação do profissional farmacêutico na prevenção desse ato. “Às vezes, a pessoa toma um medicamento sem consciência do risco e do problema que pode causar, talvez outra pessoa ingeriu o remédio, sem ter nada associado, e ela vai influenciada e toma. Mas nada por querer, mas por cultura mesmo. Por facilidade de acesso àquela informação”, lembra Fernanda Valença Feitosa.
Durante a conversa, a especialista pode explicar um pouco dos perigos e das consequências que essa ação pode ocasionar no organismo humano. Como no caso de uma pessoa que começou a tomar remédios para emagrecer, sem precisar ou procurar orientação médica.
“Na minha concepção é extremamente necessário conversar com os pacientes sobre isso. Conscientizá-los e educá-los. Automedicação só acontece porque a pessoa faz aquilo sozinha. Então, se eles não têm consciência dos perigos e dos riscos eles vão continuar fazendo. Essa é a nossa única ‘arma’ que reduz a automedicação, educando os pacientes”, explica a doutoranda Fernanda sobre a necessidade de o profissional sempre conversar e tirar dúvidas de seus pacientes, evitando que eles cometam o erro de se automedicarem.
Automedicação
Para a estudante do curso de Farmácia, Isadora Viana Soares, o problema da automedicação se dá pelo fato da população preferir dar uma importância e poder maior aos medicamentos do que a própria saúde e cura corporal.
“Acredito que seja isso. As pessoas dão esse poder a uma medicação e não a si mesmos. Eu acredito muito na cultura da cura por si mesmo, pela própria mente. Então eu acho que, quando você sai dessa esfera e dá esse poder para a medicação, acontece que essa demanda da sociedade vai ter uma procura a mais por essa medicação”.
Segundo Isadora, é preciso sempre informar os riscos que certos remédios podem ter, conversar sobre os efeitos colaterais e os certos vícios e consequências desses medicamentos para o corpo, “A gente tem o Neosoro, por exemplo, a gente já tem esses relatos e esse risco desses vícios. A gente tem o risco dos antiinflamatórios não esteroidais. Então, assim, são riscos muito grandes para a população e além do risco interno, que é a questão da metabolização pelo fígado e a filtração pelo sistema renal”.
Para a estudante, a relevância dos assuntos abordados na URM impacta diretamente no que se vê na sociedade do dia a dia: “A relevância dos assuntos impacta diretamente porque a sociedade ainda anda muito desinformada em relação ao uso desses medicamentos”.
O evento teve continuidade no dia 5 de maio, com uma palestra sobre o Uso Racional de Fitoterápicos para que os alunos entendessem a importância da prescrição e distribuição destes, assim como orientar sobre seu uso e das plantas medicinais.
O fechamento do evento ocorrerá no dia 21 de maio com a Gincana Farmacêutica.
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Raquel Passos e João Paulo Olim