O aperfeiçoamento de técnicas e tecnologias para a descontaminação de água, de rejeitos e de efluentes é o objetivo de algumas pesquisas de iniciação científica desenvolvidas junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes (PEP/Unit). Uma delas, conduzida pelo aluno Lucas de Moraes Hossoe, do sexto período do curso de Engenharia Mecânica, propõe uma abordagem inovadora de tratamento térmico em eletrodos de feltro de carbono para síntese de peróxido de hidrogênio.
A pesquisa, que está em andamento, é desenvolvida no Laboratório de Eletroquímica e Nanotecnologia (LEN) do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), e orientada pelo professor Giancarlo Salazar Banda e pela doutoranda Rebeca Esteves Silva de Barros, ambos do PEP, com bolsa concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec).
Segundo Lucas, o estudo é voltado para a geração de um composto, o peróxido de hidrogênio (popularmente conhecido como “água oxigenada”), utilizado em processos de tratamento de água e esgoto, por atuar como agente oxidante com propriedades desinfetantes. A substância seria aplicada principalmente na degradação de compostos orgânicos em efluentes aquosos. Esse processo de síntese, por sua parte, aconteceria a partir do uso de feltros de carbono, um material poroso utilizado na retenção dos compostos poluentes, ao qual seria adicionado um dispositivo eletroquímico que atuaria na decomposição destas substâncias.
“Ele tem como objetivo o estudo de algumas modificações inovadoras nos materiais que permitem essa geração, para a maximização de sua eficiência, aumentando sua produção, reduzindo consumos energéticos e custos financeiros, sem causar qualquer dano ambiental”, diz ele, destacando que o maior impacto deste projeto é chegar à possibilidade do uso de um novo método de descontaminação, totalmente ecológico e sustentável. “Escolhi esse tema por conta da proposta estar alinhada com valores que considero essenciais à preservação da vida”, justifica.
A previsão é de que o trabalho de Hossoe no projeto seja concluído em abril de 2025, quando devem ser divulgados os primeiros resultados e as primeiras conclusões. No entanto, ele já considera que a experiência científica ainda na graduação vem sendo de extrema importância para sua formação como profissional.
“A iniciação científica me permite descobrir novas áreas de conhecimento dentro da ciência, que não são abordadas em minha grade regular. Eu sempre tive curiosidade pelas ciências químicas, e dentro das engenharias em geral, percebo ser uma ciência que não é explorada como deveria”, afirma o aluno, que também destaca a contribuição da Unit para a carreira acadêmica. “Ela contribui de forma positiva, a exemplo deste próprio programa [de pós-graduação], que oferece uma boa estrutura em seus laboratórios e profissionais com vastas experiências em suas áreas”, acrescenta Lucas, que não descarta a possibilidade de seguir a carreira acadêmica no futuro.
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