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Pesquisa desenvolvida em IC visa explorar o potencial terapêutico do veneno de abelha 

Estudo investiga o impacto do veneno de abelha na regeneração cerebral e destaca o papel da apiterapia no tratamento de condições neurodegenerativas.

às 16h52
Maria Alice ao lado de sua irmã Raissa, que foi sua maior inspiração para seguir no mundo da pesquisa
Maria Alice ao lado de sua irmã Raissa, que foi sua maior inspiração para seguir no mundo da pesquisa
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O uso terapêutico do veneno de abelhas tem atraído cada vez mais a atenção da ciência moderna, impulsionando estudos sobre suas diversas propriedades medicinais. Rico em compostos bioativos, como a melitina, o veneno apresenta potentes propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e imunomoduladoras, que podem ser eficazes no tratamento de uma ampla gama de condições de saúde. 

Pensando nisso, a egressa do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes (Unit), Maria Alice Araújo de Santana, desenvolveu durante sua graduação, em iniciação científica, um estudo aprofundado sobre a caracterização histomorfológica do efeito terapêutico do veneno de abelhas em lesões intracerebroventriculares induzidas por estreptozotocina em roedores. A pesquisa, realizada no Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), com a professora doutora Camila Dantas como orientadora à época, teve como objetivo principal avaliar os possíveis benefícios do veneno de abelha na recuperação de danos cerebrais, uma área ainda pouco explorada pela ciência.

A pesquisa indica que esse recurso natural pode contribuir para o alívio de dores crônicas, artrites, e até auxiliar no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. Além disso, a apiterapia, prática que utiliza produtos das abelhas, incluindo o veneno, está sendo investigada por seu potencial de melhorar a regeneração celular e a resposta do sistema imunológico. No entanto, mais estudos clínicos são necessários para validar sua eficácia e segurança em aplicações terapêuticas de longo prazo.

Motivada pela experiência pessoal com sua irmã, que tem paralisia cerebral, Maria Alice já possuía uma inclinação pela área neurofuncional desde os primeiros semestres do curso. “Sempre tive um amor pela neurofuncional, pois foi a área que vi de pertinho na vida da minha irmã. Quando peguei a disciplina na faculdade, em meio à pandemia, conversei com a professora Edna sobre me aprofundar mais e ela me deu a oportunidade de participar de seu grupo de pesquisa”, explica Maria Alice. 

Este trabalho de pesquisa teve também a egressa Alessandra Nogueira como bolsista do CNPq.

Iniciação Científica e outros projetos

A experiência com a Iniciação Científica foi fundamental para o desenvolvimento acadêmico de Maria Alice. “Esse processo impactou minha maturidade como estudante, minha escrita, leitura e hoje, no mestrado, me ajuda na busca por artigos e na construção da dissertação. Os profissionais da época, como a professora Edna e Camila, me prepararam tão bem que isso contribuiu significativamente para a minha trajetória”, ressalta a mestranda da Universidade Federal de Sergipe.

Além de sua pesquisa, Maria Alice é idealizadora do grupo Liberdade de Expressão, que oferece aulas de dança para pessoas com deficiência. “Esse projeto significa muito para mim, pois minha irmã, que dança desde pequena, teve sua vida transformada pela dança. Ao começar a me apresentar com ela, percebi o impacto dessa arte e decidi cursar Fisioterapia, continuando a me apresentar e promovendo a dança como uma linda oportunidade para aqueles que amam a arte”, relata.

A paixão pela dança e o desejo de promover a inclusão social através da arte a levaram a unir a fisioterapia com a expressão artística. “Decidi seguir essa carreira também e hoje, a dança anda comigo junto com a fisioterapia e o mestrado. Quero mostrar todas as possibilidades que a arte pode proporcionar. O projeto não só oferece uma oportunidade de expressão para pessoas com deficiência, mas também contribui para o desenvolvimento físico e emocional dos participantes, reforçando a importância da arte na inclusão e reabilitação”, relata. 

Unit como base e planos futuros

A Universidade Tiradentes teve um papel central no desenvolvimento de Maria Alice, não apenas oferecendo suporte acadêmico, mas também contribuindo para sua formação científica e profissional. “Foi a faculdade que escolhi para ter o meu diploma e me ajudou muito, não apenas pelas disciplinas, mas por toda a experiência acadêmica que me proporcionou. A Unit, além de ser um espaço de aprendizado, foi o ambiente onde consolidei minhas habilidades em fisioterapia, me preparando para os desafios futuros”, afirma. 

Maria Alice não pretende parar por aqui. A fisioterapeuta revela que seus planos para o futuro incluem a continuidade na carreira acadêmica. “Seguir nessa jornada é o próximo passo que quero dar. Sempre amei ensinar e, desde que me formei, busquei ingressar no mestrado justamente com o objetivo de lecionar. No mestrado, quero aprofundar minha atuação na área científica, defender minha tese e, futuramente, tentar o doutorado. Meu desejo é seguir como fisioterapeuta, continuar ensinando dança para pessoas com deficiência e promovendo a arte como uma ferramenta de transformação. Além disso, sonho em me tornar professora universitária, algo que almejo desde a graduação”, conclui.

Matéria atualizada em 24/09/2024, às 10h02.

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