A presidência de um Conselho Municipal de Educação (CMEU), órgão responsável por normatizar, deliberar, assessorar e fiscalizar as políticas educacionais do município, representa uma posição estratégica e de grande responsabilidade, pois envolve a definição de diretrizes, o acompanhamento de políticas públicas e a articulação entre escolas, sociedade e poder público. Em Umbaúba, a professora tutora da Universidade Tiradentes (Unit), Maryluze Siqueira foi eleita, por unanimidade pelos conselheiros titulares, para assumir esse papel.
A trajetória de Maryluze dentro do Conselho não começou agora. Representando o Ensino Superior, ela já integrava o colegiado há mais de cinco anos. “Sempre representei a Unit no segmento Ensino Superior, mas não havia pensado na possibilidade de ser a Presidente. Este ano alguns Conselheiros fizeram a sugestão para que eu me candidatasse. Então na Reunião de escolha coloquei meu nome à disposição do cargo. Fiquei muito feliz por poder estar à frente de um órgão de muita relevância para organizar e normatizar as questões educacionais do meu município Umbaúba”, declara Maryluze.
Assumir a presidência é, para ela, mais do que uma responsabilidade institucional, é também um ato simbólico e político. “Ainda enfrentamos uma realidade em que cargos de liderança são majoritariamente ocupados por homens. Por isso, assumir a presidência de um Conselho de Educação, como mulher, representa uma conquista pessoal, profissional, simbólica e social. É o reconhecimento da minha capacidade técnica e de liderança, além da oportunidade de influenciar decisões educacionais no município. Essa posição também me torna uma referência para outras mulheres, incentivando o empoderamento feminino. A presença de uma mulher na presidência pode trazer novas perspectivas, com mais atenção à inclusão, diversidade e justiça social”, afirma.
A importância do Conselho
Composto por representantes da sociedade civil, educadores, estudantes e membros do poder público, o Conselho funciona como um elo entre os interesses da comunidade escolar e as decisões da gestão pública. “O CMEU é essencial para garantir a qualidade do ensino, ele contribui para o Plano Municipal de Educação (PME), assegurando que as ações educacionais sejam inclusivas, democráticas e de qualidade. Entre suas funções estão autorizar, supervisionar e avaliar instituições de ensino, especialmente na Educação Infantil, além de normatizar aspectos como calendário e currículo escolar. O Conselho também orienta tecnicamente a Secretaria Municipal de Educação e fortalece a gestão democrática da educação”, detalha.
Entre os principais desafios de sua gestão estão a regulamentação da oferta de Educação Infantil e EJA (Educação de Jovens e Adultos), a atualização do Projeto Político-Pedagógico das escolas e a ampliação do conhecimento da população sobre o próprio Conselho. “Queremos dar visibilidade ao CMEU. Muitos cidadãos sequer sabem da sua existência ou função. Pretendemos estreitar esse laço com a comunidade e também agilizar os processos que tramitam no órgão”, afirma a presidenta.
Experiência em prática
A experiência de Maryluze na docência e na tutoria do ensino superior, especialmente por meio da Unit, é uma base sólida para sua nova missão. Segundo ela, a vivência acadêmica contribui diretamente com a capacidade de compreender os processos educativos e defender melhorias nas práticas e políticas locais. “A Unit me proporcionou uma formação crítica e ampla sobre o papel transformador da educação, além de me inserir em espaços de atuação prática, como o próprio Conselho. É um reflexo direto da formação cidadã e profissional que a universidade promove”, destaca.
Outra prioridade será fortalecer o diálogo com todos os setores envolvidos na educação. “Assumir a presidência é, antes de tudo, assumir o compromisso com o diálogo e a escuta ativa. Acredito que a construção de uma educação pública de qualidade exige pontes, não muros. Por isso, pretendo conduzir essa mediação com abertura, respeito e compromisso coletivo. Com o poder público, buscarei uma relação baseada na cooperação e na corresponsabilidade, sempre pautada pela transparência e pelo interesse público. Com as escolas, ouvirei com atenção as experiências dos profissionais da educação, que são protagonistas do processo formativo. E com a sociedade civil, manterei canais permanentes de participação, pois a educação não se faz sem a voz da comunidade”, projeta.
A valorização dos profissionais da rede municipal também estará entre os eixos centrais de sua gestão. “Essa valorização inclui não apenas a remuneração, mas também o reconhecimento, boas condições de trabalho, formação continuada e participação nas decisões. O Conselho pode emitir pareceres que incentivem políticas de valorização, apoiar programas de formação, ouvir os profissionais da rede e propor ações simbólicas e concretas, como premiações e eventos. Também acompanha o cumprimento dos direitos dos educadores, garantindo jornada adequada, infraestrutura, recursos pedagógicos e apoio à saúde”, pontua Maryluze.
Ao olhar para o futuro, a nova presidenta reafirma seu compromisso com uma educação pública inclusiva, de qualidade e construída com participação social. “Nosso trabalho no Conselho é técnico, mas também profundamente humano. Vamos ouvir, debater e construir soluções conjuntas. Porque cada decisão tomada aqui pode mudar o caminho de uma criança, de uma escola, de uma comunidade inteira”, conclui a professora tutora Maryluze Siqueira.
Leia também: Campanha reforça a importância dos cuidados com os pés diabéticos em Estância (SE)