Um projeto que busca aprimorar e incentivar talentos em áreas tecnológicas de ponta. Este é o espírito do Projeto Corvos Aerodesign, projeto de extensão de estudantes dos cursos das Engenharias da Universidade Tiradentes (Unit). Criado em 2022, ele se dedica ao planejamento, desenvolvimento e construção de aeromodelos utilizados em competições de aerodesign e aeromodelismo. Atualmente, a equipe é formada por 14 pessoas, sob orientação do professor e engenheiro mecânico Márcio Lindenberg, e está dividida em seis setores: Aerodinâmica, Desempenho, Controle e Estabilidade, Cargas, Projeto e Desenvolvimento e Projeto Elétrico.
O Projeto Corvos surgiu a partir do encerramento de outra equipe formada nas Engenharias da Unit: a Cabuto, formada em 2017 e que se desfez em 2022. Ambos os times foram formados com objetivo de desenvolver e construir os aeromodelos para grandes campeonatos temáticos realizados pelo Brasil. Um deles, no ano passado, foi o Torneio de Acesso à competição SAE Brasil Aerodesign, promovida pela Sociedade de Engenheiros Automobilísticos Brasil (SAE Brasil). São eventos nos quais cada aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de projeto aeronáutico, desde sua a concepção, projeto detalhado, construção e testes.
Ao longo deste ano, os integrantes do Corvos estão trabalhando na construção de um aeromodelo totalmente movido a motores de propulsão elétrica. Segundo o estudante Levy de Santana e Silva, do 9° período de Engenharia Mecânica e atual capitão da equipe, a SAE Aerodesign está determinando que, a partir deste ano, todos os aeromodelos da competição sejam obrigados a ter motor elétrico. Por isso, o modelo que foi usado no torneio do ano passado, um monoplano de 2,3 metros de envergadura movido por motor a combustão, está sendo reformulado.
“O nosso papel esse ano é adaptar o nosso projeto realizado em 2023 para a propulsão elétrica e realizar a construção e teste do modelo. Realizamos o projeto completo e desenho técnico em 2D e 3D, envolvendo dimensões, cargas, controle, e envelope de voo”, explica o capitão dos Corvos, esclarecendo que o objetivo da equipe para 2024 “é desenvolver e construir o nosso novo aeromodelo, assim como treinar a equipe com habilidades teóricas e práticas para participar da competição do próximo ano”.
Levy explica ainda que, dentro dessas atividades, a equipe utilizou uma planilha para a organização de cálculos e medidas, e softwares de aerodinâmica essenciais para definir o formato da asa do aeromodelo, bem como o programa Solidworks para a criação da planta baixa do modelo, com as dimensões e outros a partir do desenho tridimensional previamente realizado. “Esses resultados nos fazem entender um pouco mais como funciona uma das indústrias mais complexas que é a aeronáutica, podendo ser entendida como um dos limites da engenharia”, destacou o estudante.
As atividades do Projeto Corvos, assim como das outras equipes competidoras formadas em universidades e centros de pesquisa, envolvem e impactam entusiastas de Engenharia, profissionais do meio aeronáutico, estudantes brasileiros e a indústria aeronáutica. De acordo com Levy, a ação de extensão tem o objetivo de aplicar os conhecimentos técnicos e teóricos na prática, exercitando a gestão de projetos, o trabalho em equipe e diversas outras características consideradas importantes para o mercado de trabalho.
Por que Corvos?
O nome Corvos Aerodesign é uma referência ao corvo, uma ave de origem asiática que se faz presente em todos os continentes temperados e ilhas, como o Havaí (Estados Unidos). Em algumas culturas, o pássaro é interpretado como um sinal de mau agouro, mas em outras, é considerado um fiel mensageiro, Na mitologia nórdica, por exemplo, os corvos eram enviados e orientados pelo deus Odin para viajar pelo mundo e colher informações sobre guerras a serem travadas e outros acontecimentos.
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